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Resenha: Máscara – A vida não é um jogo

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Título: Máscara – A vida não é um jogo
Autor: Luiz Henrique Mazzaron
ISBN: 9788542800555
Editora: Novo Século
Ano: 2013
Páginas: 368
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Sinopse:
Máscara - No mundo de Domus, a morte é a moeda que alimenta o jogo. E a verdade pode custar a vida.
Liam é um garoto que viveu por muito tempo isolado devido aos constantes castigos do sádico tio, um carrasco ex-militar. Porém, inesperadamente, surge uma entidade maléfica, uma figura das trevas trajando uma máscara, e passa a o perseguir, levando-o a participar de um jogo num mundo surreal, chamado Domus.
Junto a um grupo, Liam parte para uma experiência alucinante, em que os pecados da humanidade serão colocados em xeque, como numa espécie de julgamento. Um combate onde o principal objetivo do adversário é mostrar o quão odiosa é a raça humana…
Mas ainda há muitos mistérios que rodeiam este intrincado jogo. Por qual motivo a criatura possui tamanha obsessão por ele? E vale a pena prosseguir, já que a morte é a única certeza?

Resenha:
Que os jogos comecem!

Para os leitores que estão familiarizados como os filmes Jogos mortais, certamente, ficarão com uma grande queda por Máscara. O livro é cheio de surpresas do início ao fim e, quando você pensa que está acabando, eis que muitas coisas surgem e deixam-nos abismados.

Quando vi a capa do livro, o título e li a sinopse, jamais imaginei que teria uma grande semelhança com o filme. Mas, de uma coisa tive certeza: cada personagem clama pela vida, eles desejam ardentemente a liberdade quando estão próximos da morte. É inegável a qualidade que o autor tem de criar tantos cenários e tantos personagens. A personalidade de cada um foi bem explorada e a narrativa demonstra ao leitor o medo presente em cada fala.
Ação é o verbo contido no livro e que encanta, assusta e surpreende-nos. Quando o leitor não está dentro da história, poderá sentir a narrativa um pouco cansada e um ritmo devagar em alguns momentos. Porém, desde o início consegui embarcar no sofrimento de Liam e fiquei abismada com cada percalço sofrido.
“Já que estamos falando de você, tenho uma coisa para lhes avisar. Qualquer um de vocês pode morrer, ou seja, se uma pessoa morrer, vocês ficam com uma pessoa a menos para usar nas portas coloridas. Trabalho em equipe é fundamental aqui, até mesmo para vocês que condenam a humanidade pelos seus atos, sem olhar para os próprios. Nesse novo mundo, vocês não encontrarão pessoas. A sociedade moderna é individualista. Ela é uma predadora que não perdoa o fraco. Portanto, aqui não haverá nenhum ser humano” (p.136).
Depois de ver a morte de perto, você entende o valor real da vida!

Liam é um garoto que está sob os cuidados do carrasco tio. Quando ainda era bebê, seus pais adotivos foram brutalmente assassinados e então o sádico tio passa a cuidar do menino. No entanto, ele é maltratado e, muitas vezes, obrigado a ficar trancado no quarto de castigo.

Quando o menino menos espera, uma assistente social surge em sua casa e o salva daquele martírio. Ao tentar fugir, Liam é pego pelo tio e, na tentativa de se defender, acaba matando-o e o garoto acaba indo para um orfanato. Seu jeito doce, recatado e inocente conquista os policiais Ryan e Craig que fazem de tudo para que o garoto seja bem cuidado e esteja sempre bem protegido. Porém, as coisas não são como eles imaginam e alguém está atrás do garoto para pegá-lo; os policiais apenas não sabem quem e o porquê.
Liam está envolvido com uma entidade, ninguém sabe os motivos e nem qual o tipo dela. Contudo, uma coisa é certa: tentar ajudar o garoto é sinônimo de morte. Você escolhe: poderá ajudar o doce e encantador Liam ou ser morto. É aí que tudo começa. Uma luta desenfreada para estar vivo surge e apenas os gratos sobreviverão. Façam suas apostas, pois o jogo já começou!
“Olhou para a parede oposta a que estavam. Ramón estava sobre um homem e o esfaqueava freneticamente. Logo ao lado, uma moça ensanguentada. Suas costelas estavam à mostra, o intestino saltava para fora como uma serpente, seus longos cabelos negros agora estavam tingidos de vermelho, grudados no rosto” (p.150).
Alguns são tão ingratos por estarem vivos, mas você não, não mais.

Quando imaginamos que as aventuras de Mazzaron acabaram, eis que ele surge com outras para despertar o leitor. Acredite: é impossível ler essa obra antes de dormir. O sono vai embora, as horas voam e a gente nem percebe. As páginas parecem que não acabam nunca e a vontade é de virá-las desesperadamente para saber o motivo de tanta agonia e sofrimento.

Não, nada acabou. O garoto passa por maus e péssimos bocados. Como se fosse pouco, Liam acaba em um lugar cheio de pessoas que fizeram algo que a sociedade julga como errado, eles são: assassinos, traficantes, prostitutas, ladrões, corruptos... Todos desejam sobreviver, no entanto, apenas alguns terão esse privilégio. O jogo começa, mas nem todos sabem jogar. Aqueles que mais trapaceiam precisam confiar em um desconhecido: Liam. Ele é a peça chave para escolher quem deve sobreviver ao jogo no Domus.
A capa do livro é chamativa. A diagramação é bem simples; o espaçamento, a fonte e as páginas amareladas proporcionam uma leitura agradável. A escrita do autor é algo muito bem feita, todavia, acredito que a editora poderia caprichar um pouco mais na revisão. Embora não tenha sido perfeita, esse livro possui uma das melhores correções que já tive em mãos da Novo Século. A obra pode não possuir uma história que tem o gênero literário preferido de todos os leitores, porém, certamente será um daqueles que te conquistará independente se você é fissurado por esse estilo ou não. Vale a pena embarcar nesse mundo e entrar no jogo. Porém, cuidado: ele vicia! Agora só me resta aguardar o segundo volume.
“Existem médicos do corpo e médicos da alma. Felizes são aqueles que conseguem reunir as duas profissões. Prepare-se” (p.158).

*As frases em negrito foram tiradas dos filmes Jogos Mortais


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