Sem Clima para o Amor é um livro divertido, daqueles que te faz suspirar. A principal personagem, Clare Wingate é assim, uma hora sofre porque o vestido rosa-choque não será mais usado, num outro momento pega o namorado em posição constrangedora com outro homem e depois, quando decide dar uma trégua e se dedicar apenas ao trabalho, encontra o amigo de infância, Sebastian Vaughan. Os beijos são inesquecíveis e ela não tem vontade de ir embora.
Resenha:
“Sem clima para o amor” é um daqueles livros que poderia virar filme. A obra te faz rir do início ao fim. A protagonista se chama Clare, escritora de romances históricos e filha de Joyce Wingate.
Clare conhece Lonny em uma exposição de Degas. Para ela, é um cara perfeito: o romântico; diferente dos arrasadores de coração que já passou por sua vida. Após um ano de namoro, Lonny se muda para casa de Clare. Ele pede-a em casamento, o que é prontamente aceito.
Traída pelo seu noivo com o homem que havia consertado sua máquina de lavar, Clare não pensava em fazer mais nada. Queria ficar em casa e afogar suas mágoas. Porém, ela tinha de ir ao casamento de sua melhor amiga, Lucy. Ao ouvir os votos de compromisso, ela sentiu seu coração em pedaços. Estava feliz por sua amiga, mas o que vira em seu closet, horas antes, ruiu a esperança de um amor eterno para si.
“Ela escrevia sobre amor. Histórias profundas, emocionantes, lindas. Mas era um fracasso total no que dizia respeito ao amor na vida real. Como podia escrever sobre o amor? Saber sobre o amor e senti-lo, mas, ainda assim, entendê-lo tão mal? Várias vezes?” (p.43).
Em todo desenrolar da história, imaginei o livro sendo adaptado em um filme de comédia romântica. Clare seria a Jeniffer Aniston na versão morena e de olhos azuis, Sebastian seria o Adam Sandler.
Clare bebeu tanto que, quando acordou, estava deitada em um quarto desconhecido. Ela desesperou-se por ouvir o barulho do chuveiro: isso só lhe dava a certeza de estar acompanhada; só não sabia com quem.
“Não restava dúvida de que havia feito a mesma coisa de novo, e como nas vezes anteriores, não conseguia se lembrar dos detalhes importantes depois de um determinado momento da noite” (p.10).
Clare, após muitos anos, reencontra Sebastian Vaughan, seu suposto amigo de infância. Ele formou-se em jornalismo, sendo conceituado como um dos jornalistas mais bem-sucedidos do país e também publicara um livro. Vaughan passou anos de sua vida sem o pai e foi criado apenas pela mãe. Com a morte dela, Sebastian se vê sozinho.
O pai de Sebastian, Leo, é funcionário de Joyce. Ele trabalha há anos para a mãe de Clare e foi dessa relação de trabalho que eles se conheceram.
Sebastian passou por muitos momentos bons, contudo, também enfrentou momentos difíceis. Nos tempos de bonança, chegou a relatar sobre a diversidade da arte pré-histórica nas cavernas de Bornéu oriental, percorreu a Rota da Seda e chegou a ver a Muralha da China. Porém, os momentos difíceis chegaram e ele teve de enfrentar o Primeiro Batalhão do Quinto Regimento dos Fuzileiros Navais, tendo que percorrer o Iraque até Bagdá.
“Conhecia o gosto da fome e da violência, já vira as chamas do fanatismo ardendo nos olhos de homens-bomba e as esperanças de homens e mulheres corajosos, determinados a proteger a si mesmos e a suas famílias. Pessoas desesperadas olhando para ele como se pudesse salvá-las, mas a única coisa que podia fazer por elas era contar sua história” (p.27).
Além de muita comédia, o livro tem um drama bastante profundo, sem contar o romance que predomina por toda a obra. O processo que Sebastian vivenciou é de lição para todos. Não pelos momentos bons, mas por tanta coisa difícil que ele teve de enfrentar. Ainda, por saber que tem um pai e não receber o carinho dele. Fui criada sem um pai e sei como isso é difícil. Por mais que seja fictício, a trama mexeu muito comigo nesse quesito.
“Sebastian não sabia por que tinha tanta dificuldade de falar com seu pai. Já havia entrevistado chefes de Estado, assassinos em série e também líderes religiosos e militares, mas não conseguia pensar em nada para dizer a seu pai além de um comentário bobo a respeito do clima ou de puxar uma conversa superficial a respeito do jantar” (p.51).
Os diálogos de Sebastian são bem sarcásticos: ele provoca Clare de um jeito incrível. Meu personagem preferido, sem dúvida, é ele. Um cara descontraído e que não está preocupado em cantar a mulher com palavras doces e gentis. Preocupa-se em falar a verdade e, até mesmo, dizer algumas mentiras só para deixá-la irritada.
“Por que todo o mundo que afirma ser a reencarnação de alguém, diz ser de alguém famoso? É sempre de Joana d’Arc ou Cristóvão Colombo ou Billy the Kid. Nunca é nenhuma camponesa de dentes podres nem um marinheiro que limpava o banheiro de Cristóvão” (p.39).
A obra é uma boa pedida para aqueles que gostam de um romance mais descontraído. Confesso que a autora me surpreendeu nesse sentido. Não esperava dar tantas risadas com essa obra.
A diagramação desse livro é incrível. O design do título do livro em todas as páginas ficou bem diferente. A revisão impecável. A editora tem um cuidado incrível com esses três trabalhos: diagramação, revisão e capa. E, diga-se de passagem, muito linda. O sombreamento do contorno do vestido, da sandália, bem feitos. O contraste das cores também. Quarto livro lido da Geração Editorial e aprovadíssimo.
Título: Sem clima para o amor
Autor: Rachel Gibson
ISBN: 9788563420671
Editora: Geração Editorial
Selo:Jardim dos Livros
Selo:Jardim dos Livros
Ano: 2013
Páginas: 275