Título: Felicidade Incurável
Autor: Fabrício Carpinejar
Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 9788528620580
Ano: 2016
Páginas: 272
Compre: Aqui
Sinopse:
A “Felicidade Incurável” é aquela que nunca está reunida em um único lugar; é aquela que nem a tristeza consegue levar. A felicidade incurável contraria diagnósticos e medos, supera fobias e traumas e não se diminui perante o pessimismo dos outros. A felicidade incurável é aquela que não adoece. Com uma passionalidade reflexiva e racional, o autor, notável por sua prosa absolutamente passional e sincera, protege seu ímpeto sem perder a responsabilidade. Um atlas do que Carpinejar acredita ser um relacionamento, Felicidade Incurável trata de mudança de mentalidade amorosa e da família, diferentes fins de casamento, amizades em tempos eletrônicos, divertidas implicâncias de casal, debate sobre o que é alegria e liberdade e sugere: seja feliz por uma questão de justiça pessoal.
Resenha:
Depois de ler Amor à moda antiga, percebi que precisava ler mais textos do Carpinejar. Apostei nas crônicas, gênero que figura entre os meus favoritos. Felizmente, encontrei nessa obra textos ainda mais profundos do que na anterior, mostrando-me ainda mais facetas desse escritor tão elogiado na atualidade.
Em Felicidade Incurável, Carpinejar empenha-se em mostrar as diversas possibilidades onde a felicidade pode brotar, além de abordar as múltiplas facetas dos relacionamentos humanos e, principalmente, os motivados pelo amor. Com uma poesia intrínseca e com uma sensibilidade latente, o autor vai, crônica por crônica, conversando com o seu leitor, convencendo-o de seu ponto de vista, deixando o livro com uma pegada de bate-papo informal.
“Um amigo fez um porta-retratos com nossa foto para colocar em sua escrivaninha. Eu me senti mais do que amigo, mais parte de sua família. Foi o maior presente que ele me ofereceu. Foi uma distinção pessoal” (p. 11).
A abordagem mais poética em algumas crônicas traz qualidade para a obra, fugindo do mais do mesmo que o gênero cai muitas vezes. Para tal, o autor usa de várias estratégias, incluindo falar de suas experiências, o que, por vezes, também dá um tom confessional para o livro. Essa subjetividade que envolve a obra convence o leitor e faz com que ele permaneça na leitura dos textos até a última página.
Contudo, por outro lado, Felicidade Incurávelparece sofrer de um mal raro: a extensão. Parece irônico dizer que um livro de 272 páginas é longo, mas nesse caso ocorre uma exceção. Afinal, todas as crônicas tratam praticamente do mesmo assunto. Por isso, em certo ponto do livro, tudo parece ser a revisitação de temas já algumas vezes tocado no livro, o que deixa a obra menos interessante. Uma seleção mais enxuta talvez aumentasse ainda mais a qualidade do livro.
“Minha solidão custou caro. Custou toda a minha sinceridade. Custou todas as minhas verdades. Poderia ter me facilitado, mas me dificultou. A solidão é a dificuldade de ser” (p. 33).
Quanto à parte física, não há o que reclamar. A Bertrand, como já é padrão, trouxe uma obra completa. A capa é muito bonita e chamativa, combinando perfeitamente com o enredo apresentado. A diagramação é simples, mas muito confortável, propiciando uma ótima leitura. A revisão, por sua vez, está excelente.
Em suma, Felicidade Incurávelé um livro rico, belo, poético, mas que apresenta suas falhas, sendo a principal delas a repetição de temas. Ainda assim, é uma obra que merece ser lida e relida pelos amantes da boa crônica e da felicidade.
“Quem ama sofre. E sofre. E não desiste e se arrebenta de existir” (p. 89).