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Resenha: Morte na FLIP

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Sinopse:

Embalado por sua amizade colorida com Dulce Neves, por doses de sua cachaça favorita, por seu empenho como pai à distância e por seu mingau de farinha láctea, o delegado Joaquim Dornelas mais uma vez usa de aguçada intuição e incrível faro policial para desvendar mais um complicado crime.


Resenha:

O crime nunca para, nem mesmo ao decorrer de uma festa literária. Durante a FLIP, o delegado Joaquim Dornelas vê uma estranha cena: um barquinho de passeio saindo para o mar durante a noite. Intrigado, pois esse tipo de passeio é feito somente durante o dia, ele deixa seus subordinados sobreaviso e vai para casa.

No meio da madrugada, Dornelas recebe uma ligação de um de seus assistentes: um crime foi cometido e um dos mortos, muito provavelmente, é um turista estrangeiro que veio para curtir o evento que estava ocorrendo no local. Porém, quem teria interesse em assassinar um estrangeiro?

Dornelas, com a ajuda de seus assistentes, Solano, Caparrós e Peixoto, além de Dulce Neves, legista e sua recente namorada, correrão contra o tempo para tentar desvendar os motivos que levaram a acontecer um crime tão hediondo. E o pior: o assassino está solto. Será que haverá outras vítimas? A festa literária está manchada; há morte na FLIP.

“– Esse crime vai atrair a imprensa brasileira e internacional como mel para um enxame de abelhas. Se não tomarmos o cuidado de divulgar a notícia de forma organizada, o trabalho da policia será muito dificultado” (p. 67).

Com um enredo desses, é óbvio que o livro seria excelente. Como eu já havia lido o primeiro livro do autor, Réquiem para um assassino, a minha expectativa quanto a Morte na FLIP era alta. Contudo, o autor conseguiu superar o que eu imaginava e, certamente, entrou para lista de meus autores policiais favoritos.

Paulo Levy soube aproveitar muito bem a trama do livro; todas as possibilidades foram exploradas. Assim como no primeiro livro, o autor conseguiu extrair o melhor de cada um de seus personagens; algo raro em muitos livros policiais. Conseguimos entender o motivo da ação de cada um dentro do livro.


A relação de Dornelas e Dulce também ganha um enfoque especial nesta obra. Mas se você está imaginando um romance meloso, está muito enganado. O autor constrói um relacionamento maduro entre os dois personagens, o que deixa todo o enredo mais convincente.

“O nome do delegado e a introdução macabra de Ruth prepararam o terreno para as más notícias que logo viriam. Um murmúrio coletivo tomou conta do ambiente. Ruth passou o microfone a Dornelas que respirou fundo antes de falar” (p. 76).

Aliás, o delegado apresenta um amadurecimento enorme do livro anterior para esse. Agora, além de delegado exemplar, ele se mostra um homem mais feliz com a vida, menos melancólico. Ela acaba se tornando um pai melhor, apesar da distância de seus filhos. Ou seja, o autor soube caprichar tanto no assassinato quanto no plano de fundo da obra.

Quanto à diagramação, o livro também não deixa a desejar. Eu gostei muito da capa, pois ela exemplifica perfeitamente a essência do livro. As folhas são brancas, mas como o espaçamento e as letras são grandes, a leitura é rápida e fluída. Mesmo lendo por horas seguidas, como eu fiz, você não sente as vistas cansadas.


O livro é mais do que recomendado, tanto para quem gosta de livros policiais como para quem não gosta, afinal, a trama do plano de fundo deixa o livro mais leve para quem não é fã desse gênero. Certamente o livro irá te surpreender, mas prepare-se: haverá muitas reviravoltas.

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Livro: Morte na FLIP
Autor: Paulo Levy
Editora: Bússola
ISBN: 9788562969171
Ano: 2012
Páginas: 267


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