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Resenha: O Escorregador de Gelo

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Título: O Escorregador de Gelo
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
ISBN: 9788535905755
Ano: 2016
Páginas: 280
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Sinopse:

Por mais azarados que sejam, até agora os órfãos Baudelaire pelo menos sempre estiveram juntos. Pois neste livro décimo a tragédia é ainda maior: separados do bebê Sunny, Klaus e Violet são obrigados a descer uma montanha escorregadia, enquanto tentam salvar a irmã mais nova das garras do temível conde Olaf. Será que os Baudelaire finalmente descobrirão o significado da sigla C.S.C.? Será que, desta vez, o final será feliz? É provável que não. Como sempre, a história está repleta de mistérios e mensagens secretas, situações absurdas, desgraça e mal-estar para todos - menos para o leitor, é claro. Mas quem gosta de alegria não deve nem abrir este livro, avisa o autor, pois a vida dos Baudelaire é sempre uma desventura pior do que a outra. Desventuras em Série é um fenômeno editorial em todo o mundo.

Resenhas anteriores:


Resenha:

Não tem sido fácil acompanhar a jornada dos irmãos Baudelaire, não é à toa que estou enrolando para finalizar a série, mas ao mesmo tempo não consigo aguentar essa ansiedade para descobrir as respostas, não sei se terei estrutura para o grande final da série que aos poucos se aproxima. Quer saber como foi a leitura? Confira abaixo.

Dessa vez, os Baudelaire são separados de Sunny pelo patife do Conde Olaf. Após a última “aventura”, onde tiveram que enfrentar com a trupe do vilão Olaf e sua namorada Esmé Squalor. Agora o perigo se encontra em uma montanha de gelo; as adversidades serão muito mais perigosas e o ambiente mais hostil, já que terão que lidar com gelo, que ao mesmo tempo é frágil e impetuoso.

Vocês sabem como eu amo a Sunny, é a minha personagem favorita, então imaginem como fiquei revoltada com a audácia do Conde Olaf ao tratá-la como sua empregada e não respeitar suas limitações, já que ela é uma criança e não pode fazer certas tarefas que um adulto desempenharia com muita facilidade. Entretanto, eu não fiquei tão desesperada porque Sunny é uma criança muito inteligente e sagaz.

Surpresas não faltam nessa nova história, começando pelo escoteiro misterioso que sabe a sigla C.S.C. e que parece conhecer muitas coisas sobre os voluntários e ter pistas sobre o incêndio dos pais das crianças. A gente sabe que é muito difícil boas surpresas acontecerem na vida dos Baudelaire, e se você pensou que a tortura seria menor neste livro, não pode estar mais do que completamente enganado. Para piorar, uma pessoa insuportável retorna para agravar a desgraça dos órfãos.

“Quando você se defronta com uma situação que é incapaz de controlar, é difícil admitir que não pode fazer nada” (p. 24).
Enquanto acompanhamos as desventuras dos Baudelaire, também acompanhamos seu crescimento e maturidade precoce, os irmãos estão crescendo e amadurecendo, perdendo uma infância feliz e saudável em busca de um final feliz em suas vidas, sem que tenha perigos, traições, armadilhas, tristezas e sofrimentos. A esperança prevalece nos coraçõezinhos dos irmãos para lutarem contra o vilão Conde Olaf.

Eu já disse antes, mas tenho que repetir o quanto essas crianças me dão orgulho. Apesar dos infortúnios, vê-las enfrentando as adversidades e mostrando suas habilidades de uma forma magistral tornam a leitura emocionante e calorosa, então imaginem a minha felicidade ao descobrir uma outra habilidade de Sunny, além de morder pessoas e objetos.

A saga para descobrir a sigla C.S.C continua, mas cada vez mais a sua finalidade fica mais perto, visto que quanto mais decifram os enigmas deixados pelos voluntários, mais mistérios apareciam e parecia que nunca iríamos descobrir as respostas para tantas perguntas. É realmente angustiante ver que por mais que as crianças descobrissem as respostas não eram suficientes para acalmar o tormento de suas vidas.
“Só porque você não entende uma coisa, isso não quer dizer que ela seja uma bobagem” (p. 93).
Dessa vez, não há disfarces por parte do Conde Olaf, pela primeira vez não encontramos o vilão usando algum disfarce para fazer manipular as pessoas contra os Baudelaire. Apesar de alguns disfarces serem memoráveis e engraçados, dessa forma, ao menos, as crianças não precisam provar que era o vilão. Entretanto, não sei se esse fato contribui um pouco para o alívio deles, posto que teriam que ir atrás do perigo para salvar sua irmãzinha.

Outro espanto, se é que podemos chamar de espanto, é que finalmente percebi que alguns dos comparsas do Conde Olaf não eram tão ruins como imaginava; foram tantos sufocos, sofrimentos e revoltas que não percebi que aqueles parceiros do crime podiam ser tão vítimas ou menos pior que o desprezível Conde Olaf, que têm um poder de manipulação tão grande que consegue corromper uma pessoa boa.

Foi um pouco doloroso e revoltante, como tinha dito antes, ler os insultos que Conde Olaf dirigia a mais nova Baudelaire, o fato de ela ser criança só pioraram as coisas como por exemplo, como e onde ela iria dormir, como seria carregada e atenderia as vontades do Olaf e da mimada Esmé.

Como em todo livro, Lemony alerta-nos sobre a leitura e mesmo assim somos incapazes de deixar de lado ou abandonar de vez essa história, que é tão imprecisa quanto ao seu final em cada livro, é sempre inesperado a maneira de como cada desventura vai se finalizar e também uma felicidade de ver que os Baudelaire venceram o Conde Olaf mais uma vez.

“O destino é como um estranho e impopular restaurante, cheio de garçons esquisitos trazendo coisas que você nunca pediu e de que nem sempre gosta” (p. 25).
A Companhia das Letras fez um excelente trabalho com este livro, a tradução do Ricardo Gouveia ficou primorosa, e a revisão e diagramação estão excelentes. Não posso deixar de elogiar as ilustrações, do Brett Helquist, que são sempre lindas.

A jornada dos Baudelaire é triste e angustiante, contudo, essas crianças prometem encantar e emocionar você; garanto que depois que ler a primeira desventura, delas não conseguirá mais desistir, mesmo com os avisos de Lemony sobre as desgraças que elas carregam.



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