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Resenha: A Zona Morta

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Título:A Zona Morta
Autor:Stephen King
Editora: Suma de Letras Brasil
ISBN:8556510337
Ano:2017
Páginas:480
Compre:Aqui

Sinopse:

Depois de quatro anos e meio, John Smith acorda de um coma causado por um acidente de carro. Junto com a consciência, o que John traz do limbo onde esteve são poderes inexplicáveis. O passado, o presente, o futuro – nada está fora de alcance. O resto do mundo parece considerar seus poderes um dom, mas John está cada vez mais convencido de que é uma maldição. Basta um toque, e ele vê mais sobre as pessoas do que jamais desejou. Ele não pediu por isso e, no entanto, não pode se livrar das visões. Então o que fazer quando, ao apertar a mão de um político em início de carreira, John prevê o que parece ser o fim do mundo?

Resenha:

John era um professor normal, com uma vida também normal. Entretanto, após um passeio no parque, sorte na roda da fortuna e um acidente terrível, nosso protagonista acaba em uma situação impensável: internado em coma. Entretanto, a sorte está ao seu favor; após alguns anos, ele acorda sem grandes sequelas – seu cérebro tem uma zona morta, que o fará esquecer algumas coisas, mas nada que o impeça de viver bem.

Boas notícias chegam, porém, outras terríveis parecem aproximar-se. No campo pessoal, sua vida mudou completamente. Sua namorada, ou melhor, sua agora ex-namorada já está em outra; seus pais, definitivamente, não agem como ele esperava. Para piorar, com a zona morta, John parece ter ganhado um dom: ele pode ver o futuro. Entretanto, em alguns momentos, isso parece uma maldição. Principalmente quando ele conhece um político que pode trazer ao mundo uma guerra sem precedentes. O que fazer diante dessa situação? Ele deveria ficar na sua ou tentar evitar o pior?

Partindo dessa premissa, Stephen King cria um livro primoroso e que, muito provavelmente, está entre seus melhores trabalhos. Para tal, o autor aposta em um aprofundamento psicológico intenso, levando-nos a compreender as mais difíceis decisões do protagonista e absorver o choque de voltar a vida após anos. Suas relações pessoais e aflições são abordadas de tal maneira que nos sentimos na mesma situação.


Para alcançar tal efeito, o autor utiliza-se do seu já costumeiro estilo de escrita: King não apenas escreve, ele constrói um livro. Página a página, o autor vai trabalhando as palavras e situações como se construísse pontes que culminam no clímax do enredo. Exatamente por isso, o desenvolvimento é lento, como na vida real. A escrita, apesar de empolgante, é detalhada e minimalista. King não vê necessidade de ação o tempo todo; o que impressiona na sua escrita é a capacidade de apresentar o real e transformar o impossível em possível.

Outro ponto que faz A Zona Morta ser um livro sem igual é a sua premissa incomum e sem furos. Stephen pensa nos menores detalhes e os interliga de maneira inteligente, fazendo com que a obra seja interessante. Ademais, essa perfeição na ligação entre os elementos, unido com o bom aprofundamento psicológico, torna a leitura seja viciante. Mesmo que não exista um suspense alucinante, a tensão psicológica te prende do começo ao fim.

Além do excelente enredo e da escrita maravilhosa, a obra também ganha destaque pela edição preparada pela Suma de Letras. A capa da obra está simplesmente maravilhosa e muito chamativa, bem melhor do que as anteriores. A diagramação, por sua vez, está boa e confortável, proporcionando uma ótima leitura. O livro ainda conta com uma excelente tradução e revisão, no melhor padrão de qualidade que a Suma de Letras costuma apresentar.


Em suma, é impossível ficar indiferente após ler algum livro do King, principalmente se esse for A Zona Morta. Sem dúvidas, indico a obra para todos, mesmo para quem não curte enredos com toques “sobrenaturais”. Dê uma chance, você irá se surpreender.

Outras fotos:






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