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Resenha: Para Sempre

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Título: Para Sempre
Autores: Kim e Krickitt Carpenter
ISBN: 9788581630083
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012
Páginas: 144
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Sinopse:
A vida que Kim e Krickitt Carpenter conheciam mudou completamente no dia 24 de novembro de 1993, dois meses após o seu casamento, quando a traseira do seu carro foi atingida por uma caminhonete que transitava em alta velocidade. Um ferimento sério na cabeça deixou Krickitt em coma por várias semanas. Quando finalmente despertou, parte da sua memória estava comprometida e ela não conseguia se lembrar de seu marido. Ela não fazia a menor ideia de quem ele era. Essencialmente, a "Krickitt" com quem Kim havia se casado morreu no acidente, e naquele momento ele precisava reconquistar a mulher que amava.

Resenha:

Se eu tivesse que definir esse livro em apenas uma palavra seria: emocionante. A história em si não me chamaria a atenção se fosse apenas uma ficção; soaria como algo forçado, planejado e clichê. Porém, o livro é baseado em fatos e quando leio isso em alguma sinopse, meus olhos brilham, meus dedos coçam e eu desejo conhecer cada detalhe da obra. Com esse livro não poderia ser e não foi diferente.

A trama é narrada em primeira pessoa por Kim, embora na capa do livro esteja presente tanto ele quanto sua esposa como escritores. Eles contam a própria história do casal, perpassam os bons, maus e péssimos momentos, sem deixar de colocar uma pitada de emoção, sentimentalismo e, claro, superação – este não poderia faltar.

O casal se conhece de um jeito totalmente incomum. Há quem torça o nariz e acredita que, duas pessoas se conhecerem da maneira que aconteceu e existindo sentimento verdadeiro, é algo que está completamente fora de cogitação. Contudo, existe uma linha nada tênue entre aquilo que as pessoas acreditam e aquilo que realmente acontece.
“Afinal de contas, quando você sabe que está verdadeiramente ligado a alguém antes que passe algum tempo fisicamente junto dessa pessoa?”.
Kim é treinador de beisebol na Universidade Highlandes e, com isso, precisa realizar uma ligação para comprar alguns equipamentos esportivos. Ao ouvir a voz da atendente, ele fica admirado com a forma que ela fala, a doçura e o jeito de tratá-lo. Claro, ela estava em seu horário de trabalho e queria apenas ser gentil e educada. Ele sabia disso, claro, mas o desejo de que aquilo pudesse ser algo a mais era evidente.

Constantemente, Kim ligava para comprar mais, mais e mais. Até que eles passaram a namorar pelo telefone, trocavam correspondências e sequer tinham visto o rosto um do outro. Afinal, eles moravam muito distantes, não existiam mensagens de celular, redes sociais e qualquer outro meio de comunicação facilitado. A única forma era enviar cartas e fotos por correspondências e ligar, ligar muito, até gastarem de maneira exagerada com as ligações.

Fruto desse contato surge o casamento. Após dois meses desse enlace, eles decidem viajar e a vida deles muda radicalmente. O carro do casal é atingido por uma caminhonete que trafegava em alta velocidade. Kim sofreu alguns problemas físicos, porém, nada grave se comparado aos que Krickitt vivenciou. Ela recebeu uma pancada muito forte na cabeça e, em virtude disso, perdeu a memória de muitas coisas, principalmente de tudo o que ela viveu com Kim. Agora, ele não passa apenas de um mero estranho para ela. É nesse momento de desespero, tristeza e agonia que ele se dá conta de que precisa reconquistar a sua mulher, mas, como?
“Havia cheques naquele pote dados por pessoa que, com eu sabia, mal tinham dinheiro para suas próprias despesas, e menos ainda para custear as minhas”.
Se eu tinha um coração duro para romances, ele foi amolecido assim que li essa obra e percebi, finalmente, como um livro romântico pode mexer com o sentimento do leitor. Essa história retrata vários campos, além do amor, da fidelidade, do companheirismo, do esforço e, acima de tudo, da fé. A vontade que Kim tinha, a sede de ver sua esposa recuperada é algo emocionante e fora do comum.

Achei a narrativa um pouco forçada em alguns momentos, não porque foi ruim, mas porque o autor focou demais em um ponto e poderia ter focado mais em outros. Estava tão envolvida na história que nem me importei com esse fator, essa é a verdade. O que mais me surpreende é o fato de tudo isso ser real, não ser uma história da carochinha. Eu não podia parar de ler, não conseguia deixar a leitura para depois, precisava saber o estado de Krickitt e me surpreendi.

Há aqueles que reclamaram do excesso de cristianismo presente no livro, outros que acharam a história clichê. Poderia até considerar e apoiar que o cristianismo foi bastante trabalhado e até daria para ser reduzido, certo, sem contestar. Mas, história clichê? Convenhamos, não estamos lidando com uma obra escrita por Nicholas Sparks que ele pinta e borda um “fim” milimetricamente clichê. Estamos diante de algo verídico e, poderia ser o que fosse, nada tira o mérito da repercussão que o relato deles causou e todo o processo conturbado que o casal vivenciou. As pessoas estão acostumadas com ficção água com açúcar e, quando se deparam com a realidade de alguém, apenas preferem relatar que é tudo clichê como se fosse fácil viver tudo o que eles passaram.
“Foi necessário que algo devastador acontecesse para que eu percebesse que vencer não é tudo na vida”.

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