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Resenha: O casal que mora ao lado

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Título: O casal que mora ao lado
Autor: Shari Lapena
Editora: Record
ISBN: 9788501109545
Ano: 2017
Páginas: 294
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Sinopse:

Tudo começou em um jantar... Um thriller psicológico surpreendente da autora best-seller internacional Shari Lapena. É o aniversário de Graham, e sua esposa, Cynthia, convida os vizinhos, Anne e Marco Conti, para um jantar. Marco acha que isso será bom para a esposa; afinal, ela quase nunca sai de casa desde o nascimento de Cora e da depressão pós-parto. Porém, Cynthia pediu que não levassem a filha. Ela simplesmente não suporta crianças chorando. Marco garante que a bebê vai ficar bem dormindo em seu berço. Afinal, eles moram na casa ao lado. Podem levar a babá eletrônica e se revezar para dar uma olhada na filha. Tudo vai dar certo. Porém, ao voltarem para a casa, a porta da frente está aberta; Cora desapareceu. Logo o rapto da filha faz Anne e Marco se envolverem em uma teia de mentiras, que traz à tona segredos aterradores.

Resenha:

Como sempre, o Mochilão da Record traz lançamentos de livros que fico louca para ler e esse ano não foi diferente. O Casal que Mora ao Ladoé um thriller surpreendente e que vai fazer você lê-lo numa tacada só. Quer saber como? Confira abaixo.

O enredo começa sendo bem direto, o sequestro acontece logo nas primeiras páginas, enquanto lemos sobre o jantar na casa dos vizinhos de Marco e Anne Conti. Estranhamente uma hora antes de irem para a casa dos vizinhos, a babá cancela seu compromisso e Marco e Anne não sabem o que fazer, já que a Cynthia deixou bem claro que não suporta a presença da criança e não gostaria que a levassem ao jantar. Não havendo alternativa, Marco convence sua esposa a deixar a filha em casa e que ela ficará bem se a olharem a cada trinta minutos.

Para o desespero de Marco, nada ficou bem, Cora simplesmente sumiu sem deixar rastros; a única pista é a porta da frente entreaberta. O detetive Rasbach é quem cuidará do caso e não medirá esforços para encontrar a criança, mas a chance de achá-la viva são poucas caso o sequestrador não entre em contato.

Enquanto o detetive investiga a vida do casal, alguns assuntos ocultos começam a surgir e a sugerir novas pistas de como e porque ocorreu o sequestro da pequena Cora. Segredos até então não revelados começam a vir à tona e mostrar uma cadeia de mentiras e traições entre os personagens da trama.

No início você fica desconfiado de quem poderia ter raptado a bebê, e os principais suspeitos são os vizinhos, porque eles pediram para a criança não comparecer ao jantar e justamente nesse dia ela some? Um pouco suspeito, né? Porém, à medida que novas informações são reveladas ou descobertas, a culpa recai sobre os pais também e depois em outros suspeitos, e fica nesse jogo até, finalmente, descobrirmos quem é o sequestrador ou quem são os sequestradores.

Uma verdade aterradora é revelada inesperadamente, e com ela uma raiva surge pela estupidez da situação ou o motivo de como ela aconteceu. Eu já li de tudo sobre motivações sobre sequestro, roubos ou assassinatos, mas, nessa história, fiquei surpresa com algumas motivações e como o papel delas desenvolve o enredo.

O caso do sequestro chegar a grandes proporções quando a imprensa se envolve, e o inevitável aconteceu: o casal começa a ser julgado pelas pessoas, recebendo em sua maioria mensagens de ódio, desprezo e repúdio pela irresponsabilidade de Anne e Marco ao deixarem uma bebê em casa sozinha. As notícias correm soltas e a rapidez que a imprensa tem de descobrir segredos é impressionante, principalmente quando revelam que Anne sofre de depressão pós-parto.

Quando a verdade sobre o sequestro é revelada, fiquei estarrecida e ávida para descobrir como seria o desenrolar do segredo revelado, já que ainda faltava umas cem páginas para finalizar a leitura. Como seria o final? Cora estaria viva? Como o detetive Rasbach conseguiria encerrar o caso?
“Se tem algo que Rasbach aprendeu durante os anos na polícia é que as pessoas são capazes de qualquer coisa” (p. 28).
Vocês podem perceber que quase não citei o detetive Rasbach por um bom motivo: ele não é o narrador principal da história. Apesar de a narração ser em terceira pessoa, o foco principal é nos suspeitos que a cada capítulo nos revelam informações sobre suas vidas, que podem carregar algumas pistas. Cada personagem exerce uma influência fundamental nessa trama tão elaborada.

O Plot Twist– reviravolta no enredo – do livro é intenso e intrigante; você pode até saber o fim, mas os meios são muito mais interessantes, surpreendentes e imprevisíveis que o fim. Nunca iria adivinhar o jogo entre os personagens, que nem eles percebiam que estavam em um, entretanto o mais inesperado, com toda certeza, foi o final do livro que me deixou tão sem palavras e ainda me fez rir de nervoso.

A escrita da Shari Lapena é precisa e conduz o leitor de uma forma majestosa a um final surpreendente, fazendo o espectador se sentir em uma montanha-russa de emoções, fazendo com que nunca esteja preparado para as revelações, para a teia de mentiras e traições. Se você quer ler uma história em um dia, esse livro é para você, pois garanto que, quando começar, não vai querer mais parar de ler.

Apesar dos elogios que fiz, o livro não superou todas as minhas expectativas; talvez eu as tenha elevado demais, mas o fato é:  a leitura é surpreendente sim, imaginei várias maneiras, menos a que realmente aconteceu, entretanto, pareceu-me que ficou faltando algum fator que tornasse o livro uma leitura alucinante.

A Editora Record arrasou na escolha da capa brasileira. A tradução do Márcio El-jaick ficou excelente e a revisão está ótima, a diagramação é simples com uma ótima formatação.



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