Título:A Princesa, o Cafajeste e o Garoto da Fazenda
Autora:Alexandra Bracken
ISBN:9788565765770
Editora:Seguinte
Ano:2015
Páginas: 264
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Sinopse:
Ainda que a Aliança Rebelde tenha ganhado algumas batalhas contra o Império, a esperança está se esgotando. O Império está prestes a revelar a Estrela da Morte, uma estação bélica capaz de destruir planetas inteiros num piscar de olhos. Agora, o destino da galáxia está nas mãos de uma princesa,um cafajeste e um garoto da fazenda... Esta é uma versão de Star Wars: Uma nova esperança (episódio IV) como você nunca viu. A edição vem acompanhada de ilustrações incríveis e apresenta a história original a uma nova geração de leitores, assim como fornece uma perspectiva inédita para os fiéis fãs da saga. Cada parte da narrativa é contada pelo ponto de vista de um dos três protagonistas, se aprofundando nos conflitos desses heróis que se unem para combater o mal que ameaça toda a galáxia.
Resenha:
Como fã de Star Wars, não poderia deixar de conferir essa novelização de Uma Nova Esperança para o público mais jovem. O motivo da curiosidade era simples: analisar como a autora se sairia ao transferir as ideias do cinema para a literatura e de um foco mais adulto para o juvenil. Felizmente, ela não me decepcionou.
O livro começa narrando a aventura – fracassada – de Leia. Ela, uma princesa, “abandona” a realeza para defender seus ideais no senado galáctico. Contudo, percebendo que isso não era o suficiente, visto que poucas medidas eram tomadas pelo imperador, ela resolve se aliar à Rebelião, tentando, assim, derrubar o Império.
Porém, a nave de Leia é interceptada pelos imperiais após ela roubar planos secretos do governador – projetos da Estrela da Morte –. Ruim, deveras, mas tudo ainda poderia piorar. Quem a estava caçando era Darth Vader, o Lord Sith que é o braço direito do próprio imperador. Sabendo que seria presa, a única solução que encontra é despachar R2 – um droide – com as informações roubadas, a fim de que este encontre Kenobi, um famoso Jedi, e repasse a ele as informações.
“Ela não entendia como alguém podia ficar sem fazer nada no Senado sabendo dos crimes comentidos na Orla Exterior. Campos imperiais de interrogatório. A execução a sangue-frio de supostos traidores. Cidades inteiras destruídas nas chamadas “purificações” de Darth Vader. Segundo ele, aparentemente, todos os planetas precisavam ser “purificados” das ideais que se assemelhassem à democracia ou à esperança” (p. 23).
Assim, R2-D2, acompanhado de C3PO, é ejetado da nave de Leia em uma cápsula e chega a Tatooine. O que não era imaginado por Leia é que os droides se meteriam em muita confusão. Aliás, confusões essas que envolveriam Luke – um garoto da fazenda –, Kenobi – um velho Jedi – e Han Solo – um cafajeste –. Uma saga épica estava preste a começar.
Partindo dessa premissa – que é a mesma do filme, obviamente –, Alexandra Bracken consegue criar uma boa obra. Com um foco bem interessante nos personagens, humanizando-os, ela tenta quebrar exatamente o que o nome do livro diz. Ou seja, ela mostra que Leia é muito mais do que uma princesa, Luke é mais do que um fazendeiro e Han vai além de um cafajeste. Essa abordagem de desconstrução dos estigmas dos personagens foi, sem dúvidas, excelente.
Outro ponto positivo da obra é a linguagem adotada pela autora. Simples, fácil, muito acessível e direta, a escrita se torna perfeita para o público mais jovem, principalmente quem está começando a ler ficção. O livro parece, em muitos momentos, uma conversa da autora com o leitor, ou de uma fã para um futuro fã, o que dá um brilho especial para a obra. Essa abordagem é, certamente, essencial para a criação de uma nova geração de leitores e também de fãs dessa gigantesca franquia.
“– Governador Tarkin – Leia começou com o seu tom mais doce –, já devia imaginar que o encontraria segurando a coleira de Vader. Reconheci seu mau cheiro assim que fui trazida a bordo” (p. 65).
Em toda adaptação, apenas um ponto me incomodou um pouco: o fim. Ele não é ruim, visto que é igual ao filme; contudo, poderia ser mais trabalhado ao ser trazido para o formato literário. Descrições melhores e uma profunda elaboração da cena daria um final muito mais épico, assim como foi no filme. O problema não é nada que reduza de forma significativa o potencial da obra, visto que o objetivo foi alcançado, mas é um elemento que poderia ter sido aperfeiçoado.
Quanto à parte física, o livro é impecável. A capa é perfeita, dando um contraste entre o preto e o azul. A diagramação também não fica atrás: as letras são grandes, o espaçamento é ideal e a edição é ilustrada, o que torna a leitura muito mais significativa e envolvente. Sem dúvida, uma criação de fazer os olhos brilharem.
Desta maneira, apesar da pequena ressalva, eu indico a obra. A Princesa, o Cafajeste e o Garoto da Fazendaé um excelente ponto de partida para quem está começando a desbravar Star Wars e uma ótima introdução para quem pretende assistir aos filmes. Seja adulto ou criança, o livro fará você sentir a Força que envolve essa série.
“Luke segurou a borda do tabuleiro com tanta força que teve a certeza de que a superfície ia rachar. Não havia nada nem ninguém na galáxia que ele odiasse mais do que Darth Vader. Sentiu que começava a tremer, as lágrimas novamente ameaçando cair. Luke esfregou o rosto, teimoso. De que adiantaria chorar?” (p. 168).