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Resenha: O Elevador Ersatz

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Título: O Elevador Ersatz
Autor: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
ISBN: 9788535903201
Ano: 2016
Páginas: 232
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Sinopse:

Como nos episódios anteriores, o sexto livro de Desventuras em Série está repleto de desgraças, desespero e mal-estar. Quando essa nova desilusão começa, os irmãos Baudelaire estão acompanhados do Sr. Poe, um executivo de banco que ficara encarregado das crianças depois da morte dos pais deles num horrível incêndio. Eles vão até a residência da família Squalor, os novos tutores do Baudelaire. O Sr. Poe acredita que ali Violet, Klaus e Sunny estarão a salvo do ganancioso e traiçoeiro Conde Olaf. A última maldade cometida por Olaf foi raptar os trigêmeos Quagmire, de quem os Baudelaire haviam ficado amigos no colégio interno. Na nova casa, os irmãos parecem bem instalados, mas uma nova aparição do Conde Olaf vem trazer mais pavor aos Baudelaire. Eles agora têm de descobrir um jeito de se livrar dessa pérfida ameaça. A resposta pode estar no elevador ersatz, uma escura e assustadora passagem secreta.

Resenhas anteriores:

Resenha:

Depois de Inferno no Colégio Interno,precisei correr urgentemente para o livro seguinte e praticamente devorei esta nova desventura, o que só piorou meu estado de angústia; quando pensava que não podia ser mais trouxa, fui mais ainda. Até quando eu ainda vou ter essa pequenina esperança de que algo bom ou feliz vai acontecer? O remédio é continuar lendo e descobrir o que me aguarda no final.

Nunca irei perdoar o Conde Olaf por ter raptado os irmãos Quagmire, ele podia ter feito qualquer coisa, tortura, até mesmo matado alguém, mas quando sequestrou Duncan e Isadora, fiquei extremamente triste e surpresa, pois nunca imaginaria que ele seria tão ganancioso e cruel; porém, estamos falando do desprezível Conde Olaf e, infelizmente, o que ele tem de disfarces ridículos também tem de maldade.

Nesse novo disfarce, Conde Olaf é Gunther, um renomado leiloeiro que se aproximará dos Baudelaire através de seus novos tutores Jerome e Esmé Squalor, pessoas incrivelmente ricas e que moram em um bairro luxuoso e um pouco esquisito quando o assunto é seguir tendências da moda in.
“[...] Lamento dizer, você encontrará as palavras “pesar”, “desespero” e “deplorável”, bem como as expressões “passagem escura”, “o conde Olaf disfarçado” e “ os órfãos Baudelaire  caíram numa armadilha”, mais uma variedade de palavras e expressões lamentáveis  que não tenho coragem de escrever aqui”.

Esmé Squalor é uma mulher vaidosa, mimada e gananciosa e que só pensa em está bem diante os olhos da alta sociedade; seguindo a moda, fica in quando está em alta e out quando está por fora. Ela, por exemplo, só adotou os órfãos porque adotar crianças é super in e poucas pessoas conseguiram. Essa moda traz coisas absurdas, como martinis aquosos, ficar na completa escuridão e muitas outras tendências bizarras.

Esmé é uma pessoa tão insensível e egoísta, mas seu marido é um homem gentil, carinhoso e bastante submisso aos caprichos de sua mulher e seu lema é sempre “ Não discutir e aceitar o que lhe é imposto”. Ele, aliás, é o único que parece bastante feliz com a chegada dos Baudelaire e os recebe com muito carinho e dedicação, ou ao menos tenta na maior parte do tempo, quando sua esposa não o importuna pedindo milhares de favores. Jerome foi o único novo personagem que gostei da história.


A nova vida de Violet, Klaus e Sunny seria encantadora e maravilhosa, já que seus tutores são pessoas ricas, moram em uma cobertura com tantos quartos que ninguém nunca sonharia em ter, mas como não é fácil ser essas crianças, a maré de sorte acaba rapidamente quando percebem que irão morar em um lugar que parece ter quarenta e oito ou oitenta e poucos andares e que usar elevador é muito in, ou seja, precisam subir todos os andares de escada; para piorar, as vestimentas da moda são ternos de risca-de-giz. O que poderia piorar mais? Não bastava a preocupação e culpa dos órfãos quanto aos irmãos Quagmire, ainda precisavam descobrir qual seria a nova estratégia do cruel vilão em possuir a fortuna das crianças.

Depois do Conde Olaf vestir-se de Shirley, que achei hilário e o mais ridículo de todos, agora ele é Gunther, o leiloeiro; até aí tudo bem, porém, o mais cômico e grotesco é a linguagem que aderiu ao assumir seu personagem, fingindo não ser fluente em inglês e falava as frases mais ridículas e engraçadas; acho que foi um dos melhores piores disfarces.

Os Baudelaire terão que descobrir quais serão os próximos passos de Conde Olaf e como fazer seus novos tutores acreditarem neles, já que, por experiência própria, sabem que sem provas não conseguiriam desmascarar o vilão, mas, infelizmente, dessa vez Olaf está mais ardiloso e esperto quanto aos órfãos e o elemento surpresa será sua arma mais eficaz. Acho que a única boa notícia é que as crianças descobrirão mais uma incógnita sobre suas vidas, que tem relação com o incêndio que matou seus pais.

Se no livro anterior fiquei muito angustiada, nesse não sei se fiquei mais ansiosa ou nervosa, pois são as palavras mais frequentes que encontrará no livro, a diferença entre esses dois termos é bastante grande, mas não deixam de ser verídicas sobre a nova desventura do trio. Terão que enfrentar muitas escadas e mergulhar em um elevador ersatz que contém uma passagem secreta. Ademais, o que nos aguarda no final pode ser algo bom, mas também um pouco ruim e triste devido aos acontecimentos seguintes.
O que aconteceu conosco? O que nos trouxe a este lugar horrível para onde olhamos agora?“Desventura”, disse Violet mansamente.“Um terrível incêndio”, disse Klaus.“Olaf”, disse Sunny decidida.

Tenho bastante carinho e orgulho dessas crianças pela forma como conseguem lidar com as adversidades e não deixam de crer nas habilidades que possuem, cada um consegue fortalecer o outro, seja em palavras ou gestos. Violet é uma grande inventora e consegue as melhores invenções em tempo recorde; o conhecimento vasto de Klaus e sua capacidade impressionante de leitura são vantagens bastante valiosas; e, claro, a pequena Sunny com seus quatro dentinhos consegue fazer um belo estrago nas coisas e cortar objetos melhor do que as ferramentas destinadas a esse propósito, sem contar que adoro o vocabulário dela, seus comentários são os melhores.


A Seguinte fez um trabalho excelente com o box, quanto a isso não tinha dúvidas e a cada livro que leio vejo como são lindos de ver e ter. A tradução do Ricardo Gouveia ficou impecável, a revisão ótima. A diagramação é linda em todos os livros e as ilustrações do Brett Helquist são caprichadas e encantadoras.

Você é muito corajoso de conseguir continuar a acompanhar essa sequência de desgraças, e se achou o livro anterior bastante triste e angustiante, neste será muito inquietante e com bastante tensão.





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