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Resenha: Jurassic Park

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Título: Jurassic Park
Autor: Michael Crichton
ISBN: 9788576572152
Editora: Aleph
Ano: 2015
Páginas: 528
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Sinopse:

Jurassic Park - Uma impressionante técnica de recuperação e clonagem de DNA de seres pré-históricos foi descoberta. Finalmente, uma das maiores fantasias da mente humana, algo que parecia impossível, tornou-se realidade. Agora, criaturas extintas há eras podem ser vistas de perto, para o fascínio e o encantamento do público. Até que algo sai do controle. Em Jurassic Park, escrito em 1990 por Michael Crichton, questões de bioética e a teoria do caos funcionam como pano de fundo para uma trama de aventura e luta pela sobrevivência. O livro inspirou o filme homônimo de 1993, dirigido por Steven Spielberg, uma das maiores bilheterias do cinema de todos os tempos.

Resenha:

Geralmente, costumo ler os livros primeiro e só depois assistir aos filmes. Contudo, nesse caso, ocorreu exatamente o contrário. A adaptação cinematográfica de Jurassic Park foi uma das minhas favoritas durante a infância. Desta forma, quando surgiu a oportunidade de conferir a obra literária, não pude recusar; e o parecer me deixou ainda mais feliz: o livro consegue ser ainda melhor do que o filme.

Hammond é um homem muito rico e que é fascinado por dinossauros. Diante disso, ele resolve que tentaria usar seu dinheiro para trazer tais animais de volta ao nosso moderno mundo. Contudo, como fazê-lo se a espécie já havia há muito sido extinta? O velho visionário, juntamente com um grupo de cientistas, encontra a solução na engenharia genética. Tentariam usar resquícios genéticos quase completos dos dinossauros, completá-los com DNA de outras espécies, e trazer os lagartos terríveis à existência.


Não satisfeito, Hammond quer mais: ele não desejava apenas conhecer os dinossauros, ele queria fazer um parque temático com eles. Afinal, ele ansiava conhecer o assombro e o sorriso das crianças ao ver um dinossauro de verdade. Ao menos das crianças que pudessem pagar por isso, é claro. Então, para alcançar o seu sonho, ele resolve que realizar quebras de segurança e ética são o menor dos detalhes. E quem iria questionar o seu poderio e dinheiro?
“Elena correu adiante, gritando, e os lagartos fugiram para a escuridão. Todavia, muito antes de alcançar o berço, ela pôde ver o que eles tinham feito ao rosto do bebê, e soube que a criança devia estar morta. Os lagartos se espalharam pela noite chuvosa, guinchando e piando, deixando para trás apenas rastros sangrentos de três dedos, como pássaros” (p. 48).
Partindo dessa premissa, Michael Crichton consegue criar uma trama inovadora e incrível. Apesar de iniciar com uma proposta científica hoje dada como praticamente impossível – recuperar DNA após 80 milhões de anos –, o livro, diferente do filme, possui seu ponto forte na construção da verossimilhança científica. O autor trabalha com dados, gráficos, genética e matemática. Crichton não poupa detalhes para convencer o leitor de que aquilo não é só possível, mas é real. O resultado não poderia ser diferente do brilhantismo.

Não se limitando a isso, Michael ainda dá um show na criação e estruturação dos seus personagens. Dentre esses, destaco Malcolm e Grant. O primeiro é um matemático especialista na teoria do caos. Extremamente inteligente e aplicado na ciência, ele calcula que o parque irá dar errado. Grant, por sua vez, é um paleontólogo muito conhecido. Assim como Malcolm, é muito inteligente. Porém, ao chegar ao parque, ele não fica pessimista como o matemático, mas assombrado. Afinal, sempre sonhou em conhecer os dinossauros.


Jurassic Park, além de ser bom cientificamente falando, ainda vai além: é rico em críticas sociais. A obra aborda temas como a ética nos estudos científicos, a espionagem industrial e a importância de respeitar “as leis da natureza”. Entretanto, apesar de abordar temas importantes, também é passível de críticas, visto que única personagem feminina no enredo, a dr. Ellie, sofre claramente uma objetivação, o que desmerece a sua importância científica dentro da obra.
“Vivemos em um mundo de obviedades terríveis. É óbvio que você vai se comportar assim, é óbvio que vai se importar com aquilo. Ninguém para e pensa nas obviedades. Não é espantoso? Na sociedade da informação, ninguém pensa. Nós esperávamos banir o papel, mas na verdade acabamos banindo o pensamento” (p. 105).
Além do bom enredo, o livro também chama a atenção por sua parte física. A capa é muito bonita e chamativa e as laterais do exemplar são avermelhadas. Não obstante, é possível encontrar uma diagramação maravilhosa, que chama a atenção do leitor. A fonte, por sua vez, não é tão grande; mas, como o espaçamento é confortável, o tamanho da letra não atrapalha a leitura. A revisão da obra também está muito boa, apesar de ser possível encontrar uns dois errinhos no livro. Contudo, nada que tire o brilho da leitura.

Diante dos aspectos apresentados, torna-se impossível não indicar a obra. Se você procura um enredo original, bons personagens e crítica social, certamente essa obra é perfeita para você. 

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