Título: O Clã dos Cavaleiros Perdidos – A Harpa Sagrada
Autor: Antonio Bento Ferraz
Editora: E-galáxia
ISBN: 9788584740369
Ano: 2015
Páginas: 194
ISBN: 9788584740369
Ano: 2015
Páginas: 194
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Sinopse:
O Rei Theike, senhor de um dos Sete Reinos do Oeste, reúne seus súditos três anos após a derrota para os povos do Leste, a fim de planejar uma revanche. O primeiro passo, no entanto, é guardar em local seguro um objeto capaz de decidir o resultado da guerra: a Harpa Sagrada, toda confeccionada em ouro e capaz de provocar o fim dos tempos.
Para isso, convoca os herdeiros de cada um dos Sete Reinos para que formem um clã e, juntos, levem a harpa em segurança ao Templo das Fadas, guardado pela Rainha Niva e suas discípulas.
Após um período de treinamento, os príncipes partem por terras destruídas e repletas de perigos, encontrando aliados como o índio Morcego Langäk, mas também inimigos como os terríveis Homens-Urso. No percurso, vão descobrir que a maior dificuldade será lidar com seus próprios egos e ideais.
A Harpa Sagrada é o primeiro volume da tetralogia O Clã dos Cavaleiros Perdidos e narra a jornada dos príncipes Aurun, Shadal, Mënor, Pálago, Úrios, Tom e Bürki, e da princesa Lyla, ao Templo das Fadas.
Resenha:
Fantasia é um gênero que eu gosto. A riqueza que a trama pode carregar, a multiplicidade de abordagens, a saída da realidade para falar dela... Todos esses elementos dão à fantasia a possibilidade de ser um gênero ímpar. Contudo, quando mal trabalhada, essa mesma multiplicidade pode se tornar frustrante. Em O Clã dos Cavaleiros Perdidos, o autor, infelizmente, não alcançou a profundidade necessária para tornar a sua obra memorável.
O primeiro ponto que frustra na referida obra é a falta de originalidade. É claro que existem alguns pontos novos e até interessantes. Contudo, a estrutura base é repetitiva e apropriada de outras obras de maior apelo. Perceba: sete reinos separados de selvagens por uma muralha que parecia indestrutível, mas não é. Uma jornada com um objeto que carrega uma força poderosa que pode causar o fim do mundo conhecido. Reconheceu as tramas? Nitidamente, há uma fusão de As Crônicas de Gelo e Fogo e O Senhor dos Anéis.
O segundo ponto que incomoda é a falta de coerência em algumas atitudes. Um exemplo: a harpa é um objeto poderoso e oculto; apenas o rei tem conhecimento dela. Ele, sabendo que a harpa pode cair em mãos erradas, propõe um plano: devolver o objeto ao Templo das Fadas. A forma: convocando todo o povo e contando sobre o objeto, seu poder e objetivo. Ou seja, para devolver o instrumento com segurança, o rei, em toda a sua sabedoria, não planeja uma missão secreta, mas conta o maior segredo do seu reino a todos, expondo as fraquezas. Lógico? Não me parece.
Contudo, a obra também carrega alguns pontos positivos. O primeiro deles é a escrita do autor. Apesar de ainda estar claramente em processo de amadurecimento, ela consegue ser clara e envolvente, deixando a leitura da obra ágil. A construção dos personagens também foi interessante, apesar de ainda não ser a ideal. Contudo, por se tratar de uma série, acredito que o completo desenvolvimento dar-se-á nos próximos volumes.
Quanto à parte física, não há muito que comentar, visto que a edição é em e-book. A capa é bonita e retrata bem o estilo da obra, deixando claro o que o leitor pode esperar. Não há uma diagramação diferenciada no e-book; apenas títulos e texto. Ela é funcional e confortável, proporcionando uma boa leitura.
Em suma, O Clã dos Cavaleiros Perdidos – A Harpa Sagradaé uma obra não muito original, mas envolvente. Ainda falta certo amadurecimento no autor, mas há a chance de crescimento com os próximos volumes e também dele encontrar seu próprio estilo. Se o leitor busca uma trama leve, sem exigir grandes surpresas, o livro pode agradar.