Livro: Assassinato na Torre Eiffel
Autora: Claude Izner
ISBN: 9788582860526
Editora: Vestígio
Ano: 2014
Páginas: 256
Compre: aqui
Sinopse:
Como inúmeros visitantes do mundo inteiro, Victor Legris, livreiro da rua dos Saints-Pères, está a caminho da Exposição Universal, onde a torre Eiffel, recentemente inaugurada, é a verdadeira estrela. Nesse início de verão de 1889, os parisienses têm dificuldade para circular na multidão aglutinada entre as barracas coloridas, nos corredores invadidos por riquixás chineses e adestradores egípcios. No primeiro andar da torre, Victor vai se encontrar com Kenji Mori, seu sócio, e seu amigo Marius Bonnet, que acaba de lançar um novo jornal, o Passe-Partout. Mas o encontro é subitamente interrompido: uma mulher acaba de morrer, vítima de uma estranha picada. A partir daí, tem lugar uma série de mortes inexplicadas que vão marcar a vida de Victor Legris como investigador e fazer você mergulhar na capital dos impressionistas.
Resenha:
Assassinato na Torre Eiffelé o quarto livro que leio da editora Vestígio e, a cada livro lido, a minha vontade só aumenta em continuar a leitura por essa fascinante coleção. Essa trama é um pouco diferente por não termos um detetive profissional. Somos apresentados ao personagem Victor Legris, um livreiro de Saints-Pères que atuará como detetive.
O protagonista fica totalmente inconformado com a maneira que as mortes acontecem e resolve investigar os casos. Porém, ele não sabe que esta investigação pode colocar em xeque a sua liberdade, sua dignidade e o mais importante: sua vida.
“- [...] Não sei se tenho talento, não sei se o que faço tem a chance de tocar alguém, mas não posso deixar de pintar, tanto quanto um alcoólatra não pode deixar de beber. É isso que me interessa, o objetivo é secundário” (p.30).
Logo no início da obra, conhecemos Jean Méring. Ele está na estação dos Batignolles e falece por uma picada de abelha. Contudo, esse não é a primeira morte presente no livro e o que mais assusta Victor é que existe algo em comum: todas as pessoas morreram da mesma maneira.
A dúvida que permeia no decorrer da trama é: será que seriam meras picadas de abelhas ou uma série de mortes premeditadas? É impossível descobrir os seus motivos sem ficar vidrado na história e esperando esse desfecho que nos tira o sono.
Todo acontecimento gira em torno do ano de 1889, na querida e amada Paris, palco de uma série de acontecimentos intrigantes e horripilantes. Todavia, a história não é apenas uma trama policial, ela nos dá uma excelente aula de História de Artes e mensagens bastante filosóficas através tanto das palavras quanto das pinturas descritas.
Embora o leitor fique vidrado para ler o livro rapidamente, a leitura não é veloz quanto as outras obras da editora Vestígio que tive a oportunidade de desbravar. Não por ser ruim, mas porque requer certo cuidado pela quantidade de elementos detalhados na trama.
“- [...] Pode tocar a campainha, a governanta está lá, vai recebê-lo. Fique alerta, é uma raposa, tinha antipatia pela pobre Eugénie. Chama-se senhorita Rose. Pra cima de mim? Da rosa ela só tem os espinhos!” (p.116).
Victor e seu sócio, Kenji, marcam um encontro no primeiro andar da torre, juntamente com Marius Bonnet a fim de lançarem um novo jornal. Porém, o encontro dos três é interrompido. Para surpresa de uns e ansiedade de outros, Eugénie Patinot é encontrada morta, vítima de uma picada de abelha.
Os acontecimentos não param, as mortes surgem de maneira misteriosa e só nos resta finalizar o livro para sairmos satisfeitos em descobrir os reais motivos de tanto suspense. É impossível não se surpreender com o desenrolar da trama.
Embora a obra tenha tido um enredo totalmente criativo, com uma história inusitada, penso que poderia ter sido mais elaborada a descoberta de tudo. Tendo em vista que Victor não era um detetive, as pistas desvendadas por ele foram um pouco previsíveis. Porém, mesmo com esse ponto a ser abordado, não o chamo de negativo, já que Victor nos é apresentado como um homem bastante inteligente e esperto, o que torna qualquer descoberta esperada e adorada, independente de tudo.
“- [...] Vou lhe dizer uma coisa, senhor, prefiro a companhia dos animais de pequeno porte à de certos imbecis” (p.145).
O jovem livreiro, além de ser astuto e sagaz para o lado do crime, é um homem austero em todas as suas áreas. Contudo, mesmo buscando a perfeição em sentidos diversos de sua vida, ele é dotado de sentimentos. Podemos notar a sua fragilidade e seu jeito amável quando está perto de Tasha. Ele é um bobo apaixonado que deseja, de forma ardente, conquistar aquela incrível artista que a atraiu completamente.
O nome da obra é sugestivo e chamativo; a capa não fica atrás, dotada de design e muito criativa. A revisão é tão bem feita que fica difícil notar algum erro. As folhas são amareladas, o que proporciona uma leitura agradável, como em todas as obras que li da Vestígio. Certamente, os apaixonados por romance policial irão se deliciar nessa envolvente história.
Comentou neste post? Clique na imagem abaixo e nos avise que comentou aqui. Você passará a concorrer a dois livros. Não fique fora dessa!