Título: Renovo: o poder de se reinventar
Autor: Fernando Moraes
ISBN: 9788581637938
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 112
Sinopse:
Atitudes positivas, reconhecimento por um feito artístico, envolvimento cognitivo com o que se gosta e o que se faz bem. Essas são algumas atitudes que fazem parte do Renovo.
O Renovo nos dá a possibilidade de fazer melhor, de ter esperança, de transformar o estado de fatalidade em felicidade mesmo que seja momentânea. É preciso se reinventar para que aconteça a mudança de vida.
O Renovo pode, e deve, fazer parte da vida de todos. Superar o que não serve mais e construir hábitos importantes, cada vez mais presentes. A transformação vem de dentro. É essencial querer mudar, procurar a renovação interna com inspirações que vêm de fora.
Pense nisso. Renove-se. Inspire-se. Mude.
Resenha:
Há quem pense que este livro se trata de apenas autoajuda; há quem discorde e o considere como uma dura realidade que enfrentamos e que precisamos refletir para mudar. Encontro-me no segundo tipo. Geralmente, as pessoas têm um certo preconceito com livros nessa linha. Aliás, com o que as pessoas não são preconceituosas? De fato, é difícil identificar um, ou melhor, diria que é impossível.
Renovo não é um livro comum, tampouco uma obra gigante que te deixa com sono. Mesmo em poucas páginas, o autor nos toca de maneira profunda e nos mostra como as pessoas são tão mesquinhas e egocêntricas. Ele nos faz entender a necessidade que temos em renovar, pois ele nos mostra que temos a possibilidade de fazer melhor, de transformar e mudar.
Qual foi a última coisa inspiradora que você fez? Qual foi a última vez que você elogiou alguém que você gosta? A arte de renovar consiste em olharmos nossos defeitos e observarmos as qualidades das pessoas. Os relacionamentos esfriam porque não se renovam; não existe carinho e romance no casal. O homem não compra flores à mulher; não saem para jantar fora; ele sequer dá um anel de compromisso para a jovem em sinal de amor e de demonstração de carinho.
“O Renovo se parece com o óleo que escorre para o seu coração, que frutifica a sua mente, que lhe dá sabedoria e discernimento para lidar com as coisas da vida. É preciso ser humilde diante das coisas que se sabe, prudente e generoso diante daquelas cujo conhecimento não se domina” (p. 18).
Querer a mudança está aquém de fazê-la. É necessário arregaçar as mangas e fazer o que todos sabem que precisa ser feito. Todavia, muitas vezes a preguiça predomina e deixamos de lado. Não renovamos no trabalho, nos estudos, em casa, no namoro, no casamento. São sempre as mesmas coisas e da maneira mais automática possível.
Não há vontade de se esforçar para ser melhor no trabalho, inventar novos meios, chegar mais cedo, produzir mais e melhor. Os estudos são sempre em último lugar, faz-se o que o professor manda – e ainda reclamando; as provas são feitas apenas para passar, pois não há preocupação em aprender. Não há pique para renovar em casa, mudar os móveis de lugar e pintar algum cômodo. Não há clima para jantar romântico, para um encontro caprichado com flores, aliança e carinhos que demonstrem o amor. O fato é que as pessoas colocam a desculpa de que não há tempo, porém, para o que elas querem fazer sempre há. Há o tempo, o dinheiro e o famoso jeitinho brasileiro.
Não se enganem, Fernando não aborda todos esses assuntos, apenas nos faz subentender cada um. Ele nos apresenta a consequência que o renovo nos proporciona; renova-se para transformar-se. Há quem busque mecanismos para reclamar de tudo: da roupa apertada, da roupa folgada; do sapato velho, do sapato novo que machuca os pés; da comida sem sal, salgada, reclama que está fria ou está quente demais; do calor, do frio, da chuva, do sol. Muitos motivos existem para reclamar e as pessoas encontram diariamente. Porém, analise: temos mais motivos para agradecer.
“Lidamos todos os dias com doentes da alma, que esbravejam por qualquer coisa, reclamam de tudo. Nada está bom, tudo é culpa de alguém. Essas pessoas estabelecem relações gélidas, sem emoção, como se tudo fosse ligado no automático” (p. 21).
Quantos pessoas são cegas e não podem contemplar a natureza, o rosto do seu amado e até mesmo as atrocidades que acontecem? Quantos não podem ouvir as reclamações, nem os poucos e rápidos elogios que algumas pessoas declaram? Muitos sequer tem o que comer, o que vestir e o dia seguinte é sempre um desespero, pois não se sabe o que esperar dele. A cada dia é um novo tormento, uma nova luta e uma contínua fome. Enquanto outros têm tudo isso, mas preferem reclamar do que não agradou. Muitos são ingratos e esquecem de agradecer o que tem. No entanto, a vida, automaticamente, ensinará a gostar e sentir saudades do que tinha. Quem tem e não valoriza acaba perdendo para quem tem sede em ter e sabe reconhecer isso. Não é uma praga, não é um desejo, é apenas a consequência.
De um modo informal, o autor faz o leitor refletir sobre a prática da esperança, da transformação. Não é novidade para ninguém sobre a necessidade de sermos humildes, de ajudarmos o próximo. No entanto, essa prática faz com que o renovo invada os dois corpos e transforma qualquer coração incontrito no mais brando dos corações.
“Para muitos, é fácil lidar com bichos, pelo menos em determinadas situações. Desde sempre ouço que 'o ser humano é um mistério, como é difícil lidar com gente'. Dito por um ser humano, isso soa como se ele estivesse fora do corpo, sem avaliar que essa dificuldade em muito tem a ver com a forma como nos comportamos diante dos outros; falamos de moralidade como se tivéssemos uma conduta irrepreensível, acima de qualquer suspeita, mas, ao mesmo tempo, compramos aparelhos falsificados para captar sinal de TV a cabo sem pagar a mensalidade, adquirimos CDs e DVDs piratas, isso quando o assunto é criticar o governo ou até mesmo falar do vizinho, somos a perfeição da natureza” (p. 24).