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Resenha: Insana

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Título: Insana
Autora: Susannah Cahalan
ISBN: 9788581741550
Editora: Belas-Letras
Ano: 2015
Páginas: 300
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Sinopse:

Insana - Uma jovem jornalista com uma carreira promissora em Nova York se vê aprisionada em sua própria insanidade com uma doença que nenhum médico consegue diagnosticar. A rotina no jornal onde ela trabalha é substituída por inexplicáveis alucinações, surtos e ataques de paranoia - os mesmos sinais atribuídos a casos de possessão. Poderia se tratar de um episódio de House, mas é a história de Susannah Cahalan, que escreve o período de terror em que se transforma em desconhecida para si mesma e seus familiares. Sem poder contar com a memória para escrever sua reportagem mais difícil, Susannah recorre aos próprios rascunhos do período em que esteve doente, além de relatos de médicos, familiares, namorado e documentos para construir um drama psicológico sobre os caminhos misteriosos e assustadores do nosso próprio cérebro.

Resenha:

Susannah tem uma vida normal, um bom namorado e uma carreira promissora como jornalista no New York Post. Porém, uma infestação de percevejos começa a inquietar a autora/protagonista. Seria ali que começou a sua loucura? Nem ela sabe dizer. Porém, de um dia para o outro, ela ficou paranoica imaginando percevejos em todos os lugares. E, daí em diante, tudo piorou.

A paranoia virou distração, surtos, alucinações e até convulsões. Porém, inicialmente, ao ir ao médico e fazer uma bateria de exames, nada foi diagnosticado. Porém, Susannah continuava piorando. O médico afirmou que era excesso de bebidas e que ela deveria ser menos festeira. Porém, isso não era a verdade.
Após um forte surto, Susannah é, finalmente, internada. E seus piores dias estavam apenas começando. As alucinações aumentavam, ela tentava fugir do hospital e os ataques de fúria se tornavam frequentes.  Nem mesmo seu próprio pai conseguia se aproximar dela sem receber uma saraivada de desaforos. E o pior: os médicos não conseguiam descobrir qual era a sua doença.
“Projeto-me à frente, mas meu corpo bate em alguma coisa. Meus dedos encontram uma vestimenta de malha rígida, que envolve minha cintura e me prende a cama como se fosse uma... qual é mesmo a palavra? Como se fosse uma camisa de força” (p. 11).
Uma equipe de médicos foi formada e o objetivo era um só: descobrir que doença estranha era aquela. Seria o físico influenciando o lado psicológico ou o contrário? No meio de tantas tecnologias, por que nenhuma delas era capaz de descobrir o que Susannah tinha? Seria aquele um caso único?

O drama da autora é tocante e comovente. Em algumas partes conseguimos sentir suas dores, suas angústias e até mesmo o estranhamento de parecer não estar no próprio corpo. Afinal, não deve ser nada fácil passar de uma promissora jornalista para uma mulher tida como completamente insana.
Ou seja, para quem gosta de uma trama com uma forte pegada psicológica, esse é o livro ideal. A investigação da personalidade, hábitos e até mesmo do próprio cérebro é profunda na obra. Para quem se interessa por esses assuntos será um prato cheio; porém, quem desconhece a área, como eu, pode ter um pouco mais de dificuldade pela abundância de termos técnicos.
“O tapete oriental raspou contra a minha bochecha.
Manchas ovais de sangue maculavam o seu desenho.
Os gritos estridentes de minha mãe.
Eu tinha caído no chão e mordido a língua, e estava me debatendo como um peixe fora da água. Meu corpo se contorcia em movimentos esdrúxulos” (p. 75).
Por se tratar de autobiografia, a narração é feita em primeira pessoa. Contudo, quem espera um livro romanceado, com um enredo intrincado, certamente vai se decepcionar. Quem resolver se aventurar na mente da protagonista deve estar preparado para algo bem real, uma narrativa quase jornalística e um drama pessoal fortíssimo.

Se o livro cumpre o que promete, a parte física também não deixa a desejar. A capa é simples, porém, combina com a obra. A diagramação também é comum, contudo, muito confortável, com letras e espaçamento em bom tamanho. Além disso, não tenho o que reclamar da revisão e tradução, que estão ótimas.

Em linhas gerais, Insana é um bom livro para quem não está acostumado com o gênero ou tem pouco conhecimento em psicologia; porém, excelente e muito construtivo para quem se interessa por ambas as áreas. Cabe ao leitor saber o que esperar, dependendo do seu campo de interesse.
http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2015/04/top-comentarista-de-abril.html
 

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