Autor:David Eddings
ISBN:9788576572169
Editora:Aleph
Ano:2015
Páginas:408
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Sinopse:
Após dez anos de exílio, Sir Sparhawk, cavaleiro da Ordem Pandion, retorna a Elenia e encontra sua terra natal imersa em sombras. O inescrupuloso Annias, primado da Igreja e membro do Conselho Real, manipula o débil príncipe regente para governar de fato, visando seus próprios interesses. A legítima soberana, Ehlana, acometida por uma estranha doença, jaz adormecida em seu trono, protegida por uma barreira de cristal. Graças a um poderoso feitiço, seu coração ainda pulsa, mas ela não resistirá a menos que uma cura seja encontrada antes que transcorra um ano. Sparhawk parte, então, em uma busca obstinada para salvar sua rainha e seu reino, travando uma luta incessante contra o tempo, as autoridades vigentes e toda sorte de perigos – reais e sobrenaturais. Nessa jornada de luz e sombras, ele contará com a ajuda de seus irmãos de armas, de seu escudeiro fiel, de uma feiticeira, de um jovem ladrão e de uma misteriosa menininha, cujas origens são desconhecidas.
Considerado por jogadores de RPG um dos melhores títulos que representam uma quest épica, o livro é o primeiro volume da trilogia Elenium.
Resenha:
Eosia é um grande continente e que, depois de muitos anos em batalha, se encontra em relativa paz. Isso se deu porque a Igreja conseguiu, através de suas ordem militares, pacificar os povos e convencê-los de que a instituição religiosa merecia ser temida e respeitada. Mesmo que cada reino tivesse seus governantes, a igreja era soberana e ponto final.
Contudo, até mesmo dentro das ordens religiosas existiam pessoas ambiciosas e que queriam o poder para si. Isso, como sempre, gera mortes e problemas. Por causa de um jogo de interesses, a tensão começou a pairar no ar daquelas terras pacificadas. Não obstante, a rainha de Elenia, Ehlana, adoece de maneira muito suspeita e fica entre a vida e a morte. Apenas um feitiço pagão a mantém viva, sentada em seu trono, dentro de uma grande estrutura de diamante.
Se tudo isso não fosse o bastante, aparentemente os deuses pagãos parecem querer mostrar a sua força novamente. Além disso, alguns povos dominados começam a mostrar insatisfação pela dominação da Igreja. Com tantos elementos problemáticos, só uma coisa é certa: muitas aventuras e intrigas virão.
“Por vezes, em Pelosia, há rumores de que a sombria figura do troll-anão imortal assombra as bordas pantanosas do Vnne nas noites desprovidas de lua. Desde então, por conta de seus membros defeituosos, Ghwering não ousa entrar nas águas negras do lago para sondar suas profundezas, mas ele ronda as suas margens, ora lamuriando seu desejo imenso pela Bhelliom, ora dançando e uivando de frustração por ela não lhe responder” (p. 15).
Partindo da premissa acima apresentada, David Eddings cria uma fantasia madura, com uma trama inteligente e personagens bem delineados e cativantes. Pensando nos mínimos detalhes, o autor consegue traçar uma linha de intrigas verossímil e uma disputa pelo poder inquietante. Digo inquietante porque, apesar de se passar em um mundo fantástico, é impossível não ver as semelhanças com nossa realidade.
Aliado a esses aspectos, a trama ainda ganha com a escrita do autor. Apesar de a obra ter elementos característicos da fantasia que a deixam um pouco mais lenta, como nomes e lugares estranhos, criaturas mágicas novas, deuses ancestrais e etc, o autor consegue acelerar a leitura nos demais momentos com diálogos interessantes e diversas reviravoltas.
Outro ponto alto da narrativa são os personagens. Sir Sparhawk, na minha concepção, é o grande destaque. Apesar de ser um cavaleiro e protetor da rainha, possui um aura cativante tão intensa quanto sua responsabilidade e zelo pela sua soberana. Sephrenia também merece destaque por ser uma mulher forte, inteligente e uma feiticeira poderosíssima. Além deles, ainda se sobressai Kalten, que é perigoso como um matador profissional e tem um humor como de uma criança. Os três, atuando juntos, formam uma combinação surpreendente e imprevisível.
“– Um homem precisa de alguns vícios, Sparhawk. Isso lhe dá algo para se arrepender quando ele vai à capela” (p. 67).
A obra também é enriquecida pela excelente parte física desenvolvida pela editora Aleph. A capa é maravilhosa, tem total relação com a obra e também com o gênero no qual o livro se insere. A tradução e revisão também estão excelentes, o que torna a leitura mais agradável. Além disso, a diagramação está boa: possui mapas que ajudam a localizar-nos espacialmente dentro do enredo, uma fonte mediana e um espaçamento excelente.
O Trono de Diamante, sem dúvidas, me surpreendeu com seu enredo e com a constituição dos personagens. Um livro maduro, bem escrito e que consegue envolver o leitor sem dificuldades. Se você procura uma boa fantasia, essa obra é perfeita para você. Leia, você não irá se arrepender.