Título: Cleópatra
Autora: Arlete Salvador
ISBN: 9788572446372
Editora: Contexto
Ano: 2011
Páginas: 160
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Sinopse:
Reproduzida pelos pintores, biografada por escritores, representada por estrelas de cinema, Cleópatra é um dos grandes mitos da História. Optando por um olhar inovador e contemporâneo, a autora deste livro capta uma Cleópatra sedutora e fascinante, mas também culta e inteligente, uma mulher do nosso tempo no Egito de 20 séculos atrás. Cleópatra possuía uma cultura invejável: grande negociante, estrategista militar, falava pelo menos oito línguas e era versada em filosofia, alquimia e matemática. Distante da imagem de simples objeto sexual, que certos filmes e livros tentaram passar, Cleópatra era uma política hábil e uma líder respeitável, em um período fundamental para a consolidação do poder de Roma.
Ao optar por um olhar desmistificador, Arlete Salvador, jornalista especializada em política, nos apresenta um livro fascinante. Ao se decidir por uma narrativa leve, sem erudição desnecessária, nos revela uma rainha mais próxima do leitor, com dúvidas e inquietações que poderiam ser de qualquer um(a) de nós. Daí que o livro, escrito com surpreendente bom humor, é daqueles que se deixa ler com grande prazer.
Resenha:
Quem era Cleópatra? Ou melhor, quantas facetas uma das mulheres mais interessantes de todos os tempos tinha? Em busca de respostas, Arlete Salvador escreve esse estudo de forma leve, direta e bem fundamentada. O verdadeiro objetivo é separar o mito, que também tem seu charme, da Cleópatra real, astuta e inteligente.
A mais famosa rainha do Egito, sem dúvidas, era uma mulher à frente de seu tempo. Sem se prender a juízos de valor alheios, fazia o necessário para alcançar o que realmente almejava. Ela bailou na face de uma sociedade machista, se envolveu com um poderoso general e desafiou o temido império romano. E mesmo assim tem gente que ainda imagina que ela foi apenas um objeto sexual.
Alguns devem estar se perguntando: e a Cleópatra bela e misteriosa que eu tanto ouço falar, não existiu? De acordo com Arlete, novos estudos e descobertas arqueológicas mostram que ela era realmente uma mulher sedutora; entretanto, diferente do que se imagina, seu grande trunfo não era a beleza. Com uma fisionomia “nem bela e nem feia”, chamava a atenção pela inteligência, intelectualidade e ousadia.
“Além do aspecto político, a vida de Cleópatra tem amor, sexo e sedução” (p. 11).
Diferente das mulheres da época, Cleópatra era uma mulher estudada, sabia muito de história e filosofia; era versada em “ciências misteriosas” como a alquimia e ainda era mestre em estratégia militar. Entre tantas ovelhas indefesas, Cleópatra se distinguia por ser uma fera. E exatamente por isso era cobiça por muitos e odiada pelos demais.
Porém, não é apenas do mito da beleza dessa ilustre rainha que o livro se trata. Arlete também aborda a famosa história de como Cleópatra deu fim a sua vida. Teria ela realmente mesmo se matado com a picada de cobra? Será que ela realmente conseguiu fazer isso dentro de uma “prisão domiciliar”? Aliás, antes de morrer, ela realmente amou dois dos homens mais poderosos do mundo? Era realmente lasciva como dizem? Todas essas respostas, e muitas outras, você encontrará ao ler esse livro.
O que mais me chamou a atenção na obra foi o extenso conteúdo sobre o Egito antigo; e tudo isso através de uma escrita leve e descomplicada. A autora nos contextualiza aos acontecimentos da época para que possamos entender ainda melhor o quão formidável e estrategista a rainha realmente era. E, claro, também para quebrar alguns tabus que se perpetuaram por séculos.
“A aparência física de Cleópatra talvez permaneça um mistério para sempre (...). Os autores clássicos são econômicos ao fornecer detalhes físicos. Justamente por isso, acredita-se que os atributos físicos dela fossem secundários – ela não tinha nenhuma característica de beleza destacada, mas também não era nenhum monstro” (p. 36).
Além da excelente escrita, outro ponto que é digno de nota é a diagramação preparada pela Editora Contexto. O livro é ricamente ilustrado, cheio de pinturas, símbolos egípcios, mapas e quadros explicativos, o que torna a leitura ainda mais dinâmica e prazerosa, deixando o conhecimento muito mais acessível.
Não obstante a riqueza visual, outro ponto que merece ser mencionado é a farta e confiável bibliografia utilizada. A autora recorre, até mesmo, a biógrafos dos tempos antigos como Dio e Plutarch. Para quem não sabe, eles foram quase contemporâneos da Cleópatra; não a conheceram pessoalmente, mas recolheram testemunhos de quem chegou a ter convivência com ela. Isso dá ainda mais propriedade das teorias apresentadas pela autora.
Desta forma, com todo esse rico material, fica impossível não indicar a leitura do livro, principalmente para quem se interessa em conhecer mais sobre essa misteriosa mulher. E mesmo que você não faça parte desse grupo, aposte nessa obra; tenho certeza que ela irá te agradar.
“Roma caminhava para uma guerra decisiva entre os seus dois mais importantes líderes, e Cleópatra estava bem no meio dela” (p. 113).