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Resenha: Holy Cow

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Título: Holy Cow
Autor: David Duchovny
Editora: Record
ISBN: 
9788501106889
Ano: 
2015
Páginas: 
208
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Sinopse:

Elsie Bovary é uma vaca muito feliz em sua bovinidade. Até o dia que resolve sair sorrateiramente do pasto e se vê atraída pela casa da fazenda. Através da janela, observa a família do fazendeiro reunida em volta de um Deus Caixa luminoso – e o que o Deus Caixa revela sobre algo chamado “fazenda industrial” deixa Elsie e tudo o que ela sabia sobre seu mundo de pernas para o ar. A única saída? Fugir para um mundo melhor e mais seguro. Assim, um grupo para lá de heterogêneo é formado: Elsie; Shalom, um porco rabugento que acaba de se converter ao judaísmo; e Tom, um peru tranquilão que não sabe voar, mas que com o bico consegue usar um iPhone como ninguém. Munidos de passaportes falsos e disfarçados de seres humanos, eles fogem da fazenda e é aí que a aventura deles alça voo – literalmente. 
Elsie é uma narradora marrenta e espirituosa; Tom dá conselhos psiquiátricos com um sotaque alemão um tanto forçado; e Shalom, sem querer, acaba unindo israelenses e palestinos. As criaturas carismáticas de David Duchovny indicam o caminho para um entendimento e uma aceitação mútuos dos quais esse planeta tanto precisa.

Resenha:

Oi, meu nome é Elsie. Eu sou uma vaca muuuu-ito legal; juro, isso não é conversa para boi dormir. Obviamente, eu não vou escrever essa resenha. Fazer a resenha do meu próprio livro feriria algo como a imparcialidade jornalística ou coisa assim. Nós vacas somos muito honestas e éticas, ok?! Em segundo lugar, eu tenho cascos e eles não se dão bem com teclados de computador. Pedi ao Marcos para contar como foi a minha aventura. Então se prepare; você vai ver como eu sou incrível.

Oi, meu nome é Marcos. Eu não sou um boi; sou um humano, é claro. Depois de ruminar esse livro por alguns dias, resolvi fazer a resenha. O motivo? Você precisa conhecer a Elsie, uma amiga minha. Ela é uma vaca, literalmente. Aliás, até um dia desses, ela era uma vaca bem normal. Ela pastava, dormia, paquerava os bois e só. Porém, em certa noite, ela viu uns humanos adorando o seu deus televisão. Nela, passavam imagens para lá de chocantes!  Os humanos matavam vacas e as comiam. Pode imaginar algo assim?! Claro, Elsie ficou desesperada. Ela precisava fazer algo, afinal, não queria ser comida.


Então, a Elsie começou a bolar um plano para fugir da sua fazenda. Sua ideia era chegar à Índia, pois, segundo ela ouviu dizer, por lá as vacas eram adoradas. Contudo, viajar para um lugar tão distante não seria fácil. Então, ela se uniu com outros amigos meus: Shalom, um porquinho judeu que quer ir morar em Israel, e Tom, um peru que é ótimo com novas tecnologias. Juntos, eles resolveram salvar suas vidas e nos matar. Calma, não matar de verdade, eles não são vingativos; resolveram nos matar de rir.
“A maioria das pessoas acha que as vacas não pensam. Oi. Peraí que vou reformular essa frase: a maioria das pessoas acha que as vacas não pensam, e que não têm sentimentos. Oi, de novo. Eu sou uma vaca, meu nome é Elsie (é, eu sei). E isso não é conversa para boi dormir. Viu? Nós pensamos, sentimos e fazemos graça, a maioria de nós, pelo menos. Minha tia-avó Elsie, de quem herdei o nome, não tem o menor senso de humor. Nenhum. Zero. Ela não gosta nem de piadas de seres humanos fazendo coisas idiotas” (p. 9).
Partindo dessa premissa, David Duchovny Elsie cria um livro para lá de espirituoso. Fingindo ser apenas uma comédia boba, ele ela aproveita para tratar de assuntos importantes, como a crueldade no abate dos animais, vegetarianismo, dignidade, cooperação e humanidade. Através de uma narração muito divertida, ele ela dilui esses assuntos de maneira muito inteligente, fazendo com que apenas os leitores mais atentos consigam captar suas mensagens.

Claro que, apesar de tratar de pontos importantes, o grande trunfo da obra é o humor. David Elsie cria uma narrativa leve, rápida e muito divertida. Repleta de piadas diretas, de duplo sentido e referências à cultura pop, o livro te prende do começo ao fim, fazendo-te ter uma catarse através do riso. As risadas são tão constantes e a curiosidade para saber o final da aventura é tamanha que dificilmente você não lerá o livro de uma vez só.


Aliás, grande parte dessa atração toda que o livro exerce sobre o leitor é motivada pelos bons personagens criados. Elsie, nossa grande narradora e protagonista, é uma das personagens mais divertidas e humanas, mesmo sendo uma vaca, que eu já conheci. Com a língua afiada e totalmente sincera, ela faz cada pedaço de sua aventura torna-se um grande espetáculo. Tom também ganha o leitor. Afinal, não é todo dia que conhecemos um peru traumatizado por não saber voar e que compensa isso usando muito bem o seu Iphone. Por fim, ainda tem o Shalom, que é, no mínimo, muito inteligente. Afinal, o que é mais esperto do que se tornar um porco judeu e ir morar em Israel?
“Então eu estava livre. Por assim dizer. Sim, eu continuava presa na fazenda, mas estava livre por dentro, na minha cabeça, que é o verdadeiro lar da liberdade” (p. 63).
Além das muitas risadas e do enredo, a diagramação também contribui para que a leitura seja muito agradável e rápida. Isso ocorre porque as letras possuem o tamanho ideal e o espaçamento é excelente; a obra também conta com uma ótima tradução e revisão. Ademais, para completar a parte física, temos uma capa que é bem chamativa e já apresenta o que podemos esperar da obra.

Diante de todos esses aspectos, é claro que eu indico Holy Cow. Se você gosta de livros engraçados e com algumas piadas inteligentes, esse livro é para você. Dê uma chance para a minha amiga Elsie; você irá amá-la.

Outras fotos:








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