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Resenha: A Neta da Maharani

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Título: A Neta da Maharani
Autora: Maha Akhtar
Editora: Primavera Editorial
ISBN: 9788561977092
Ano: 
2009
Páginas: 
363
Compre: Aqui

Sinopse:

Em três gerações e um século completo, o livro traz a história de quatro mulheres admiráveis marcadas por amores secretos.
A neta da Maharani é um romance de memórias que retrata amor, esperança e choque cultural. Relato da saga de Maha Akthtar em busca de sua verdadeira origem, a obra é um resgate de experiências que o tempo tentou apagar. Em três gerações, o livro traz a história de quatro mulheres marcadas por amores secretos - Anita Delgado, uma bailaora espanhola que aos 17 anos se casou com o marajá de Kapurthala, na Índia; Laila, uma mulher libanesa independente e à frente de seu tempo; Zahra que cometeu o erro de se apaixonar por Ajit, filho de Anita Delgado e do marajá; e Maha que busca a verdadeira identidade em viagem que começa em Nova York, passa pela Europa e chega à Índia.

Resenha:

Você acredita em contos de fadas? Eu nunca acreditei. Porém, o livro A Neta da Maharani mostrou-me que eu estava errado. Contos de fadas existem, porém, não são tão coloridos quanto os da Disney. É possível acordar e descobrir que se é uma princesa, mas existirá choque cultural, coerções e tudo mais. Na vida real tudo é mais emocionante e mais duro, principalmente para as mulheres. Aliás, é sobre as mulheres que iremos falar nessa obra.

Mara Akthtar, uma mulher forte e moderna, é jornalista e acredita ter nascido na Austrália. Porém, por causa de sua profissão e algumas questões burocráticas, ela precisa procurar alguns documentos antigos, o que mudará sua vida completamente. Ao tentar localizar a sua certidão de nascimento, começa a perceber que a história da sua vida pode não ser exatamente o que ela sempre acreditou.


A partir daí, Mara começa a investigar o seu passado e acaba tendo que tirar algumas dúvidas com sua mãe, com a qual já não nutria um relacionamento tão bom. Diante disso, o seu passado vem à tona. Aliás, não apenas o seu passado, mas o de toda a sua família, tanto por parte materna quanto por parte paterna. Definitivamente, sua vida muda de forma completa. É sobre essas mudanças e sobre as mulheres que vieram antes dela (mãe e avós) que esse livro fala.
“Às vezes a vida nos põe diante de encruzilhadas e nos oferece caminhos distintos. Você pode escolher um ou outro, mas o destino tem uma maneira estranha de se manifestar; sempre nos devolve a trilha em que devemos estar, a trilha que escolheu para nós” (p. 246).
Em primeiro lugar, a obra chama a atenção por ser uma história real. É claro que o enredo é romanceado, mas toda a essência é verdadeira. O leitor fica com aquela sensação de que o que está presenciando uma novela ou um conto de fadas real, guardando as devidas proporções, é claro. Ademais, outro aspecto que me ganhou foi a obra ser baseada nas mulheres da família. A vivência, o sentimentos, a cultura, tudo tem foco principalmente na questão feminina. Por isso ser pouco comum na literatura, esse aspecto me agradou demasiadamente.

Aliás, o que falar dessas mulheres encantadoras? Cada uma, com suas características, amores impossíveis e improváveis, e personalidades marcantes, marcou-me e tocou-me profundamente. Por terem origens em culturas diferentes, cada uma delas deixa ensinamentos únicos. Além disso, aprendemos também sobre aspectos culturais com o livro, pois somos levados a desbravar várias cidades e povos.


O livro ainda reservou-me outra surpresa: a escrita de Maha Akhtar. Por saber, desde o início, que era uma obra mais densa, que apresentava diversos aspectos culturais, imaginei um enredo mais arrastado por conter muitas explicações. Engano meu. Akhtar escreve maravilhosamente bem e possui uma narração ágil e envolvente. Sua escrita permite uma proximidade com o leitor enorme, o que faz com que desejemos desbravar uma página atrás da outra.
“Entretanto, o mais importante de toda aquela informação era que Anwar Akhtar não era o meu pai. Entendi a maneira que se comportava comigo, sua frieza, seu ressentimento, sua má educação, suas ameaças, seu assédio psicológico, sua chantagem emocional… tudo. Nada que eu pudesse fazer teria mudado seus sentimentos em relação a mim e, sabendo disso, fiquei aliviada ao compreender que aquela repulsa não tinha sido culpa minha” (pp. 347 a 348).
Quanto à parte física, eu não tenho o que reclamar. A capa é maravilhosa e já apresenta os aspectos culturais que estarão presentes na obra. A diagramação, por sua vez, é simples, mas com certos detalhes bonitos. A fonte e espaçamento possuem tamanho ideal, o que proporciona uma boa leitura. A revisão e tradução também estão ótimas.

Desta forma, diante dos aspectos mencionados, resta-me indicar A Neta da Maharani. Se você gosta de romances reais e livros com mulheres fortes, essa obra é para você.




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