“Ache que poderia ser uma medicação não regulada que estivesse gerando essa confusão, ou talvez outra coisa que traria consigo respostas e um tratamento curativo, mas nunca cogitei a hipótese de ser Alzheimer. É o tipo de coisa que vemos acontecer em outras famílias e nem damos muita bola, afinal de contas, não e a nossa, né?” (p. 31).
“Rir diminui os níveis de estresse – e quem sabe até atrase os sintomas de Alzheimer e de outras doenças do cérebro – e com certeza melhora a qualidade de vida de todos os envolvidos. Era esse o caminho, mas óbvio que encarar a desgraça com um sorriso na cara não é uma tarefa fácil” (p. 42).
“Era início de madrugada e eu estava descontraído com quinze grandes amigos. Cada m deles se lembrava de alguma situação envolvendo a vó e todos nós ríamos. Então vimos o carro preto chegar. Todos em silêncio enquanto me olhavam de canto. Eu tentei fingir que estava tudo bem, mas claro que não estava” (p. 87).
“Mãe: Pedi dez vezes de manhã e durante o dia todo! Tu disseste que ia levar depois, depois, depois...
Eu: Mas eu pedi para a vó me lembrar!
Vó: Me tira dessa, eu tenho ‘alzalmer’.
Eu: É Alzheimer! Tu tens al-zhei-mer! E não era para ti lembrar disso também, sua sem vergonha!
Vó: Lembrar de quê?
Eu: Que tu tens Alzheimer!
Vó: Quem, eu?”
