Título: Amores Proibidos na História do Brasil
Autor: Maurício Oliveira
ISBN: 9788572446969
Editora: Contexto
Ano: 2012
Páginas: 160
Páginas: 160
Compre:Aqui
Sinopse:
A história de uma nação é feita não apenas de brados retumbantes, mas também de palavras de amor sussurradas, muitas vezes, às escondidas. Este livro conta as dificuldades que importantes personagens da nossa história tiveram para efetivar suas paixões, nem sempre aceitas pela sociedade. Os casais retratados neste livro viveram, cada um a seu modo, um romance proibido, deliciosamente apresentado pelo autor, o jornalista e pesquisador Maurício Oliveira. Os cenários são as ruas fracamente iluminadas do Rio de Janeiro, a cabine de um navio rumo à Europa e até um cemitério de São Paulo. Permeados por brigas, traições e separações, mas também por comunhão, romance e muito desejo, estes contos da vida real nos mostram que as grandes personalidades também estão sujeitas às intempéries e às delícias do amor.
Resenha:
Apesar do nome e da capa, Amores Proibidos na História do Brasil não é um romance; ele é um livro de história. Porém, diferente dos demais livros do gênero, ele não pretende narrar fatos exaustivamente e nem mencionar uma sequência de datas. A proposta é a seguinte: apresentar a história do Brasil através de amores avassaladores e proibidos. Inovador e inteligente, sem dúvidas. Quer saber tudo que eu achei sobre a obra? Confira abaixo!
Para começar, aviso-lhes que não posso e não irei relatar todas as histórias de amor mencionadas no livro. Primeiro porque isso tiraria toda a surpresa da obra; em segundo lugar, a resenha ficaria grande e exaustiva. Por isso, escolhi dois romances para instigá-los. São eles: Dom Pedro I com a Marquesa de Santos e Oswald de Andrade com a Pagu. Os primeiros foram escolhidos pela influência na história brasileira. O outro casal, porque eu os adoro. Minha admiração por Oswald é tanta que seu livro Macunaíma foi o tema do meu trabalho final de graduação. Pagu, por sua vez, foi a primeira autora que li.
A vida de Dom Pedro I foi mais interessante do que você imagina. Mulherengo, inculto e debochado, Pedro vivia-a e meter-se em confusões pelo Brasil. Seu status e seu jeito galanteador fizeram estragos pelo país. Então, ele conheceu a Marquesa de Santos. Ela mexeu com seu âmago e bagunçou seus sentimentos. O grande problema era: o Imperador era casado.
“Amores proibidos nunca foram fáceis. Por influência de algum mecanismo insensato da psique humana, as paixões se tornam ainda mais sedutoras, perturbadoras e atraentes quando há algum impedimento para que se realizem em toda sua plenitude. É justamente na impossibilidade de se entregar plenamente ao outro que o mais nobre dos sentimentos acaba muitas vezes se confundido com os seus opostos, a dor e o sofrimento” (p. 10).
A partir da relação adúltera do Imperador, somos levados a conhecer mais sobre o período em que Dom Pedro I foi o governante do Brasil. Dando maior foco no romance do que na história brasileira propriamente dita, Maurício Oliveira ensina muito sobre a cultura brasileira da época e sobre as relações de poder. Todo o “conhecimento” é passado de maneira indireta, onde o leitor aprende enquanto está focado em tentar descobrir o desfecho do romance para lá de conturbado.
Com Oswald e Pagu, o amor proibido também apareceu. Oswald era um homem inteligente, culto e sedutor. Era casado com uma mulher talentosa, também muito culta e uma das melhores pintoras brasileiras: Tarsila do Amaral – aquela mesmo que pintou O Abaporu e Os Operários –. Tudo para ser o relacionamento perfeito, certo? Errado. Na vida de ambos surgiu Patrícia Galvão, a Pagu. Escritora talentosa, ela acabou por despertar o desejo de Oswald. Pagu, por sua vez, não o amava, mas sentia-se atraída por sua inteligência. Não deu outra: tornaram-se amantes. O que aconteceu? Você precisa ler o livro para descobrir.
Esse romance eu já conhecia. Primeiro porque eu sou fã dos três envolvidos; além disso, sempre estudei com afinco o período do Modernismo. Contudo, ainda assim, descobri uma série de novidades, o que foi incrível. Ademais, o autor ainda repete a sua estratégia: nos mantém focados no romance e, durante a narrativa, instrui sobre o Modernismo, sobre o governo de Getúlio, sobre o Partido Comunista e outros fatos da época. Uma aula de história sob a óptica do amor.
“Fazendo jus à fama de mulherengo, Dom Pedro arriscava algumas conquistas amorosas pelo caminho. Mesmo depois de cinco anos de casamento com a princesa Leopoldina, conhecer mulheres continuava sendo quase uma compulsão” (p. 30).
Outro fato que faz o livro tornar-se interessante, além da estratégia de ensino do autor, é a sua escrita. Ao contrário dos livros de história tradicional, Maurício opta por uma narrativa bem próxima ao dos livros literários, o que deixará até o leitor mais inexperiente à vontade. Além disso, o fato de passar conteúdos de maneira simplificada é um atrativo a mais.
Se todo o conteúdo é muito bom, também não tenho o que reclamar da parte física. A capa é muito bonita e combina com o clima de romance da obra. Além disso, a diagramação está muito boa, com letras em um tamanho agradável e um bom espaçamento. A revisão está perfeita, o que já é padrão da editora. Desta forma, só tenho elogios para o excelente trabalho da Contexto.
Após todos os fatos apresentados, resta-me indicar a obra. Se você quer conhecer mais sobre o Brasil enquanto descobre detalhes dos amores que abalaram nosso país, esse livro é para você. Sem dúvidas, ele irá te agradar.