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Resenha: O Verão em Que Salvei o Mundo em 65 Dias

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Título: O Verão em Que Salvei o Mundo em 65 Dias
Autora: Michele Weber Hurwitz
Editora: Rocco Jovens Leitores
ISBN: 9788579803291
Ano: 2017
Páginas: 288
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Sinopse:

Um verão. Uma menina. Um plano. 65 maneiras de fazer a diferença. Neste livro romântico e cativante, Michele Weber Hurwitz, elogiada autora de livros juvenis, conta a história de Nina Ross, uma menina de 13 anos que, um pouco entediada e solitária durante as férias, resolve dar um gostinho diferente aos seus dias com um plano inusitado: fazer uma boa ação por dia, anonimamente, a alguém de sua vizinhança. A cada um dos 65 dias em que põe seu plano em prática, Nina descobre algo novo sobre seus vizinhos e sua família capaz de surpreendê-la. E aprende que as coisas podem não acontecer sempre do jeito que esperamos, mas podem ser ainda melhores. Como o verão inesquecível em que ela salvou o mundo – ou pelo menos fez uma pequena diferença nele – e as próprias férias.

Resenha:

Eu estava super, hiper, mega ansiosa para ler este livro, porque a proposta é bastante diferente e inspiradora; minhas expectativas em relação à leitura estavam altas e, para a minha alegria e felicidade, a história conseguiu conquistar-me de uma forma arrebatadora. Quer saber como? Confira abaixo.

Pense em um livro fofo com uma premissa linda e inspiradora; pensou? Adicione agora personagens cativantes e uma protagonista forte e destemida. Conseguiu? Para finalizar, imagine que o cenário do livro poderia ser bastante real e que você pode ser o protagonista do seu livro e fazer o bem de uma forma bem sutil. Pronto. Você agora pode entender um pouco como foi ler este livro que tanto adorei e fiquei completamente apaixonada com sua história marcante.

Nina poderia aproveitar o verão para assistir muitos filmes, viajar, curtir as férias com seus amigos e tantas outras atividades para passar o tempo, mas um pensamento surge de repente em sua mente: e se nestes 65 dias fizesse alguma boa ação a cada dia? É com este pensamento que decide mudar um pouco seu verão e deixá-lo um pouco mais divertido e diferente.
“[...] Não costumo tomar iniciativas. Acho que muita gente é assim. Muita gente deixa que outra pessoa resolva as coisas”.
Ao começar a fazer boas ações, a resposta que a Nina recebe é bastante positiva, mas uma de suas vizinhas, Myrna Millman, acha que alguém muito maldoso tem feito essas ações com algum propósito ruim, afinal, quem hoje em dia faria um bem sem nada em troca? É engraçado perceber que, para muitas pessoas, fazer uma boa ação tem que existir um porquê plausível ou é simplesmente estranho não querer nada em troca e foi com esse cenário que consegui entender esse estranhamento, pois quando vou doar sangue as pessoas logo perguntam se algum parente está doente ou alguém conhecido. Acabo tendo duas opções: ou explico e mesmo assim as pessoas continuam sem entender, ou simplesmente não falo e utilizo muito a segunda opção.



Muitos aqui sabem que é impossível eu não ficar encantada por uma criança quando elas aparecem nas histórias e neste livro não foi diferente. Thomas, um garotinho muito inteligente e bastante especial, é um dos protagonistas com sua imaginação fértil. Ele é um herói que tenta combater os bandidos imaginários da vizinhança. Toda vez que ele aparecia era para proporcionar cenas divertidas, fofas e cativantes, além disso, sempre fico impressionada com a pureza e inocência das crianças e como muitas vezes conseguem ser fortes ou maduros.

A vida de Nina ficou solitária depois da morte de sua avó, tudo mudou desde então, sua família ficou distante, seus pais advogados trabalham demais e nem dentro de casa descansam, o assunto trabalho vai até para casa, consequentemente, pouco sabem da rotina de seus filhos, então Nina é afastada tanto dos pais quanto de seu irmão mais velho Matt.

