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Resenha: O Espetáculo Carnívoro

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Título: O Espetáculo Carnívoro
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
ISBN: 9788535905243
Ano: 2016
Páginas: 240
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Sinopse:

Os desafortunados órfãos Baudelaire viajam pelo deserto num porta-malas e deparam com um mapa confuso, uma multidão indócil e uma pessoa ambidestra. Violet, Klaus e Sunny têm de escapar da 'barriga da fera', além de, como sempre, despistar o perverso Conde Olaf.

Resenhas anteriores:


Resenha:

Resenha sem spoiler dos livros anteriores

Eu juro que estou tentando ser controlada com essa série, eu já sei que cada livro só piora, mas quando penso que finalmente achei um livro que tem poucas desgraças, o final vem como um tapa na cara. Uma coisa que não está sendo fácil é ler essa série. Quer saber o porquê? Confira abaixo.

Snicket dá seus avisos em todos os livros; não sei se eu continuo não acreditando, lendo por curiosidade ou por gostar de sofrer mesmo. Desde A Cidade Sinistra dos Corvos, essas crianças não têm tido um momento de paz ou tranquilidade; Conde Olaf cada vez mais tem atormentado a vida dos Baudelaire juntamente com a elegante e detestável Esmé Squalor.  Então, querido Snicket, eu já li seus recados e vou continuar a série por minha própria conta e risco.
“Mas a triste verdade é que a verdade é triste, e que aquilo que você quer não importa.  Desventuras em série podem acontecer a qualquer, pouco importa o que queira ou deixe de querer”.
Depois de conseguirem fugir das garras de Conde Olaf e sua trupe do Hospital Heimlich, as crianças agora terão de escapar da ‘barriga da fera’ quando vão parar no deserto e encontram o Parque Caligari, um lugar decrépito e sinistro, onde encontram pessoas que são atração por serem “aberrações”.

Os Baudelaire já enfrentaram tantos e diversos perigos que, quando entraram num porta-malas, fiquei surpresa com a coragem de encarar o perigo como última opção. Ao chegarem no Parque Caligari, conhecem as aberrações do lugar, que são nada mais e nada menos do que pessoas incomuns, mas que não deveriam ser consideradas aberrações só porque são diferentes da maioria.


O que é ser uma aberração? A questão de beleza está no olhar de quem vê e também existe esses padrões horrível e impiedoso que a nossa sociedade dita; ser diferente às vezes é ruim ou anormal e às pessoas são ignorantes ou hipócritas em julgar assim. Essa foi a principal questão levantada no livro e que os órfãos tentam explicar e mostrar o quanto aquelas pessoas estavam sendo exploradas e humilhadas a troco de nada.

A saga em descobrir o que significa C.S.C continua e finalmente nessa história conta um pouco do que pode ser essa sigla, com informações que, para quem já pesquisou sobre os livros ou assistiu à série, são impertinentes, porém acontecem algumas revelações que preenchem algumas lacunas e aumentaram outras; o mistério sobre uma pessoa que tem a mesma tatuagem que Conde Olaf, a busca pelo dossiê de Snicket e tantas outras coisas permanecem sem respostas.
“Existem momentos em que se deve esperar no mesmo lugar, e aquilo por que você procura vem até você, e existem momentos em que é preciso sair pelo mundo e encontrar alguma coisa”.
Os novos personagens são em sua maioria gentis com os Baudelaire como o grupo que faz parte das aberrações. Vocês saberão o porquê de eles serem chamados assim, e conseguem com facilidade criar uma empatia e carinho por essas pessoas. Fico cada vez mais orgulhosa em ver o quão carinhosas e amáveis são essas crianças, apesar de virem e encontrarem coisas horríveis. Madame Lulu foi uma personagem que adorei conhecer e torci para que tivesse um bom final.

Gostei muito da forma que o autor inseriu a expressão “déjà-vu” e como aparecia em momentos oportunos e perfeitos, teve horas que achava graça ou já pressentia a sensação ruim do perigo. Além disso, através de sarcasmo, Snicket fala algumas coisas sobre seu passado ou sobre sua vida.


O livro mostra como os humanos adoram uma violência, morte e tragédia. Em muitos momentos dos livros anteriores, foram um desses fatores que atraia uma multidão, ou pessoas com a famigerada frase “Eu não tenho preconceito, mas…” e tantas outras pessoas que apenas sentiam prazer e divertiam-se com a desgraça do próximo.

O suspense nesta história foi maior, porque normalmente sabemos qual será o plano que os órfãos usarão para escapar dos perigos e das façanhas do Conde Olaf e de sua namorada, Esmé Squalor, porém, nessa nova desventura, não ficou claro o plano deles e eu ficava nervosa e angustiada; Diria que o final do livro foi um dos mais desesperadores, pois um dos Baudelaire correrá grandes perigos nas mãos do pérfido Conde Olaf.

A Companhia das Letras tem provado o excelente trabalho que fez com os livros que compõem o box da série, essa edição dispensa elogios; a capa, a diagramação, a tradução de Ricardo Gouveia e às ilustrações do Brett Helquist são excelentes e incríveis.

A vida dos Baudelaire não tem sido simples e tranquila até o momento e se você acha que nesta novamente história eles serão felizes e derrotarão o Conde Olaf não poderia estar erroneamente enganado.




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