Quantcast
Channel: Desbravador de Mundos
Viewing all articles
Browse latest Browse all 1532

Resenha: Os Ingleses

$
0
0
Título: Os Ingleses
Autores: Peter Burke e Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke
Editora: Contexto
ISBN: 
9788572449410
Ano: 
2016
Páginas: 
416
Compre: Aqui

Sinopse:

Lords e hooligans; gentlemen e gente do povo; chá da tarde formal e pubs nem tanto; família real e tabloides escandalosos; táxis e ônibus de dois andares trafegando pela esquerda... Esses ícones nos parecem muito familiares, assim como o futebol, que nos foi apresentado pelos ingleses. Mas será que conhecemos tão bem os habitantes da “terra da rainha”? 
A dupla de historiadores Peter Burke e Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke (ele inglês, ela brasileira) nos apresenta novas faces desse povo fascinante. Para além da fama do Big Ben, os ingleses legaram para a humanidade a Magna Carta – documento de 1215 que estabeleceu as bases da democracia moderna – e transformaram o mundo com sua Revolução Industrial – embora Londres tenha 8 milhões de árvores, o que faz dela a maior “floresta urbana” do planeta; isto em um país em que a jardinagem é uma obsessão nacional. 
Enfim, um país único, com fortes tradições, mas também aberto ao novo – inclusive à imigração. Os ingleses, com suas virtudes e defeitos, sua história e suas manias estão aqui de corpo inteiro. Uma leitura imperdível.

Resenha:

O que você sabe sobre a Inglaterra e os ingleses? Ou melhor, o que você sabe é realmente verdade? Como é estruturado o governo inglês e a como funcionam as suas leis? A pontualidade e humor britânico são realmente verdadeiros? Isso e muito mais você descobrirá nessa obra. Com uma visão crítica e linguagem acessível, os autores criaram um retrato bem real dessa sociedade que é tão importante em nível global, seja econômica ou culturalmente.


Peter Burke e Maria Lúcia Pallares-Burke desbravam, na obra Os Ingleses, os mais diversos aspectos da vida de tal povo. A obra perpassa temas como caráter nacional, ufanismo, inglesidades, o funcionamento do país na área política e institucional, o modo de vida da população e as artes. Ou seja, após a leitura da obra, o leitor terá a sensação de ter passado um bom tempo em solo inglês, mesmo não tendo saído do lugar. Afinal, o livro é tão rico em informações e conteúdo que se torna impossível não se sentir mais próximo do referido povo.
“O que une o Reino Unido – o cimento entre os tijolos que o compõem – é um conjunto de instituições públicas. Os britânicos tendem a acreditar que suas instituições são as melhores do mundo, especialmente a Constituição Britânica, conhecida como English Constitution” (p. 97).
Na primeira parte, “Quem são os ingleses?”, os autores trabalham de maneira magistral sobre a formação do povo inglês, a quebra de alguns estereótipos e toca em assuntos como a imigração e convivência com outros povos britânicos. Essa parte, que funciona como uma “introdução ao povo”, é essencial para tudo que se verá a seguir. Afinal, é necessário ter uma ideia um pouco mais clara da estrutura histórica do povo para que possamos entender os demais aspectos. Aliás, vale ressaltar, que os autores conseguiram trabalhar essa parte de maneira crítica, o que me agradou demasiadamente.


Peter e Maria também fazem uma visita à parte cultural do país. Vemos que, em diversos pontos, os ingleses possuem a característica de resguardar certos costumes. Ou melhor, parte da população ainda deseja que isso aconteça. Esse anseio pela volta da época vitoriana, por exemplo, quase impediu a descriminalização do relacionamento homossexual. Por outro lado, esse mesmo desejo de permanência ainda mantém viva a aristocracia inglesa (duques, marqueses e outros títulos), dando uma estrutura quase única para tal sociedade. O apego ao costume inglês é tão grande que até mesmo a troca do passaporte inglês para o passaporte da União Europeia causou certo reboliço.
“É normal se julgar a culinária de uma nação pelo que ela oferece para o almoço e jantar, mas no caso inglês tal padrão seria, como dizem os nativos, quite unfair (muito injusto). Pois, na verdade, pode-se dizer que as refeições tipicamente inglesas são o café da manhã e o chá da tarde” (p. 183).
Quanto à parte política, os ingleses possuem também uma forma única de ver o mundo. Isso não se restringe a forma de governo que é, por exemplo, bem diferente da brasileira. Por lá, até mesmo a Constituição possui uma forma diferenciada por não ser escrita. Exatamente, você não pode comprar um exemplar da Constituição, como acontece no Brasil. As leis principais da comunidade estão vinculadas à cultura e a alguns estatutos.


Além de trazer um conteúdo muito interessante e extenso, como alguns pontos que mencionei bem superficialmente – o livro é muito mais profundo –, a obra ainda possui uma parte física invejável. A capa é bela e retrata com perfeição o espírito da obra. A diagramação também é muito caprichada: o livro possui fotos e mapas, além de ter as letras e espaçamento em tamanho confortável. Isso tudo, aliado a uma boa revisão, proporciona uma excelente leitura.
“Assim como o DIY, a jardinagem é uma obsessão nacional. Os ingleses não só admiram os jardins como também fazem de seu cuidado um dos seus passatempos favoritos” (p. 222).
Desta maneira, diante de uma leitura tão enriquecedora e uma parte física tão excelente, resta-me indicar a obra. Se você quer saber mais sobre o povo inglês, esse livro é essencial. Confira; você não irá se arrepender.




Viewing all articles
Browse latest Browse all 1532