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Resenha: A Janela

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Título: A Janela
Autora: Priscila M. S. Gomes
Editora: Independente
ISBN: B015963ME0
Ano: 2015
Páginas: 230
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Sinopse:

Tamara não é mais uma menina, ela cresceu, sem a presença dos seus amados pais que tragicamente morreram em um acidente de carro misterioso e sem explicação. Quando consegue seguir em frente na sua carreira tão sonhada, descobre que o mundo não era como imaginava, e que podemos ter em nossa volta as piores pessoas do mundo. Tamara se depara com um assassino em série, retirando a vida cruelmente de jovens mulheres solitárias. 
E os sonhos de Tamara serão influenciadores em todo esses casos. 
Poderá ser uma maldição ou uma bênção? A resposta é mais profunda do que todos imaginam.

Resenha:

Eu adoro enredos policiais e livros nacionais. Então, quando tive a oportunidade de ler uma obra que une os dois, não deixei passar. Felizmente, A Janela não me decepcionou. Ao contrário, mostrou-se uma trama que foge bastante do comum. Isso, sem dúvidas, despertou a minha curiosidade pela obra. Aliás, já adianto: necessito da continuação.

Tamara é uma investigadora forte, mas também sofrida. Ela não teve um amadurecimento fácil; sua passagem de anos até chegar à fase adulta foi complicada, principalmente por causa do acidente que levou a vida de seus pais. Isso a deixou com um trauma e sequelas psicológicas que ela carrega todos os dias.


Contudo, nem mesmo os problemas enfrentados a impediram de lutar pelo que ela ansiava: tornar-se uma investigadora da polícia, ajudando a prender criminosos violentos e perigosos. Entretanto, quando ela alcança o que tanto almeja, já começa em um caso difícil: um assassino em série está solto e parece adorar fazer brincadeiras com os policiais. Sádico, ele mexe com o psicológico de Tamara.
“No fundo, levo comigo essas histórias sobre o príncipe encantado no cavalo branco, mesmo sabendo que ninguém é perfeito, acabo sempre encontrando algum incômodo e uso como desculpa para me distanciar de pessoas que poderiam estar me fazendo verdadeiramente feliz” (p. 21).
O envolvimento de Tamara com o assassino, pouco a pouco, vai além do que se é comum. Tamara começa a ter sonhos que parecem ter total relação com os crimes. Há, de certa forma, uma espécie de comunicação entre ela e o assassino através dos sonhos. Em parte, isso a atormenta. Por outro lado, seus sonhos parecem colaborar na criação de um perfil psicológico que ajudará a colocar o assassino atrás das grandes. Bênção ou maldição? Essa é a resposta que todos precisam encontrar.

Partindo dessa premissa, Priscila começa a desenvolver uma trama complexa. Com uma escrita ágil, consegue alcançar o leitor e envolvê-lo, deixando a leitura bem rápida. Contudo, apesar de ter uma escrita direta, a autora consegue desenvolver o lado psicológico da protagonista, o que a deixa mais íntima do leitor. Ainda não é possível resolver todos os mistérios que rondam a vida de Tamara, mas, para uma primeira obra, o desenvolvimento foi satisfatório.


Outro ponto que me agradou foi o assassino. Apesar dele praticamente não aparecer na obra e não ter nenhuma fala, conhecemos o vilão pela sua obra, que é bem macabra e quase artística, apesar de desumana. Esse trabalho especial no desenvolvimento do vilão, mesmo que ele esteja fora de uma atuação direta na trama, agradou-me demais e fazia-me continuar a leitura, página após página. Com minha famosa mania de torcer pelos vilões, fiquei ansiando conhecer mais sobre ele.
“O assassino possuía o canto da sereia, sabia muito bem como usar as suas palavras, conseguindo mudar completamente a rota da jovem mantendo discretamente o envolvimento perfeito” (p. 96).
Ademais, também gostei da maneira que a autora fechou a primeira obra da trilogia. O livro não tem um enredo totalmente amarrado, mas isso não é um defeito. Por ser uma obra de suspense, é essencial que algumas pontas fiquem soltas para que sejam resolvidas apenas nos próximos volumes. Além disso, o final foi um incrível gancho do que virá por aí.

Quanto à parte física, o livro apresenta alguns problemas, mas nada que atrapalhe significativamente a leitura. A capa é bonita, chamativa e tem total relação com a obra. As letras são grandes e o espaçamento é muito confortável. Notei alguns erros e problemas na diagramação. Contudo, não precisa desistir de ler o livro por isso. Em conversa com a autora, ela está ciente dos problemas e isso já está sendo resolvido. Então, você poderá desfrutar do livro com o que ele tem de melhor.


Dessa forma, diante dos aspectos mencionados, certamente eu indico A Janela. Prepare-se para conhecer um assassino implacável e uma investigadora em crescimento pessoal. Se a trilogia seguir o nível desse primeiro livro, você vai se surpreender.





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