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Resenha: Carrie, A Estranha

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Livro: Carrie, A Estranha
Autor: Stephen King
Editora: Ponto de Leitura / Suma de Letras
ISBN: 9788539005451
Ano: 2013
Páginas: 296

Sinopse:

Carrie, A Estranha narra a atormentada adolescência de uma jovem problemática, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar a vida como as garotas de sua idade. Só que Carrie guarda um segredo: quando ela está por perto, objetos voam, portas são trancadas ao sabor do nada, velas se apagam e voltam a iluminar, misteriosamente.

Aos 16 anos, desajustada socialmente, Carrie prepara sua vingança contra todos os que a prejudicaram. A vendeta vem à tona de forma tão furiosa e amedrontadora que até hoje permanece como exemplo de uma das mais chocantes e inovadoras narrativas de terror de todos os tempos.

Resenha:

A história de Carrie, A Estranhaé mais do que conhecida por quase todos, principalmente por causa das duas adaptações cinematográficas que o livro recebeu, sendo a mais antiga, datada de 1976, que contou com as atuações de Sissy Spacek e John Travolta, a mais memorável. Eu mesmo já tinha assistido ao filme antes de ler a obra e digo: apesar da adaptação ser bem fiel, com apenas pequenas diferenças, o livro consegue ser ainda melhor.

Carrie é uma adolescente desajustada, pelo menos para os "padrões" da época, e, por isso, sofria bullyng dos seus colegas de colégio desde a infância. Porém, a maior das humilhações acontece quando, após um treino, a protagonista fica menstruada pela primeira vez em frente as demais garotas.

Carrie, apesar de ter dezesseis anos, não sabia o que era menstruação e começou a gritar no banheiro, imaginando que iria morrer de hemorragia. As garotas da sua turma não perdoaram; começaram a gritar com ela e a jogar absorventes na menina, desencadeando uma crise histérica em nossa protagonista e, também, a descoberta de um incrível poder.

“Carrie permanecia apática no meio delas, uma rã entre cisnes. Era uma menina quadradona, cheia de espinhas no pescoço, nas costas e nas nádegas, o cabelo molhado completamente sem cor. Aquela massa compacta escorria-lhe pela cara, e ela se deixava estar ali, a cabeça ligeiramente inclinada, sentindo a água cair em sua carne e correr” (p. 20).
Tendo em vista essa pequena ambientação, confesso que a premissa do livro é um tanto louca e irreal, porém King constrói a trama de uma maneira tão verdadeira e realista que quase chegamos a acreditar que o caso de Carrie existiu. Apesar de o livro ser narrado em terceira pessoa, conseguimos sentir as angústias da protagonista e entender seus dilemas.

Aliás, grande parte dessa verossimilhança da obra é devido aos personagens bem criados e aprofundados, principalmente Carrie e sua mãe, Margaret. Esta é uma completa louca; ou melhor, ela leva a religião de uma forma tão inconcebível que acaba agindo como louca. Por causa de suas convicções, ela tem um péssimo relacionamento com os vizinhos, com seus patrões e atormenta a vida da sua filha.

Carrie, por sua vez, tenta agradar a sua mãe que é totalmente abitolada, ao mesmo tempo que tenta não parecer tão diferente das outras pessoas na escola, até porque esse é o motivo de todo bullyng que ela sofre. Isso é a angústia que corrói a protagonista e que fará dela quem ela é.

“Carrie se encostou na parede de um dos quatro boxes e foi desabando devagar até cair sentada, sacudida por gemidos lentos e convulsivos. Revirava os olhos mostrando o branco marejado, como um porco no matadouro” (p. 27).
Outra faceta que modifica nossa protagonista é o poder que ela descobre ter depois que passa pelo traumático episódio dos absorventes. Ela se torna uma antes e outra depois do evento. Carrie e seu poder se fundem de uma maneira tão intrínseca que, a partir de determinado momento, já não conseguimos enxergá-la, apenas vemos o poder em ação.

A ambientação feita por King também é muito boa; tudo se passa em uma cidade comum do interior. Ou seja, ele pensa em todos os detalhes para construir uma trama que pareça verdadeira em todos os pontos. Essa foi a grande sacada do autor nessa obra.

Todo o enredo é muito bom e o aspecto visual da obra também não fica atrás. Eu li a obra em sua versão econômica, mas, mesmo nesta, as folhas são amareladas, as letras são grandes e o espaçamento é confortável; aspectos que não vemos nas demais edições econômicas por aí. A diagramação não é bonita, mas proporciona uma boa leitura.

“Pichação numa carteira da Chamberlain Junior High School: A Ros é vermelha, a violeta é azul, a lesma é lerda, mas Carrie White come merda” (p. 40).
Baseado em todas essas características, certamente indico a leitura desse livro. Aliás, indico as obras do Stephen King em geral. Não é sem motivo que ele é conhecido como o mestre do terror.

Essa resenha faz parte da Primeira Maratona de Terror.
http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2014/10/resultado-do-top-comentarista-de.html

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