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Resenha: O Céu Noturno em Minha Mente

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Título:O Céu Noturno em Minha Mente
Autora:Sarah Hammond
Editora:Galera Júnior
ISBN:9788501104496
Ano:2016
Páginas:288
Compre:Aqui

Sinopse:

Mikey Baxter tem 14 anos, mas muitas coisas o diferenciam dos outros garotos da sua idade. Para começar, o pai está na prisão e a mãe se recusa a falar sobre o assunto. Ele sabe que, de alguma forma, isso está ligado à cicatriz em sua cabeça e ao fato de ele parecer ter mais dificuldade em entender certos assuntos do que os outros. Quando um misterioso assassinato ocorre em sua cidade e Mikey é o primeiro a chegar à cena do crime, ele não sabe o que pensar. O que o levou até ali? Quem teria matado o morador de rua da cidade, que parecia nunca ter feito mal a ninguém? E quem era o homem caipira que estava nos arredores?

Resenha:

Quando eu solicitei O Céu Noturno em Minha Mentepara a Galera, imaginava um livro juvenil bom, mas confesso que não criei muitas expectativas. Contudo, quando comecei a mergulhar no mundo de Mikey, fiquei completamente surpreso. Sarah Hammond criou um livro que me envolveu de forma surpreendente. Como isso aconteceu? Confira abaixo.

Mikey Baxter é um garoto de 14 anos, porém, tem diversas diferenças dos garotos da sua idade. A primeira grande diferença é que ele tem certa dificuldade de entender algumas coisas. A segunda é que ele possui um dom que muitos gostariam de ter: o Pra Trás. Mikey consegue enxergar o passado e, muitas vezes, suas visões estão interligadas com o presente. Porém, ele não consegue dominar muito bem esse dom.


Ainda há outra diferença entre Baxter e os demais garotos: seu pai está preso. Ele não sabe exatamente o motivo, afinal, sua mãe se recusa a falar sobre as razões. Na verdade, falar sobre o pai é proibido. Isso sempre intrigou Mikey, mas ele tinha que aceitar. Contudo, tudo parece que começará a mudar quando o Pra Trás mostra algo ao garoto. Para piorar, um assassinato acontece na cidade e ele é o primeiro a chegar à cena do crime. Daí em diante, a vida dele vira uma aventura.
“O Pra Trás é minha especialidade: vem como um filme da vida real e me mostra coisas que já aconteceram mesmo que eu não estivesse lá na época. Mas é sempre uma surpresa; nunca sei que parte do Pra Trás virá. Tenho de tomar cuidado e não ir longe demais, porque às vezes há coisas que não quero ver” (p. 13).
Partindo dessa premissa, Sarah cria um livro fantástico. Isso acontece porque a autora foge de uma estrutura já batida e previsível. Mikey está fora do padrão de protagonista juvenil; ele não tem os mesmos desafios dos demais protagonistas e, principalmente, tem um dom bem incomum. Isso, somado com o ar de mistério que encontramos na obra, torna o livro envolvente, deixando a leitura deliciosa.

A autora também merece os parabéns pela sábia escolha da estratégia narrativa. Ao usar da primeira pessoa para narrar o enredo, ela aproxima o leitor da mente e da vida do protagonista. É possível entender todos os anseios, as dúvidas e as confusões que o Pra Trás causa no garoto. Além disso, como Mikey ainda tem que conviver com o trauma de não ter o pai por perto, há um aprofundamento psicológico acima da média na obra, o que deixa tudo ainda mais interessante.


Por fim, a autora também criou um mistério muito plausível e envolvente. É impossível não ficar na torcida para que Mikey consiga juntar as peças do quebra-cabeça e aliviar sua consciência. Obviamente, o Pra Trás tem um papel muito importante na construção desse mistério, o que deixa tudo ainda mais angustiante, já que o dom nem sempre entrega as respostas exatas no momento necessário.
“Vejo segredos. As pessoas voltam ao mesmo lugar e vejo o que vão fazer: um filme da vida real só pra mim” (p. 42).
Quanto à parte física, eu não tenho o que reclamar. A capa está bela e tem total relação com o enredo. Aliás, confesso que ela foi o motivo inicial de eu ter me interessado pela obra. A diagramação, por sua vez, está simples, mas eficaz. Temos letras e espaçamento no tamanho adequado, além de uma boa revisão.

De um modo geral, O Céu Noturno em Minha Mente mostra-se um livro muito acima da média. Há um aprofundamento psicológico maior, personagens bem desenvolvidos e um mistério bem articulado que deixará crianças e adolescentes totalmente presas ao enredo. Sem dúvidas, essa é uma obra perfeita para o público infanto-juvenil, mas que também pode ser lida por leitores mais maduros. Livro mais do que recomendado!




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