Título: Sherlock Holmes no Japão
Autor: Vasudev Murthy
ISBN: 9788582861844
Editora: Vestígio
Ano: 2015
Páginas: 224
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Sinopse:
No navio, seu calmo e distinto colega de cabine é assassinado a apenas uma porta de distância. Ao mesmo tempo, nas casas de ópio de Xangai e nos becos de Tóquio, homens sinistros fazem planos malignos. E o Professor Moriarty observa o mundo, elaborando um mapa para a dominação mundial. Apenas um homem pode confrontar o diabólico professor. Apenas um homem pode salvar o mundo. E esse homem sobreviveu às Cataratas de Reichenbach! Sherlock Holmes no Japão segue a tradição de muitos livros que tentam preencher uma lacuna da cronologia oficial de Holmes, após Reichenbach e antes de ele ressurgir em Londres, três anos depois. No entanto, este romance sério-cômico eleva radicalmente as apostas – com Sherlock Holmes e Dr. John H. Watson encontrando um competidor (ou competidora) à altura. Uma perseguição emocionante, que vai deixar você sem fôlego.
Resenha:
“É mais seguro viver nos sonhos, meu amigo.
Lá, encontramos os amores que nunca tivemos.
Lá, ouvimos a música mais bonita, que
o mundo real não merece ouvir” (p.159).
Difícil saber como iniciar uma resenha quando o assunto é Sherlock Holmes. O primeiro livro que li foi de Conan Doyle e que me apresentou esse incrível mundo do grande e amado detetive. Quando li O cão dos Baskerville, tive a imensa satisfação de conhecer tanto Holmes quanto o Dr. Watson. Era muito nova, mas mesmo assim esse livro foi o precursor para que eu criasse o gosto pelo universo literário.
Desse dia em diante, tudo o que é relacionado ao grande detetive me enche os olhos com pura satisfação. Não sei se é possível fazer uma resenha digna do que realmente o livro vale, mas sei que tudo o que eu disser não será suficiente para explicar o quanto a obra merece destaque.
Não sei também se essa paixão avassaladora é decorrente do meu amor, desde a infância, ou se realmente todos apontariam esse livro como inesquecível; ouso dizer que é a mistura dos dois. Portanto, perdoem-me a resenha positiva ao extremo, mas não saberia apontar pontos negativos no livro de Murthy.
“- Dr. Watson, tudo o que posso dizer é que há um grande perigo pairando sobre nós. Temos que agir com o máximo de cautela e não correr riscos desnecessários ou engajar em amizades dispensáveis. Por alguma razão que desconheço, fomos advertidos” (p.25).
O ano é 1893, estamos no Japão e é onde a história toma um rumo diferente do esperado. Os jornais anunciam diversas manchetes, dentre elas, são: “Rei Kamehameha III, do Havaí, declara o Dia da Restauração da Soberania”; “Tensão entre China e Japão cresce por causa da Coreia”; “Sacerdote sênior no Templo Kinkaku-ji é encontrado morto em circunstâncias misteriosas”. Como se essas notícias não fossem o bastante, o Dr. John H. Watson recebe uma estranha carta de um amigo que, supostamente, está morto. Então, ele decide ir para Tóquio para descobrir o que está, de fato, acontecendo.
No entanto, no navio onde Watson está viajando, o senhor Kazushi Hasimoto é assassinado. Ele é encontrado com uma adaga atravessada nas costelas. Agora, é preciso desvendar o autor do crime e os motivos que o levaram a fazê-lo. Murthy cria uma história séria e, ao mesmo tempo, cômica. Deixa o leitor fascinado, intrigado e ansioso para descobrir os detalhes.
Além de todos os elementos incentivadores para a leitura, o autor ainda nos brinda com uma frase inspiradora no início de cada capítulo. Sem contar que a diagramação é toda trabalhada com a marca japonesa, o que dá um ar todo diferenciado. A obra não peca por falta e nem por excesso. Quem é apaixonado por Sherlock, assim como eu sou, certamente ficará mais encantado ainda. Quem não é, possivelmente, olhará a obra com outros olhos e sentirá certo carinho por esse detetive incrível, além de Watson, que não podemos deixar de lado.
“Quem vive no poderoso Mar, meu amigo? Os peixes e os espíritos observam silenciosamente enquanto avançamos, impulsionados pelos ventos relutantes, que sabem exatamente se é a desgraça ou a glória que espera por nós” (p.37).
É difícil descrever maiores detalhes, pois isso são elementos que fascinam o leitor. As páginas são poucas, mas são suficientes para nos prender, nos descabelar e nos ansiar por mais Holmes, por mais Watson, por mais crime, por mais mistérios e por mais descobertas. Impossível não desejar mais livros de Murthy quando o enredo não nos deixa a desejar.
Não preciso indicar a leitura, essa resenha é o suficiente para fazer isso. Pedir para ler Sherlock Holmes no Japão, depois de tudo que já foi dito, seria redundância.
“Quando você aceita que não sabe nada, depois de anos de estudo e experiência, começa a busca por um professor que saiba mais do que você. O manto do tempo nos encobre de escuridão, meu amigo. Mas o professor em nosso coração nos enche de luz, e não temos medo” (p.116).