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Resenha: Cyberstorm

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Título:Cyberstorm
Autor:Matthew Mather
ISBN: 9788576572183
Editora:Aleph
Ano:2015
Páginas:368
Compre:Aqui

Sinopse:

Em meio a uma forte tensão política internacional, os Estados Unidos sofrem um grande ataque cibernético: todos os meios de comunicação começam a falhar. Ao mesmo tempo, uma forte tempestade de neve assola a cidade de Nova York, e uma possível epidemia de gripe aviária parece se aproximar. Presos na cidade e quase sem contato com o resto do mundo, os moradores de repente se veem imersos em um cenário verdadeiramente apocalíptico. Enquanto rumores e especulações correm sobre a origem desses ataques, Mike Mitchell se concentra em questões que para ele parecem mais urgentes. A crise o atingiu em um momento crítico de sua vida, complicando seus já confusos problemas pessoais e financeiros. Agora, sua prioridade é manter a família unida e viva no crescente caos que se que se forma a sua volta.

Resenha:

Cyberstorm, lançamento da Editora Aleph, entrou na lista dos mais vendidos nos EUA. Sabendo que ficção científica não é um gênero tão popular assim, claro que tal fato me deixou entusiasmado. O melhor foi perceber, após a leitura, que o livro não me decepcionou, mesmo não sendo exatamente o que eu esperava.

Tudo começa em um dia como qualquer outro. O único indício de que algo estava errado era a internet que estava lenta devido a um vírus em servidores de fornecimento. Porém, logo após, os serviços básicos começam a falhar: entregas, luz, água, supermercado... Para piorar, os EUA estão beirando a uma guerra com a China e, supostamente, a gripe aviária tornou-se epidemia no país.


Com todos esses problemas agravados por uma nevasca de proporções apocalípticas, Mike só pensa em como pode proteger a sua família. Quando os problemas começam a perdurar por dias, tudo se agrava. Ele precisava providenciar água, comida, calor e segurança, mesmo em uma cidade morrendo. Há amigos por perto; mas os inimigos parecem ser ainda mais numerosos. E quando Mike pensava que não poderia piorar...
“– Ninguém sabe que diabos está acontecendo. Metade do país acha que são terroristas, a outra metade acha que é um ataque dos chineses, e outra metade acha que não é nada.– Tem metades demais aí.– Que bom que você tem senso de humor” (p. 61).
Partindo dessa premissa, Matthew Mather cria um enredo envolvente e apavorante. Não, o livro não é de terror. Porém, ele torna-se apavorante porque imaginamos que o mundo moderno é intocável, invencível, e que alcançamos o máximo da escala evolutiva. Cyberstorm mostra como nossas fortalezas digitais podem ser falhas e fracas e que elas podem ocasionar muitos desastres. O livro é, no mínimo, uma alerta sobre como temos gerido as novas tecnologias.

Além desse aspecto, o livro também ganha pontos por apresentar o lado humano como foco. Poderiam ser apresentadas com profundidade as intrigas internacionais, as falhas sistêmicas ou os bastidores da crise, entretanto, o autor preferiu focar na luta pela sobrevivência, onde amor, amizade e coragem são fundamentais. Isso, sem dúvidas, deixa a obra muito mais real e tocante.


Contudo, esse mesmo lado mais humano, que é um ponto positivo, pode tornar-se também negativo. Como o autor foca nas questões humanas no livro, em alguns momentos, principalmente quando Mike tenta resolver seus problemas pessoais, a leitura torna-se mais lenta. Isso pode incomodar aos mais ávidos por ação e adrenalina. É claro que há muitos picos de ação na obra, mas também há diversos de quietude.
“Depois de entrarmos mais duas vezes no mercado, o local ficou totalmente vazio, e, conforme seguimos para casa, vimos lojas sendo saqueadas em todas as partes. Aquela tempestade estava gerando medo nas pessoas, despertando seu instinto de sobrevivência. A lei havia sido infringida, mas não a ordem. Regras eram feitas para manter uma comunidade, e, naquele momento, a comunidade precisava infringir as regras para sobreviver, estava aplicando seus próprios recursos de emergência” (p. 153).
Quanto aos personagens, Matthew simplesmente dá um show. A sua estratégia de focar no lado mais humano permite um aprofundamento enorme dos diversos protagonistas. Eles tornam-se muito mais do que nomes; é possível vê-los como amigos em dificuldade. Mike, Lauren, Tony, Chuck e Susie são simplesmente incríveis. Nesse aspecto, o autor dá uma aula de como escrever.

O livro também ganha pontos por seu ótimo aspecto físico. A capa é maravilhosa, chamativa e possui total relação com o livro. A diagramação é bem simples, mas muito confortável, o que permite uma leitura agradável. A revisão e tradução também estão ótimas, não havendo do que reclamar.


Diante desses aspectos, é claro que indico Cyberstorm. O enredo é muito bom, os personagens são magníficos e a diagramação não deixa a desejar. O autor ainda pode evoluir, é claro, mas isso não retira a qualidade da obra. Além disso, o aspecto social, mostrando que não somos invencíveis como imaginamos, também é um bom atrativo. Sem dúvidas, a obra tem elementos o suficiente para te ganhar.



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