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Resenha: Os homens que não amavam as mulheres

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Título: Os homens que não amavam as mulheres
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhiadas Letras
ISBN: 9788535926163
Ano: 2015
Páginas: 528
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Sinopse:

Primeiro volume de trilogia cult de mistério que se tornou fenômeno mundial de vendas, Os homens que não amavam as mulheres traz uma dupla irresistível de protagonistas-detetives: o jornalista Mikael Blomkvist e a genial e perturbada hacker Lisbeth Salander. Juntos eles desvelam uma trama verdadeiramente escabrosa envolvendo a elite sueca.
Os homens que não amavam as mulheres é um enigma a portas fechadas - passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o veelho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou.
Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger. E que muitos querem vê-lo pelas costas. De preferência, morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois.... até um momento presente, desconfortavelmente presente

Resenha:

Mikael Blomkvist, um dos nossos protagonistas, sofreu um processo por difamação e acabou sendo condenado. Isso o colocou em xeque, tanto em relação à sua investigação quanto em relação à sua revista, a Millennium. Por isso, ele se afasta por um tempo do periódico e acaba aceitando um convite de investigar um possível assassinato da sobrinha de um milionário. Nessa investigação, Mikael acaba tendo a vida entrelaçada com a de Lisbeth, uma jovem com uma mente genial. Juntos, eles tentarão resolver o grande enigma.

Partindo dessa premissa, Stieg Larsson cria uma obra intensa, bem construída, cheia de mistérios e com personagens profundos e bem construídos. Uma obra intensa porque vai além do que os romances policiais costumam ir. Nessa obra, Larsson aborda outros aspectos sombrios da sociedade, como as agressões que as mulheres continuam sofrendo.


O enredo é bem construído porque o autor consegue unir os diversos aspectos da obra, tanto criminais quanto os sociológicos, com perfeição. Ele consegue aproveitar bem o ambiente, além dos personagens secundários. Ademais, merece destaque pelos diversos mistérios que circundam a obra, tanto em relação ao crime quanto em relação aos protagonistas, em especial a Lisbeth. Ela é uma figura central, única, potente, mas com um passado tão nublado, ou mais, do que o crime investigado.
“A família Vanger era constituída de uma centena de pessoas, contando os filhos de primos de primeiro e segundo grau de todos os ramos. A família era tão numerosa que Mikael foi obrigado a criar um banco de dados no notebook” (p. 159).
Quantos aos personagens, raramente se encontram por aí, em livros de suspense, protagonistas tão bem construídos. Nesse quesito, Lisbeth novamente chama a atenção. Mikael é bom, mas Lisbeth é incrível. Ela é uma das protagonistas femininas mais valorizadas, bem construídas e retratadas da literatura policial, mostrando, desde o título, a importância que o autor dá às mulheres, valorizando-as dentro do enredo e denunciado as mazelas que elas sofrem na sociedade.

Além do enredo complexo e bem desenvolvido, a obra chama a atenção pela excelente parte física desenvolvida pela Companhia das Letras. A capa é muito bonita e chamativa, tendo total relação com a obra. A diagramação também é muito boa e confortável. Ademais, a tradução e revisão estão ótimas, contribuindo para uma leitura agradável.


Em suma, Os homens que não amavam as mulheresé um suspense complexo, bem construído e que retrata aspectos sociais, o que faz que a obra esteja bem acima da média. Uma obra essencial para todo amante de suspense.
“– Vai aprender a confiar em mim, Lisbeth – disse. – Vou ensinar a você as regras desse jogo de adultos. Se não cooperar comigo, será punida. Se for gentil, seremos amigos” (p. 230).


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