Nina pensou que teria que ser criativa para conseguir fazer 65 boas ações, mas, ao decorrer das ações e atos de bondade, percebe que naturalmente foi conseguindo e até algumas vezes quase perdendo as contas de quantas boas ações que conseguiu fazer. A verdade é que ela ia descobrindo aos poucos que fazer o bem é algo tão prazeroso e revigorante que você passa a crer na bondade da humanidade.

Enquanto Jorie, sua melhor amiga, só pensa em garotos, maquiagem, no baile e em como conquistar seu par, Nina só pensa em conseguir cumprir sua meta e manter seu anonimato, ao mesmo tempo, começa a perceber que alguns sentimentos estão ficando fortes e profundos por seu amigo Elliot.
“Será que meus esforços estão atingindo mais uma pessoa? Talvez fazer o bem seja tão contagioso quanto bocejos”.

Fiquei cativada pela personagem não só pelas boas ações que fez, mas por praticar o bem às vezes sem perceber ou ser acolhedora, mãezona, gentil, sincera, carinhosa e empática, principalmente com o pequeno Thomas que precisa enfrentar os problemas que tem dentro de casa.  Identifiquei-me um pouco com seu jeito tão simples e descontraído de ser, uma pessoa que não liga para o que pensam sobre si e nem faz julgamentos errados.

A falta que sua avó faz é gigantesca, era ela que mantinha alguma rotina, entretenimento ou laços entre eles e depois de sua morte as coisas ficaram difíceis e a garota nunca entendeu o porquê de sua mãe sentir tanta raiva e ressentimento pela sua vó, visto que era ela quem conseguia manter algum elo; a vida era mais divertida e menos solitária quando ela ainda era viva.
"Minha avó acreditava em algo que ela chamava de SVs: Simples Verdades. Uma das favoritas dela era: as coisas acontecem quando têm que acontecer, e quanto antes as pessoas entenderem isso, mais felizes serão. A maioria não entende, dizia, mesmo quando as coisas estão bem na frente delas”.

A Sra. Millman é uma das vizinhas que mais causou dor de cabeça aos outros vizinhos e também foi protagonista das muitas cenas engraçadas, pois estava desconfiada de que a pessoa que estava fazendo as boas ações estava pregando algum tipo de pegadinha ou era algum criminoso. O cúmulo foi quando pensou que existiam fantasmas na casa abandonada dos Dixon, o caos total estava formado quando essa teoria veio à tona.
“Nina Ross versus Myrna Millman. Bondade anônima versus desconfiança. Que vai ganhar?”


O bem que Nina fez começou a espalhar-se em outras pequenas ações, que fizeram a diferença, em momentos que nada no mundo poderia substituir. A grande surpresa foi que aos poucos ela começa a conhecer mais seus vizinhos, quem eram, quais seus segredos e mistérios e, inesperadamente, a vizinhança foi ficando mais unida e ganhando uma conexão até então perdida devido a tecnologia que prende as pessoas em casa. Ser feliz às vezes é tão fácil que somos incapazes de perceber ou enxergar.
“Quando decidimos fazer algo e sabemos que é a coisa certa, não devemos deixar ninguém nos convencer do contrário”.
Essa é uma história inspiradora e emocionante, onde algumas perguntas serão respondidas de uma forma muito extraordinária e bela como: Boas ações podem realmente espalhar o bem? As pequenas ações de bondade fazem a diferença? Esses atos aleatórios podem mudar o mundo? E a Nina veio para provar que sim! Sim, podemos mudar o mundo fazendo o bem e espalhando-o com muito amor; não existe sensação melhor do que poder ajudar quem precisa.

Além disso, essa edição está maravilhosa, essa capa é linda demais, a diagramação está a coisa mais fofa que já vi, a revisão está excelente e a tradução da Joana de Conti está impecável.

Nina planeja conseguiu salvar o mundo em 65 dias através de suas boas ações; e você? Que tal começar a fazer uma hoje? 



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