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Resenha: Rockfeller

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Título: Rockfeller
Autor: Alexandre Apolca
ISBN: 9788568270011
Editora: Nova Paris
Ano: 2014
Páginas: 184
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Sinopse:
Beto Rockfeller, que possui uma leve versão da síndrome da mão alheia, sonha em fazer sucesso com sua banda de rock. Após ser preso injustamente em um protesto na Avenida Paulista, é liberado e orientado a deixar São Paulo. Ele e sua desconhecida banda — cujos integrantes são: Yakult, Gringo e Santiago dos Santos — decidem se mudar para a mística São Thomé das Letras, a Machu Picchu brasileira. É exatamente nessa aconchegante cidadezinha mineira que começa uma trama estonteante e dinâmica — repleta de aventuras, romances, crimes e mistérios.
Rockfeller se envolve com Anita Andrade, a namorada de um dos seus amigos. Esse triângulo amoroso é surpreendido com a súbita aparição de uma terrível enfermidade. Ele, desconcertado, se vê diante de uma difícil decisão, que mexe brutalmente com seus princípios morais e o pior, Rock pagará caro por sua indigesta decisão, seja ela qual for. Além disso, é obrigado a conviver com seus fantasmas, desilusões e psicoses e ainda tem de se acostumar com um enigmático corvo que o persegue.
No entanto, após muito tempo, Rockfeller consegue uma segunda chance de ser feliz no Rio de Janeiro, as suas desventuras e psicoses ressurgem, e isso pode levá-lo a uma irreparável situação em que nem tudo que se vê pode ser real...

Resenha:

Rockfelleré a segunda obra que leio de Alexandre Apolca. O primeiro livro publicado pelo autor foi Legna e que eu tive a oportunidade de resenhar para o Blog. Quando Apolca me mostrou o livro, eu fiquei impactada com a capa. Li a sinopse e tinha certeza que precisava mergulhar na história e, claro, embarquei nela.

Beto Rockfeller Araújo, vocalista da banda Escória Humana, é o protagonista e ele mesmo quem narra a sua própria história. Na realidade, ele escreve um livro sobre o seu passado e apresenta ao leitor como as coisas aconteceram. Tudo começa com o show que eles estão prestes a realizar na casa noturna Madame Satã, em São Paulo. A última banda a tocar é a dele e, como já poderia prever, a maioria das pessoas foram embora. Porém, mesmo com apenas metade do público assistindo, eles conseguiram um honroso fechamento do festival. Após o espetáculo, Rockfeller decide fazer um protesto na Avenida Paulista e convida a todos para irem até lá. A esperança dele é que teria uma multidão; ledo engano. Apenas sete pessoas resolveram acompanhar a banda nessa ideia. É exatamente nessa hora que a vida do protagonista muda de repente.
“- Relaxa. Não existe momento certo. O momento certo somos nós que fazemos” (p.46).
 
Preso! Rockfeller foi preso injustamente. Um dos sete integrantes do protesto estava carregando uma mochila com coquetel Motolov e a culpa cai no inocente Rock. Além de já ter sentido o cheiro e o gosto da prisão ao ser detido por desacato à autoridade, o protagonista estava prestes a sentir, mais uma vez, essa mesma sensação. Rock é uma pessoa totalmente imatura, só queria saber de festas, mulheres, drogas e sequer se importava em levar uma vida mais digna. Sempre deu vergonha e desgosto ao seu pai, até que um dia este decide que é a hora do seu filho mudar de estado.

A obra é carregada de emoção e, por vezes, sentimos dó dos processos em que ele passa. É evidente que ele é uma das piores pessoas que já conheci como personagem, porém, no decorrer da obra tudo muda e meu sentimento de raiva e ódio dá vazão a um sentimento de pena.
“Tentei me convencer de que estava num jogo de videogame, mas isso também não ajudou. Se tudo desse errado e eu morresse, morreria feliz porque era uma morte digna, uma morte com a qual eu sempre sonhei. Morrer por uma causa, por alguém...” (p.74).

Além da presença dele, do seu grupo, existem outros personagens que complementam o enredo, um deles é Anita. Ele nutre um sentimento por ela, porém, a garota namora um dos amigos de Rock e mesmo assim ele não perde a oportunidade de se envolver com ela. Contudo, ele não contava que esse simples envolvimento acarretaria em uma paixão avassaladora, capaz de arrancar a sua própria pele para proteger a dela. Temos a presença também de um personagem com o nome do autor. Ele declara em sua nota que esse era um sonho antigo dele. Confesso que eu nunca tinha visto, então até nisso o autor me surpreendeu.

Como se ainda fosse pouco, Rock possui uma síndrome da mão alheia e, ainda, diariamente consegue enxergar um enigmático corvo que o persegue e ele não sabe o que isso significa. Psicoses, desilusões e delírios são vivenciados e sentidos pelo protagonista. A grande dúvida é saber os motivos de tudo isso.
“O tempo é a estrada que nos trouxe para vida e que, um dia, nos levará para a morte. O tempo é o papel no qual deixamos nossas marcas e, se forem bem marcadas, nunca se apagarão” (p.101).
Como disse anteriormente, essa capa foi um dos motivos que me fizeram ler o livro. Há quem siga à risca o “Não julgue pela capa”. Quando me encanto por ela, preciso ler a obra imediatamente. Contudo, quando não me chama a atenção eu não deixo de julgar, mas não deixo de conhecer a história por esse fator. Felizmente, dessa capa, não tenho o que reclamar. Está perfeita e retrata bem o que se passa no livro.

A diagramação é muito bem feita e tem corvos nos finais dos capítulos, são bem sutis, mas o efeito que fica é gamante. As páginas são amareladas e o espaçamento é excelente, isso faz com que a leitura fique agradável. Notei que a separação das palavras de uma linha para a outra sofreu um pequeno problema na hora de diagramar, mas acredito que as próximas impressões serão arrumadas. Isso não interfere no entendimento e nem na fluidez da leitura, garanto.

A obra é recheada de reviravoltas, mistérios e muita adrenalina. Para quem está esperando uma obra com uma história totalmente inesperada, essa é uma das garantias de seu conteúdo. É difícil prever o pensamento conturbado do personagem e o que acontecerá com ele no desenrolar do livro. Só lendo para saber e para se surpreender.


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