Autora: Claire Legrand
Editora: Gutenberg
ISBN: 9788582351796
Ano: 2014
Páginas: 264
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Sinopse:
Victoria é sempre impecável. Seus cabelos e unhas brilham, seu quarto não tem nada fora do lugar, sua rotina é precisa. Se há algo que ela pode considerar como um defeito em sua vida é Lawrence, que parece seu oposto: é preguiçoso, desorganizado, anda com a roupa desgrenhada e vive sonhando no mundo da música. Ela nem entende como eles vieram a se tornar amigos. Mas, exceto por isso, sua vida é perfeita na cidade de Belleville.
Até que Lawrence desaparece. Ela começa a investigar, e percebe que ele não é o único a sumir na pequena cidade. Por trás de suas ruas tranquilas, há segredos sombrios e assustadores, e as pistas que Victoria encontra parecem apontar para um lugar em especial: o Lar Cavendish. As pessoas entram lá mas saem diferentes. Ou então não saem.
Ignorada pelos adultos, ela se vê como a única capaz de tentar resolver o mistério e trazer seu amigo de volta. Mas, para isso, terá de abrir mão de sua vida perfeita.
Resenha:
Victoria é uma pessoa altamente organizada e que tem sua vida totalmente planejada. Ela não suporta nada fora do lugar; seu quarto é um exemplo para qualquer pessoa. E, como uma pessoa muito organizada, ela se afasta de tudo que pode atrapalhar sua vida: inclusive amigos. Sim, ela não tem amigos porque acredita que amizade é sinônimo de problemas; e ela detesta problemas.
Lawrence, mais conhecido como gambá por causa dos seus cabelos com fios brancos e bagunçados, é da mesma turma que Victoria e é o exemplo do que ela não quer ser. Enquanto as notas dela são altas, ele só se dá bem em música; enquanto ela anda impecável, ele não liga para a sua aparência. O problema é que toda essa imperfeição começa a incomodar Victoria.
Ela, perfeccionista por natureza, resolve fazer amizade com o menino. Porém, o real objetivo era apenas arrumá-lo, torná-lo uma pessoa melhor. Contudo, o destino traça uma amizade real e verdadeira entre os dois e eles se tornam quase inseparáveis. Só que o destino não é tão caprichoso quanto Victoria e prega uma peça nela: Lawrence desaparece. Agora ela terá que investigar para descobrir o que está acontecendo com seu único amigo.
“Quando Victoria Wright tinha 12 anos, ela tinha exatamente um amigo. Na verdade, ele era o único amigo que ela já teve. Seu nome era Lawrence Prewitt, e na terça-feira, 11 de outubro do ano em que Victoria e Lawrence fizeram 12 anos, Lawrence desapareceu” (p. 9).O Misterioso Lar Cavendish é um livro que te surpreende com o suspense criado pela autora, mesmo sendo voltado para um público infanto-juvenil. Com um enredo interessante e personagens bem construídos, ficamos vidrados no mistério e torcemos para que Victoria descubra mais sobre seu amigo desaparecido.
Aliás, Victoria e Lawrence, os protagonistas da obra, são o ponto alto do livro. Gostei bastante da forma que a autora construiu os personagens, principalmente do descuidado garoto.
Não consegui simpatizar muito com Victoria, principalmente porque somos muito diferentes – não sou nada organizado e nada perfeitinho como ela –, mas adorei que ela fosse construída dessa forma para contrastar com Lawrence – com ele sim eu pareço –. Ele, com sua forma despretensiosa, acaba conquistando o leitor e queremos saber, de toda forma, onde ele está.
“Victoria olhou mais de perto, apertando os olhos naquele terrível olhar penetrante que Lawrence chamava de “visão do demônio”, porque aterrorizava e paralisava suas vítimas ao mesmo tempo. Lawrence nunca se assustou com isso na verdade, mas frequentemente tirava sarro dela, cambaleando para trás, caindo e pedido misericórdia. Victoria achava isso terrivelmente engraçado e gratificante, mas nunca disse isso a ele” (p. 23).Apesar de ser um livro juvenil, a autora soube trabalhar muito bem o mistério dentro da trama. O livro é voltado para crianças, mas ela consegue prender até mesmo os adultos. Sem dúvidas, não foi por acaso que ela ganhou o prestigiado prêmio de melhor livro infantil da Biblioteca de Nova York em 2012.
Outro ponto alto da obra é a narrativa. Ela é bem infantil, não se engane, mas exatamente por isso se torna envolvente e gostosa. A única coisa que me incomodou um pouco durante a leitura foi a falta de travessões. Ao invés deles, a autora coloca as falas dos personagens entre aspas. Não que seja erro, mas eu prefiro os travessões.
A capa e a diagramação corroboram para o sucesso da obra. Aquela, apesar de bem infantil, é linda. Esta, por sua vez, é muito bem trabalhada. No início de cada capítulo há ilustrações envolvendo o número. Além disso, há outras ilustrações no decorrer da obra. Sem falar que a letra é grande e o espaçamento é agradável.
“Provavelmente se matou de comer, ela pensou agressivamente. E já vai tarde” (p. 44).Quem procura uma trama leve, com um suspense gostoso e voltada para o público infantil, certamente adorará a obra. Para estes leitores, o livro é mais do que recomendado.
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