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Resenha: Último Turno

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Título: Último Turno
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
ISBN: 9788556510181
Ano: 2016
Páginas: 384
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Sinopse:

Brady Hartsfield, o diabólico Assassino do Mercedes, está há cinco anos em estado vegetativo em uma clínica de traumatismo cerebral. Segundo os médicos, qualquer coisa perto de uma recuperação completa é improvável. Mas sob o olhar fixo e a imobilidade, Brady está acordado, e possui agora poderes capazes de criar o caos sem que sequer precise deixar a cama de hospital. O detetive aposentado Bill Hodges agora trabalha em uma agência de investigação com Holly Gibney, a mulher que desferiu o golpe em Brady. Quando os dois são chamados a uma cena de suicídio que tem ligação com o Massacre do Mercedes, logo se veem envolvidos no que pode ser seu caso mais perigoso até então. Brady está de volta e, desta vez, não planeja se vingar apenas de seus inimigos, mas atingir toda uma cidade.
Em Último turno, Stephen King leva a trilogia a uma conclusão sublime e aterrorizante, combinando a narrativa policial de Mr. Mercedes e Achados e perdidos com o suspense sobrenatural que é sua marca registrada.

Resenhas anteriores:

Resenha:

A resenha pode conter spoiler dos livros anteriores nos três primeiros parágrafos. A partir do quarto parágrafo, a análise é apenas desse livro.

Em Último Turno, Stephen King volta a mostrar a sua melhor forma, deixando claro que o sobrenatural é realmente a sua praia. Os dois primeiros livros foram ótimos, é verdade; mas esse está um patamar acima. Afinal, quando a insanidade ganha espaço, King mostra porque ele é o incontestável mestre do terror.

Após se transformar no assassino do Mercedes e quase explodir centenas de adolescentes, Brady está de volta, de um jeito muito mais macabro e estranho. Ele está em estado vegetativo, é considerado um incapaz, mas o que ninguém imagina é que sua mente está funcionando perfeitamente. Pior: ele adquiriu alguns poderes interessantes e pretende usá-los para a sua grande vingança.


Bill Hodges, nosso detetive aposentado – ou Det. Apos., como prefere Brady –, continua na ativa, juntamente com Holly, através da sua agência de investigação particular: a Achados e Perdidos. Quando é chamado para dar uma olhada em uma cena de crime, ele percebe que algo muito estranho pode estar acontecendo. Com suas investigações preliminares, ele não acredita no caminho que os fatos vão mostrando. Poderia Brady estar de volta?
“Dá para encontrar qualquer coisa na internet hoje em dia. Algumas coisas são úteis. Algumas são interessantes. Algumas são engraçadas. E algumas são horríveis pra caralho” (p. 23).
Partindo dessa premissa, King traz para nós o grande fechamento da série Bill Hodges, mostrando porque é um gênio quando o assunto é assustar. Depois de muito tratar apenas dos assuntos terrenos, o autor volta a apostar no toque sobrenatural para fechar o arco sobre Brady e Bill. Aliás, vale ressaltar, essa escolha foi acertadíssima. Isso porque Brady sempre foi completamente insano e maquiavélico. Com o sobrenatural do seu lado, esse personagem se torna inesquecível. A sua crueldade – ou loucura – não tem fim, nem a sua inteligência mórbida.

Vale ressaltar que o grande trunfo desse livro são os bons personagens. Bill, Brady, Holly... todos chegam ao seu estágio final de crescimento, mostrando-se maduros, inteligentes e realmente críveis. O embate deles é épico e memorável; isso porque não há super-heróis, todos têm as suas fraquezas e falhas, tornando-os próximos do leitor. Bill já sente o peso da idade, mas tenta não fraquejar enquanto não colocar o assassino do Mercedes definitivamente para fora do jogo; Holly vai tentando vencer seus demônios e medos, mostrando-se, muitas vezes, a personagem mais forte e querida dos três; Brady, mesmo poderoso, é um fraco, pois sua vontade de vingança o cega em vários momentos. Juntos, eles prendem o leitor do começo ao fim.


King também ganha o leitor, nesse volume, por sua escrita. As tradicionais descrições um pouco mais longas continuam presentes; contudo, a trama se desenvolve bem e rápido, com a ação presente em boa parte do livro, sofrendo um pico alucinante no final, onde há, finalmente, o grande confronto. Aliás, a forma como o autor abordou cada um dos personagens e suas potencialidades no fim da obra foi essencial para um término realmente impactante.
“– Como fui me meter nisso? – geme ele.– Do jeito que todo mundo se mete em tudo – diz Brady, com gentileza. – Um passo de cada vez” (p. 171).
Quanto à parte física, só cabem elogios: a capa é bonita e chama muito a atenção, tendo total relação com a trama que é desenvolvida na obra. A diagramação, por sua vez, é simples, mas confortável. Temos também uma boa tradução e revisão, o que contribui para que a leitura flua de forma adequada.

Em suma, Último Turnoé um excelente fechamento para essa trilogia, amarrando todas as pontas e alcançando o desenvolvimento máximo de cada um dos personagens. King novamente mostra porque é tão conceituado; quando se inicia um dos seus livros, é quase impossível parar.




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