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Resenha: O Ceifador de Almas

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Título: O Ceifador de Almas
Autor: Roberto Ferrari
Editora: LP-Books
ISBN: 9788578696061
Ano: 2016
Páginas: 490

Sinopse:

Um assassino terrível - psicopata desde criança - age em uma pacata cidade do interior de São Paulo matando mulheres. Ele amputa seus membros, corta suas orelhas - que coleciona - e deixa os cadáveres pendurados em ganchos de açougue. O delegado Carlos, que era investigador em Campinas, se refugia nessa cidade para tentar refazer a vida com a família, após desbaratar uma quadrilha de bandidos que o ameaçavam de morte. Diante dos crimes, porém, ele precisa voltar à ativa e vai atrás do assassino tendo como aliados um radialista e um repórter do diário local.
Roberto Ferrari é engenheiro de formação, mas sempre gostou de escrever. A partir de 2011 começou a publicar livros de poesias e policiais, entre eles, Identidade assassina, Mansão Mólnar e O ceifador de almas. É membro de várias academias de letras e foi agraciado com vários prêmios e condecorações. O ceifador de almas teve seus direitos vendidos para o cinema e em breve chegará às telas.

Resenha:

Em O Ceifador de Almas, encontraremos um livro no estilo policial bem clássico, onde teremos um delegado que se mantém determinado a pegar um assassino, enquanto este é cruel em seus crimes hediondos. Seus atos eram tão fortes que lhe renderam a alcunha que dá nome ao livro. Ou seja, desde o título, o livro promete grandes momentos.

A premissa da obra é bem simples e até mesmo bem parecida com centenas de outras que encontramos por aí. Porém, o que faz com que a obra de Ferrari mereça atenção são os personagens construídos, começando por Carlos. O protagonista e delegado, apesar de muito determinado, não queria mais se envolver em crimes bárbaros. Porém, o Ceifador o tira das “férias”. Carlos, assim, tornar-se o principal responsável por pegar o assassino, o que faz com que o policial tenha uma carga emocional e psicológica gigante. De longe, ele é o melhor personagem durante a obra.


Por outro lado, ainda em relação aos personagens, o livro também cai em lugares comuns, como na construção do jornalista Joaquim, homem inescrupuloso, que se baseia no sensacionalismo barato para vender jornal, sem se preocupar com o pânico que espalha em meio à população. É claro que esse tipo de jornalista existe aos montes e não há qualquer problema em retratá-lo. Porém, quando isso é feito sem profundidade, torna-se um mero clichê.

O autor também merece destaque pela estratégia narrativa adotada, que é a de acompanhar um número maior de personagens. Isso, se bem feito, torna a leitura maravilhosa; levianamente trabalhado, faz com que o livro fique insosso e desestimulante; felizmente, o autor se encaixa no primeiro grupo. Através de suas palavras, acompanhamos o detalhado trabalho policial, o assassino e até mesmo as vítimas e familiares, mostrando um todo narrativo bem coeso.

Outro ponto que pesa a favor de Roberto Ferrari é a sua escrita leve e fluida, o que faz com que a leitura corra muito bem, mesmo com as mais de quatrocentas páginas. Mesmo nos momentos de maior desenvolvimento, o texto prende o leitor, algo raro, visto que um grande número de obras cai em parágrafos longos e desestimulantes.


Por outro lado, o livro também apresenta alguns problemas, principalmente na parte editorial. A presença de um revisor se faz urgente para sanar um grande número de problemas que aparece no livro. A maior parte não atrapalha a leitura, mas alguns, sim. Ademais, um editor atento também ajudará no crescimento do trabalho, seja para corrigir alguns furos como para trabalhar em alguns trechos. O livro não é ruim, mas tem suas falhas. Uma boa segunda edição pode tornar o livro ainda melhor.

Tirando os problemas supracitados, o livro possui uma boa parte física. A capa é bem sombria e combina com o estilo da obra. A diagramação, por sua vez, está excelente, contando com letras grandes e um ótimo espaçamento, compensando as páginas brancas. Isso faz com que a leitura flua melhor.

Em suma, O Ceifador de Almasé um livro bom, envolvente e que cumpre muito bem o seu papel, apesar de apresentar alguns problemas. Entretanto, nada que possa ser sanado numa segunda edição. Para quem curte esse estilo de livro, a leitura é mais do que recomendada.




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