Titulo: A Profecia do Paladino
Autor: Mark Frost
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501401427
Ano: 2016
Páginas: 420
Ano: 2016
Páginas: 420
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Sinopse:
Um misterioso thriller do roteirista de Quarteto Fantástico e co-criador da série Twin Peaks. Will West faz de tudo para não chamar a atenção. A pedido dos pais, ele se esforça para tirar notas medíocres e não se destacar. Mas quando sua escola o obriga a fazer uma prova de desempenho geral, ele acaba se esquecendo de errar algumas respostas. Seu resultado espetacular atrai o interesse de uma das escolas particulares mais exclusivas do país, que o procura para oferecer uma bolsa de estudos. No entanto, assim que recebe essa oferta, começa a ser seguido por homens misteriosos e sedãs pretos. Ao tentar escapar de perseguidores, seus pais desaparecem e Will acaba se matriculando às pressas no misterioso colégio. Chegando à sua nova escola, ele percebe possuir talentos físicos e mentais que beiram o impossível e descobre que suas habilidades estão conectadas a uma batalha milenar entre forças épicas.
Resenha:
Tem gente que julga livro pela capa; outros, pela sinopse. Eu confesso que julguei a obra pelo nome do autor. Quando li Mark Frost na capa, resolvi que precisava ler A Profecia do Paladino. O autor tem um nome conhecido, principalmente no meio nerd, pois participou da construção do filme Quarteto Fantástico. Contudo, nem sempre um nome forte faz uma excelente obra. Em A Profecia do Paladino, temos uma obra boa, mas nada excepcional. Há certos clichês cometidos no desenvolvimento que eu, sinceramente, não esperava.
Na obra, conhecemos Will West. Entre as suas mais diversas habilidades, está uma inteligência acima da média. Contudo, apesar disso, ele é aconselhado pelos pais a nunca demonstrar todo o seu potencial. Ele deveria ser apenas mais um e não ser notado. Aliás, recomendações não faltam em sua vida. Will segue uma lista delas. Contudo, apenas uma vez, ele se esquece de fazer o prometido e tira uma nota excelente em uma prova. Isso foi o suficiente para sua vida virar de cabeça para baixo.
Pela nota que tirou, Will recebe uma bolsa de estudos em um misterioso colégio. Porém, não é apenas isso de estranho que acontece em sua vida. Do nada, ele começa a ser seguido por pessoas esquisitas, o que o deixa assustado. Para piorar, seus pais desaparecem, o que o faz ficar sem muitas opções, a não ser se matricular no tal colégio. Contudo, se as coisas não estavam bem, elas ainda poderiam piorar.
“– O que você quer? – indagou o menino.O Paladino inclinou a cabeça para o lado, cheio de desdém.– A sua cabeça. Em um espeto” (p. 343).
No colégio, Will começa a fazer amizades e percebe que suas habilidades talvez não sejam tão exclusivas assim. Ademais, parece que há muitos outros elementos interligados aos seus “poderes” e que um mundo fantástico quase inimaginável pode existir. Além de ter que dar conta de todas as mudanças, ainda há os problemas no colégio que são típicos da idade. Desta forma, cabe a West mostrar todo o seu potencial e tentar salvar o dia.
A premissa da obra parece bem interessante, certo? Certo. Na verdade, ela é interessante e até muito envolvente. Contudo, não é nada original. Se você for um leitor mais experimentado em universos fantásticos, vai identificar um padrão. Claramente o livro segue o ideal do monomito, que é mais ou menos o seguinte: o personagem está em um mundo comum, depois algo acontece e modifica a sua visão existencial, porém, ele não quer aceitar essas mudanças. Há, geralmente, um mentor que guiará o herói e fará com que ele entenda seus poderes e aceite essa nova jornada; depois virão provações, aliados, a grande batalha e, claro, a vitória. Reconheceu o padrão? Isso é utilizado em dezenas de livros famosos e também em A Profecia do Paladino. Isso tornou o livro bem previsível, o que deixa um gosto acre nos lábios; contudo, tenho que admitir que, ao menos, Mark Frost soube revestir essa estrutura de maneira bem inteligente.
O primeiro ponto alto da obra é a excelente narração. Mark consegue tornar o enredo profundo, deixando os personagens com uma carga psicológica interessante, sem interferir na velocidade da trama. Até mesmo os momentos de descobertas, que tendem a ser mais vagarosos, são trabalhados bem e com agilidade. Os momentos de ação, por sua vez, são formados de pura adrenalina, o que deixa a obra para lá de viciante.
“Que se danem a moral e a ética, que são supostamente a base da civilização. A vida é um ringue de luta onde vale tudo e só o mais forte sobrevive” (p. 209).
Além disso, também devo admitir que gostei muito do amadurecimento que o protagonista teve no decorrer das páginas, o que nem sempre acontece em livros fantásticos juvenis. O Will do começo da obra certamente não é mais o mesmo que encontramos no fim. Isso faz com que o enredo vá se tornando cada vez mais interessante e ainda dá boas expectativas para a continuação da série.
Quanto à parte física, não tenho o que reclamar. A capa está muito bonita e extremamente chamativa, apesar de ter me passado uma ideia diferente antes de eu começar a ler a obra. A diagramação está simples, mas eficaz: temos letras e espaçamento confortáveis, o que proporciona uma boa leitura. A tradução está boa, assim como a revisão; cheguei a notar um erro ou outro, mas coisas praticamente imperceptíveis e que não atrapalham em nada a obra.
Em suma, A Profecia do Paladinoé um livro bom, ágil e muito envolvente, mas não é original e imprevisível. Leitores mais experientes podem se sentir incomodados em certos momentos, contudo, o público ao qual o livro é destinado certamente gostará muito da obra. Se você não se importa com certos clichês, essa obra é para você.