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Resenha: Ecos do Espaço

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Título: Ecos do Espaço
Autora: Megan Crewe
ISBN: 9788555390302
Editora: Jangada
Ano: 2015
Páginas: 320
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Sinopse:

Skylar tem 17 anos e, desde que se entende por gente, é perseguida por sensações de que algo está terrivelmente errado. Mas, apesar dos ataques de pânico que a atormentam, nada nunca acontece, e Sky já está começando a acreditar simplesmente que ela não é normal. Sua vida sofre uma reviravolta quando ela Win, e descobre a chocante verdade que é a causa de suas premonições: somos todos cobaias. Há milhares de anos, a Terra está à mercê de cientistas alienígenas que não se importam nem um pouco com os seus habitantes e nos utilizam em seus experimentos de manipulação do tempo. Win é membro de uma facção rebelde que está tentando colocar um fim nisso e ele precisa da ajuda de Skylar ¿ mas, a cada alteração do passado, o próprio tecido do espaço-tempo se fraciona um pouco mais e logo poderá não restar mais nenhum planeta Terra para se salvar.

Resenha:

Ecos do Espaço foi um livro que me chamou a atenção instantaneamente. O motivo é simples: falou de ficção científica, falou comigo. Contudo, infelizmente, a obra não me pegou de jeito. É uma obra legal, mas não é tudo que poderia ser. Motivos? Venha comigo que eu te explico.

A trama gira, basicamente, em torno de dois personagens juvenis. Skylar é uma adolescente que possui sensações estranhas. Muitas vezes ela olha para algo e sabe que aquilo está errado, que não deveria estar acontecendo. O porquê ela não sabe, mas a sensação de estranheza a corrói. Com o passar dos tempos, ela acaba criando o seu próprio método para lidar com isso.


O outro grande protagonista é Win. Ele é um jovem alienígena que faz parte de uma causa rebelde. A Terra está sendo usada como laboratório de teste de uma raça alienígena, a raça de Win. Esses experimentos estão causando diversos efeitos colaterais em nosso planeta, principalmente no tecido espaço-tempo. Win, juntamente com a sua organização, quer parar com esses testes.
“– Não importa onde nasceram, quem são seus antepassados, o que está escrito em seu código genético – diz ele. – Todo ser consciente que pensa e sente merece o nosso respeito. Cada um deles merece a chance de determinar o curso de sua própria vida, sem manipulação externa” (p. 73).
A princípio, uma premissa bem interessante, apesar de não ser totalmente original. Se você sabe o real significado no número 42, saberá do que eu estou falando. Contudo, nada é muito original nessa vida, não é mesmo? Então isso não foi o que me incomodou. Aliás, estava até bem animado para entender como seria tratada a premissa. Bem, o problema está exatamente aí.

O termo ficção científica não tem a palavra “cientifica” por acaso. O fato de ter um garoto viajando no tempo não significa que isso seja ciência. Aliás, livros fantásticos abordam esse tema com certa frequência. O que se espera de uma “ficção científica” é uma abordagem, adivinhem, científica. Isso, infelizmente, não aconteceu. Diferente dos grandes livros do gênero, onde encontramos explicações complexas e bem construídas, isso não ocorreu aqui. Há alienígenas, há viagem no tempo, há um problema e temos que aceitar isso. Isso não torna o livro necessariamente ruim; como eu disse no início, é legal, uma boa leitura para passar o tempo, mas só. Se você espera uma abordagem realmente científica, melhor procurar outro livro.


Outro problema na obra é a previsibilidade. Pensem comigo: temos um livro com personagens juvenis, um é homem e outro é mulher, são de “espécies diferentes”. Anotaram os elementos? Se sim, você já sabe o que vai acontecer, qual é uma das nuances que permeiam a obra. Além disso, o final não é nada que o leitor já não imagine.
“– Então eles vão nos fazer passar o diabo, destruir o nosso planeta e talvez até mesmo acabar com as chances de sobrevivência do seu próprio povo, apenas para evitar um pouco de risco...” (p. 143).
Mas, felizmente, a obra não é feita apenas de pontos negativos, até porque eu disse que o livro era bom para passar o tempo, se lembra? Os motivos são: temos uma narração muito boa e viagens no tempo. Quanto ao primeiro elemento, ele é essencial para que a obra seja envolvente e a autora consegue trabalhá-lo muito bem. Além disso, as descrições dos períodos temporais para o qual há viagens são bem interessantes. Isso, sem dúvida, dá mais substância para a obra.

Quanto à parte física, não tenho do que reclamar. A Jangada fez um bom trabalho. A capa é bem chamativa e combina com o enredo. A diagramação é simples, mas muito confortável, o que torna a leitura mais agradável. Além disso, temos uma revisão boa. Esse conjunto acrescenta, é claro, um brilho a mais na obra.


Diante de tudo que foi comentado, eu indico e não indico a obra. Contraditório, mas vou explicar. Se você procura um livro sem muitas explicações científicas, com uma pegada mais juvenil e não se incomoda de não ter muitas surpresas, essa obra é para você. Agora se você procura obras mais detalhadas, elaboradas e surpreendentes, é melhor buscar autores como Philip K. Dick e Isaac Asimov; eles te darão o que você anseia.




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