Título: O Vale dos Mortos
Autor: Rodrigo de Oliveira
Editora: Faro Editorial
ISBN: 9788562409073
Ano: 2013
Páginas: 304
Ano: 2013
Páginas: 304
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Sinopse:
Com passagens por Brasília, Estados Unidos, China e França, O Vale dos Mortos baseia-se na profecia de que um planeta intruso ao sistema solar, ao raspar por nossa orbita, fatalmente desencadearia a transformação de grande parte da humanidade, não havendo lugar seguro, ambientes sem infecção, pois ela ocorreria simplesmente pela aproximação do astro. Pegos de surpresa, e tentando entender o que acontecia enquanto buscavam se salvar, um casal e seus filhos iniciam uma jornada para reestabelecer alguma condição de vida no que restou de seu próprio mundo. Uma história com muita ação, suspense, que vai deixar você eletrizado.
Resenha:
Nada melhor do que quando uma leitura nos surpreende. Porém, quando você começa a ler com uma expectativa altíssima e ainda assim o autor consegue ultrapassar o que você imaginava, tem-se um livro favorito em mãos. E foi exatamente o que aconteceu comigo durante a leitura de O Vale dos Mortos. Mas vamos à obra...
No livro, começamos conhecendo Ivan, sua esposa Estela e os filhos do casal, Matheus e Ana. Ivan e Estela são analistas de sistemas e pais amorosos. Ou melhor, eram analistas de sistemas, até tudo acontecer. De uma hora para a outra, o mundo virou de cabeça para baixo.
De acordo com as profecias antigas, o planeta X, também chamado de Absinto, se aproximou da Terra, causando uma visão surpreendentemente linda. Porém, em dado momento, a beleza se transfigurou em morte. Muitas pessoas viraram zumbis, como em um passe de mágica. Ou seria um passe de maldição?
“O homem fechou os olhos e cerrou os dentes, tamanha a dor, para depois explodir num grito de desespero e agonia. Apavorado, com sangue jorrando da jugular lacerada e do rosto desfigurado, ele enfim conseguiu se soltar, empurrando sua atacante, que caiu sentada, e, por fim, desmoronando estatelado para trás.” (p.39)
Ivan e seus filhos, não foram transformados. Porém, quando o fenômeno aconteceu, eles estavam dentro de um shopping lotado, onde pelo menos 90% das pessoas se transformaram em zumbis e começaram a atacá-los. Nesse momento, começou a valer tudo pela sobrevivência.
Ivan serviu durante dois anos no exército e começa a colocar em prática o que aprendeu há muito tempo. Com apenas uma pistola roubada de um policial e pouca munição, ele precisa garantir a segurança da sua família.
Com um plano ousado e uma pitada de sorte, Ivan chega a um shopping que estava fechado no dia do grande fenômeno; por lá, ele acaba se deparando com outros sobreviventes. Contudo, as pessoas que fizeram o shopping de morada se mostram nada amistosas em dividir o espaço. Qual será o pior inimigo da humanidade agora? Zumbis ou humanos? Lutar ou morrer? Faça a sua escolha.
“Ron, com anos de experiência em combate corporal, começou a lutar de mãos limpas. Aplicou uma cotovelada no rosto de um homem logo à sua frente, que caiu no chão. Em seguida, pisou-lhe com força a garganta, esmagando o pomo de adão.” (p. 55)
O Vale dos Mortos, certamente, é o melhor livro sobre zumbis desde The Walking Dead e o único dos que já li que pode ser comparado com a série. Rodrigo de Oliveira cria um livro interessante, cheio de conflitos e detalhes. O maior desafio do leitor é conseguir pausar a leitura.
Esse envolvimento tamanho acontece porque o autor não se prende apenas na ação. Os personagens são bem desenvolvidos, possuem um bom aprofundamento psicológico e são cativantes, o que torna toda a leitura ainda melhor. Afinal, um enredo apenas repleto de ação é bem comum de se encontrar; o valor dessa obra está nas diferenças, seja no aprofundamento dado, seja no início incomum do apocalipse zumbi.
Ademais, a obra ainda possui outros diferenciais: sendo o principal deles se passar no Brasil. É ótimo acompanhar um enredo em que conhecemos as cidades, o clima e a estrutura do país. Os nomes familiares também são um alívio para o leitor que quer fugir apenas de leituras estrangeiras. Além disso, Rodrigo ainda brinda o leitor, meio ao enredo, com uma crítica ou outra; sutil, mas perceptível para quem está atento.
“Em diversas partes ocorreram trincas nos vidros, e um retrovisor foi arrancado fora quando esmagou a cabeça de um zumbi. Foram quase quarenta minutos de massacre. As pessoas dentro do ônibus apenas assistiam àquele balé macabro, enquanto o estacionamento se lavava de sangue e vísceras de zumbis esparramadas.” (p. 181)
Se a obra é ótima, a diagramação não fica atrás. As páginas são amareladas, as letras e o espaçamento são confortáveis, não cansando os olhos. Em cada capítulo, há uma poça de sangue e as páginas iniciais do livro são negras. Quer mais? Tem mais: a parte interior das capas tem aspecto de sangue, deixando o trabalho ainda mais lindo e aterrorizante.
Para quem gosta de zumbis, eu afirmo: você não pode deixar de ler essa obra. Desbrave-a; não irá se arrepender.