Título: A menina que brincava com fogo
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9788535926170
Ano: 2015
Páginas: 608
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Sinopse:
Nada é o que parece ser nas histórias de Larsson. A própria Lisbeth parece uma garota frágil, mas é uma mulher determinada, ardilosa, perita tanto nas artimanhas da ciberpirataria quanto nas táticas do pugilismo, que sabe atacar com precisão quando se vê acuada. Mikael Blomkvist pode parecer apenas um jornalista em busca de um furo, mas no fundo é um investigador obstinado em desenterrar os crimes obscuros da sociedade sueca, sejam os cometidos por repórteres sensacionalistas, sejam os praticados por magistrados corruptos ou ainda aqueles perpetrados por lobos em pele de cordeiro. Um destes, o tutor de Lisbeth, foi morto a tiros. Na mesma noite, contudo, dois cordeiros também foram assassinados: um jornalista e uma criminologista que estavam prestes a denunciar uma rede de tráfico de mulheres. A arma usada nos crimes - um Colt 45 Magnum - não só foi a mesma como nela foram encontradas as impressões digitais de Lisbeth. Procurada por triplo homicídio, a moça desaparece. Mikael sabe que ela apenas está esperando o momento certo para provar que não é culpada e fazer justiça - a seu modo. Mas ele também sabe que precisa encontrá-la o mais rapidamente possível, pois mesmo uma jovem tão talentosa pode deparar-se com inimigos muito mais formidáveis - e que, se a polícia ou os bandidos a acharem primeiro, o resultado pode ser funesto, para ambos os lados. A menina que brincava com fogo segue as regras clássicas dos melhores thrillers, aplicando-as a elementos contemporâneos, como as novas tecnologias e os ícones da cultura pop. O resultado é um romance ao mesmo tempo movimentado e sangrento, intrigante e impossível de ser deixado de lado.
Livro anterior:Os homens que não amavam as mulheres
Resenha:
Resenha sem spoiler do livro anterior
Lisbeth, grande destaque do livro anterior, não tem uma vida fácil. Depois dos eventos da última obra, sua vida tinha tudo para ficar mais simples. Contudo, ao contrário, parecem ficar ainda mais conturbadas. Isso porque, numa mesma noite, três pessoas são assassinadas. Sendo um deles o tutor de Lisbeth. Para piorar, a moça acaba sendo a principal suspeita dos crimes, tornando-se procurada. Para não ser presa, ela some do mapa. Porém, como Mikael sabe muito bem, Lisbeth não é o tipo de mulher que vai apenas se esconder.
Os outros dois assassinados faziam, antes do acontecimento do crime, uma investigação profunda sobre violências contra a mulher, o que estava irritando pessoas importantes. Ademais, a matéria que estava sendo preparada prometia trazer grandes revelações. Mikael, sabendo que Lisbeth não poderia ter cometido os três crimes, resolve investigar por conta própria. Contudo, será que o jornalista estava enganado sobre a moça?
Partindo dessa premissa, Larsson volta a criar um enredo de tirar o fôlego. Aqui nada é o que parece ser e ninguém pode ser considerado muito confiável. O autor gosta de brincar com os fatos e causar reviravoltas, o que faz com a leitura se torne ainda mais viciante. Além disso, incrementa elementos quase inimagináveis na obra, mostrando toda a sua genialidade.
“O interessante não era resolver contas. Cinco vezes cinco sempre dava vinte e cinco. O interessante era tentar compreender a composição das regras que possibilitavam resolver qualquer problema matemático” (p. 27).
Nessa obra, as críticas sociais persistem. O autor é duro ao criticar a violência, o desprezo e o preconceito com os diferentes, o que deixa o livro mais profundo. Além disso, esse volume possibilita conhecermos mais sobre Lisbeth. Entendemos os motivos de suas idiossincrasias, o que a deixa ainda mais atraente para o leitor. Se antes o mistério a fazia interessante, agora a sua personalidade lhe deixa irresistível.
Outro aspecto que merece ser mencionado é que, nessa obra, outros personagens chamam a atenção, visto que, acompanhamos, além da investigação de Mikael, a investigação da polícia. Ademais, Lisbeth ganha outros aliados para provar a sua inocência, todos bem construídos e aprofundados, mostrando novamente o talento do autor em criar personagens verossímeis.
A diferença crucial dessa obra para a primeira é que o primeiro volume se encerra em si, podendo o leitor continuar na série ou não. Nessa segunda obra, temos um grande gancho, tornando quase impossível não querer ler o terceiro volume da série. Os fãs dos livros únicos podem ler apenas o primeiro livro sem problemas, contudo aconselho continuar a série para entender melhor os personagens e conferir a genialidade do autor.
“Lisbeth Salander era a mulher que odiava os homens que não gostavam de mulheres” (p. 560).
Em relação à parte física, o segundo livro segue o padrão do primeiro: capa bonita e atraente; diagramação confortável que possibilita uma ótima leitura. A tradução e revisão continuam ótimas.
Em suma, A menina que brincava com fogoé um livro que mantém o bom nível do anterior e deixa os personagens já conhecidos do leitor ainda mais profundos. Sem dúvidas, obra recomendada.