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Resenha: A Chave do Amanhecer

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Sinopse:

Uma estranha peça de cerâmica esconde um livro infestado de antigos mistérios a serem revelados. As velhas páginas guardam com paciência uma história remota que vai mudar a cômoda vida de Dámeris para sempre... Guiada por um manuscrito do século XVIII, a jovem investigadora Dámeris Bossy empreende uma viagem frenética cheia de incógnitas. Uma história na qual a trama central se enlaça com naufrágio de um famoso galeão perdido no Oceano Atlântico: o Santo Cristo de Maracaibo. Uma viagem que a obrigará a ler na memória do seu coração e recordar o passado oculto com Anu: o intrépido guardião de um segredo antiguíssimo. Ali, na mais densa selva venezuelana, descobrirá a verdadeira natureza do amor e da lealdade. Mistério, suspense e ação presos em um labirinto de ruas apagadas pelo tempo, de impaciência para encontrar o verdadeiro caminho para Kalixti, ao reencontro das almas gêmeas.




Resenha:

A Chave do Amanhecer é o segundo livro da série Kalixti, do escritor espanhol Pedro Terrón. Porém, diferentemente do primeiro, o segundo livro não é narrado por Runy, mas por Dámeris Bossy. A série continuou excelente, mas eu confesso que ainda prefiro Runy como narrador.

Nesse segundo livro, conhecemos mais a fundo Dámeris. Ela é uma mulher bonita, inteligente e formada em arqueologia; além disso, trabalha em um museu como pesquisadora. Porém, não foi no museu ou em campos de pesquisa que ela realiza sua maior descoberta, mas sim em sua casa.


Ao quebrar, sem querer, um ídolo de barro venezuelano, ela descobre um estranho pergaminho em seu interior. Nele há uma mensagem escrita em uma língua que ela desconhece. Curiosa, leva a descoberta para o museu para que seja analisado por especialistas. Porém, coisas estranhas começam a acontecer.

“A manhã está quase terminando e acabamos de receber uma nova informação sobre a deidade de barro. Os primeiros indícios se confirmam: o ídolo em uma antiguidade de dez mil e quatrocentos anos e foi fabricado com uma técnica de cerâmica vitrificada semelhante à que era empregada no Oriente Próximo há uns dois mil e quinhentos anos. Portanto, o mistério permanece intacto” (p. 43).

Diante das consequências que seus atos geraram, Dámeris resolve se guiar por aquele estranho manuscrito e acaba parando em terras longínquas, onde jamais imaginou estar. Porém, existe muito mais coisas entre o pergaminho e o céu do que imagina a vã filosofia da nossa personagem principal.


Para quem leu o primeiro livro, a principal grande mudança para a segunda obra é a mudança do narrador. Isso mudou substancialmente a escrita do autor; de quase poética,  ela se torna mais coloquial, mais voltada para o cotidiano, o que combina completamente com a personagem. Dámeris é muito mais solta do que Runy e sua fala demonstra exatamente isso.

“Descobri que a vida nos ensina dia após dia. Cada provação, cada incidente, por menor que seja, é uma lição a aprender. Quando nos vemos diante de situações imprevistas ou adversas, nos damos conta de alguns detalhes que ajudam a nos conhecer melhor” (p. 53).

Contudo, tal mudança de narrador não provoca o empobrecimento da obra; pelo contrário, ela tem a mesma qualidade da anterior. A mistura de ficção científica e fantasia persiste; a mudança mais substancial é a redução da quantidade de ação e o aprofundamento de um romance na obra.


Apesar de não ser o maior fã de romance, Pedro Terrón conseguiu me surpreender. Afinal, até mesmo o romance desenvolvido na obra não é chato e clichê como em muitas obras por aí. E chego a dizer que o envolvimento dos personagens é essencial para o bom caminhar da obra.

“Hoje o dia começou de uma forma pouco habitual, vimos um lindo amanhecer em que as sombras pareciam se desintegrar em uma batalha de intensa beleza e colorido devido ao poder da luz do trópico” (p. 69).

Nesse livro, os personagens secundários também tiveram menos espaço; apenas no fim da obra eles aparecem com mais frequência e intensidade. A trama ficou mais centrada nos protagonistas e nos antagonistas, diferentemente da primeira obra. Porém, isso não me incomodou. Acredito que isso foi preciso para entendermos melhor Dámeris e Runy. Afinal, eles terão um papel importantíssimo no último livro da trilogia.


Quanto ao aspecto físico do livro, é impossível não falar da capa maravilhosa. A diagramação também está excelente: folhas amareladas, letras e espaçamentos grandes; tudo isso garante uma excelente leitura. Vi pouquíssimos erros na obra, mas nada que atrapalhe a leitura. Em geral, tanto a tradução quanto a revisão foram bem feitas.

“Não tenho palavras para descrever o horror que sinto nesse momento. Foi terrível vê-lo morrer de forma tão brutal, com tanta sanha. Jamais imaginei que existissem pessoas tão sanguinárias (...)” (p. 139).

Sem dúvidas, é impossível não indicar a leitura de toda a série, seja pela beleza das capas quanto pela qualidade inegável das obras. Para quem gosta da mistura fantasia e ficção científica, esse livro é para você. E, a partir desse livro, quem gosta de um romance mais maduro também será contemplado. Não faltam motivos para a leitura do livro. Venha você também conhecer a escrita de Pedro Terrón.

Livro: A Chave do Amanhecer
Autor: Pedro Terrón
Editora: Primavera Editorial
ISBN: 97885619777214
Ano: 2010
Páginas: 312

A série é composta pelos livros:
A Chave do Amanhecer
A Bússola do Peregrino

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