Autor: Renan Carvalho
ISBN: 9788581636795
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 440
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Sinopse:
Imersa em uma ditadura implacável, a isolada cidade de Acigam sofre com a ameaça da guerra civil. De um lado, a Guilda, um grupo que utiliza os ensinamentos da Ciência das Energias para exigir direitos para a população. Do outro, um governo tirano, resguardado por soldados especialistas em aniquilar magos — nome vulgar dado aos praticantes da tal ciência. No meio desse conflito vive Leran, que, após ser tragado para a rebelião, tenta aprender mais sobre sua misteriosa habilidade de encantar objetos com a energia dos elementos.
Resenha:
Supernova: O Encantador de Flechasé um livro que vai acertar o coração do leitor em cheio; não pense que esse trocadilho é pura jogada de marketing não. Essa é a segunda edição do autor. Renan Carvalho publicou a obra em 2013 pela editora Novo Século e foi esgotada rapidamente. Este ano tudo mudou: a obra ganhou nova edição, desta vez, publicada pela editora Novo Conceito com o selo Novas Páginas; além de conter ilustrações inéditas e um capítulo extra.
Renan Carvalho usou e abusou da sorte. Porém, esse não foi o elemento principal para fazer com que sua obra conquistasse tantos corações. Além de um conjunto de fatores, o ápice de tudo foi um só: talento. Isso o autor tem e ai de quem ouse refutar essa ideia. O autor mesclou dois gêneros que são um dos mais cobiçados: fantasia e distopia. O resultado não poderia ser diferente do atual.
“Nesses anos de aulas, aprendi sobre a verdadeira lei que orienta o mundo. Trata-se de energias presentes em todos os lugares, inclusive dentro de nós. Dezoito delas no total, tomando a forma de cada um dos elementos existentes” (p.25).
Acigam é uma cidade não tão incrível e muito bem descrita por Renan. Não há contato com o exterior ou, ao menos, tudo relacionado a isso é considerado proibido. Os funcionários do governo exercem uma atividade um tanto quanto estranha: eles repelem qualquer meio de propagação de habilidade mágica. Este é o grande desejo das pessoas, visto que alguns possuem habilidades e, as que não têm, apenas temem o poder dos mais fortes.
O autor cria um mundo moderno e sofisticado. Existe uma sucessão de avanços científicos e o homem aprende a observar os fenômenos naturais. Através disso, eles desenvolvem estudos aprofundados sobre as energias que servem de matéria-prima para tudo. É algo fora do comum e que deixa o leitor antenado a cada detalhe.
“- Depois de alguns meses discutindo, foi decidido que deveríamos pressionar os líderes da cidade para que atuassem com ações mais democráticas, assim como acontece em outros lugares do mundo” (p.59).
Enquanto o mundo é repleto de avanços, Acigam parece retroceder. A cidade padece diante da tamanha ignorância de seu povo e do poder exacerbado que o governo exerce sobre eles. A submissão é algo lamentável e visto com um grande teor. Leran é o personagem em destaque e que nasceu nessa tão retrógada cidade. Entretanto, o fato de ela ser não quer dizer que o jovem também será. Pelo contrário, ele é bastante sonhador e um ótimo arqueiro. Determinado, o que ele mais gosta é de estar com seu avô em suas aulas secretas em que aprende a manipular uma espécie de ciência.
Além de Leran, a obra também retrata sobre a jovem Judra. Ambos narram a história, de forma intercalada. As incógnitas que Judra deixa durante a leitura podem deixar o leitor intrigado, de tão misteriosa que ela é. Contudo, parece que isso é apenas um atrativo para o jovem, pois surge uma afinidade indelével entre os dois.
“Cubro os olhos para não ver a brutalidade e me sento no canto do quarto, chorando ao me encolher, como se eu fosse novamente a garota escondida no armário. Permaneço retraída, de olhos fechados, quase sem respirar. Evito qualquer ruído capaz de denunciar minha presença” (p.215).
Se você gosta de aventura e muita ação, certamente, ficará satisfeito com a obra. Compreenderá a criação do mundo, a verdadeira lei que o orienta e as energias presentes em todos os lugares; além de fazer menção sobre Fogo, Ar, Luz, Água, Terra e Trevas. É para encantar. Para entender, basta ler e admirar.