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Resenha: Zulu

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Título: Zulu
Autor: Caryl Férey
ISBN: 9788582861868
Editora: Vestígio
Ano:
2015
Páginas: 304
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Sinopse:
Quando criança, Ali Neuman fugiu de sua terra natal para escapar das milícias do Inkatha, em guerra com o partido rival, o Congresso Nacional Africano. Ele e sua mãe foram os únicos membros da família a sobreviver àqueles anos de terror, e Ali carrega traumas, emocionais e físicos, que não compartilha com ninguém.
Hoje chefe da polícia criminal de Cape Town, vitrine da África do Sul, Neuman tem que lidar com dois terríveis flagelos que assolam a primeira democracia da África: a violência e a AIDS. Seu trabalho se complica quando a filha de um ex-campeão mundial de rugby da elite branca é encontrada brutalmente assassinada, com vestígios de uma droga desconhecida no sangue. Ali Neuman, Dan Fletcher – o jovem braço direito do capitão zulu –, e o turbulento tenente Brian Epkeen parecem andar em círculos na investigação, seguindo uma pista falsa após a outra, enquanto a carnificina se intensifica. Ainda que o apartheid tenha sido extirpado da cena política, velhos inimigos continuam agindo à sombra da reconciliação nacional.
Carregado de violência e desvelado por um texto primoroso e premiado, Zulu é um raio-x estarrecedor da realidade criminal de uma nação marcada por desigualdades e contradições.

Resenha:
Se eu tivesse de classificar o livro com apenas uma palavra seria: inusitado. Iniciando pelo autor, Caryl Férey é um francês e seu livro é ambientado na África, além de contar com guerra, sangue, muita morte e tráfico – o que não poderia faltar.

Este não é o livro de estreia do autor, em 1994, Férey lançou “Com um anjo sobre os olhos”, “Haka”, além de ganhar diversos prêmios importantes. Através de Zulu, livro publicado em 2008 na França (mas apenas este ano aqui no Brasil), o autor ganhou vários prêmios importantes.

Se você está em busca de uma obra recheada de adrenalina, sem dúvidas você está no lugar certo. Férey envolve drama, ação, mistério e tudo o que você quiser. A imaginação do leitor é pouca pela qualidade e quantidade de ideias contidas na mente do autor. Não queira apostar, certamente você irá perder.

A realidade descrita na África do Sul é invejável por sua perfeição e lastimável por sua verdade. Não existe ilusão, o autor não nos prega peças fantasiosas. Infelizmente é algo real, palpável, porém, inimaginável – não se quer acreditar.

Em meio a tantas atrocidades, é evidente que mais uma aconteceria: a filha de um ex-campeão mundial de rugby da elite branca é brutalmente assassinada. Ela foi encontrada com vestígios de uma droga desconhecida no sangue. Além do mistério de saber o assassino, o tipo de droga é um enigma também.
Constatou-se que a vítima teve relações sexuais antes de falecer, mas não há indícios se foi com consentimento ou foi estupro. Mais uma dúvida no ar e um desespero para o pobre leitor. Férey não tem piedade e lança diversos suspenses para nos prender – e consegue com maestria.

Os detalhes passam a ser ligados como se formasse um quebra-cabeça. A jovem era branca... Então será que o crime foi cometido por um negro simplesmente por racismo ou foi por uma pessoa também da elite branca? Os mistérios não acabam, a ansiedade não cessa e a sede pelo livro parece não ter fim.

Existem dois investigadores: Ali Neuman – um homem que, quando criança, fugiu de sua terra para escapar das milícias do Inkatha. Ele e sua mãe foram os únicos da família a sobreviver àqueles anos de terror, além de carregar marcas tanto físicas quanto emocionais que prefere guardá-las para si; e o tenente Brian Epkeen.

Embora tenha lido parcialmente o exemplar de divulgação e o restante no exemplar original, senti que a revisão ficou um pouco abalada, além de a tradução não ter sido uma das melhores em alguns momentos. Porém, acredito que isso seja um pequeno detalhe, em vista da tamanha qualidade presente na obra. O leitor nem sequer liga para os deslizes, pelo menos comigo foi assim – e olha que sou bem crítica com isso.

Outro diferencial que notei na obra foi a capa. A editora Vestígio está investindo em capas com novos modelos, fugindo do padrão, o que estou adorando, inclusive pelo fato de conter orelhas.

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